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Borja paga pelo que foi pago por ele
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Alexandre Praetzel

Comentei Bragantino e Palmeiras, neste domingo. Um primeiro tempo com mais disposição do Palmeiras no início e equilíbrio do Bragantino até a reta final. Na segunda etapa, o Palmeiras cresceu e liquidou o jogo com Keno e Dudu, depois do Bragantino ter uma chance clara com o atacante Matheus Peixoto. Agora, gostaria de falar sobre Borja.

O colombiano foi bastante participativo nos primeiros 45 minutos. Buscou a bola na intermediária, fez tabelas com os colegas, deu um gol para Tchê Tchê perder e desperdiçou a melhor chance palmeirense, frente à frente com o goleiro Alex Alves. Finalizou mal, mas esse lance não pode resumir sua atuação. Voltou do intervalo e foi substituído por Keno. E Keno abriu o placar com poucos minutos em campo. Aí, a comparação fica ruim para Borja. Ele não consegue fazer os gols esperados e quem o substitui, entra e faz. A análise não pode ser tão simplista assim.

Torcedores palmeirenses ficaram divididos nas redes sociais. Uns, defenestraram o jogador. “Não serve mais”, “Acabou a paciência”, “Foi um erro”, foram frases registradas nos meus espaços. Alguns concordaram comigo que Borja é muito mais cobrado pelo que custou ao Palmeiras. O custo-benefício tem larga vantagem para o custo de R$ 45 milhões. No entanto, Borja não tem sido uma desgraça, como pintam. Está melhor que no ano passado, quando demorou a se adaptar e foi combatido pelos técnicos Eduardo Baptista e Cuca. Há quem diga, dentro do Palmeiras, que Borja teve uma ascensão financeira e social gigantesca e não conseguiu administrar isso muito bem, atrapalhando um pouco sua ambientação.

Agora, tem o apoio dos companheiros e do treinador Roger Machado. Entendo que deva continuar como titular. Tem mais quatro anos de contrato. Se não corresponder durante toda a temporada, deve-se fazer uma avaliação no final de 2018. No momento, com o acréscimo técnico da equipe, Borja pode voltar a ser o goleador do Nacional de Medellín. Não é craque e nunca foi. Mas pode ajudar. Merece mais crédito e paciência. Já vimos outros atletas serem destruídos e darem a volta por cima, em clubes diferentes, com títulos importantes. É o que eu penso.


Fred ainda tem lugar na Seleção Brasileira
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Alexandre Praetzel

Fred ficou marcado pelo 7 a 1 contra a Alemanha e o mau futebol apresentado pela Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 2014. Desde o pênalti cavado diante da Croácia até o atropelo no Mineirão, Fred fez um Mundial sem brilho e pouco à vontade no time de Felipão com apenas um gol, frente a Camarões. Foi convocado porque sempre foi um goleador nato e teve um ciclo muito bom de 2010 a 2013, chegando à Copa das Confederações. Comparado a um cone pela torcida brasileira, não foi mais convocado por Dunga e Tite, apesar de continuar sendo um 9 de muita capacidade e qualidade dentro da área.

É verdade que teve seus desentendimentos, polêmicas e algumas lesões no Fluminense, mas sempre respondeu com gols, a ponto de ser alçado ao posto de maior jogador da história do Flu pelo ex-presidente Peter Siemsen. Em 2016, deixou o clube, brigado com a diretoria e com o técnico Levir Culpi. Conquistou dois títulos brasileiros. Disputou 288 jogos e marcou 172 gols.

Chegou ao Atlético-MG para concorrer com Lucas Pratto, no ataque. Não pôde atuar na Copa do Brasil, até a decisão diante do Grêmio, porque havia jogado o torneio pelo Flu. Alternando com o argentino, Fred terminou a temporada como goleador do Brasileiro com 14 gols, repetindo o feito de 2012 e 2014.

Em 2017, Fred ficou como referência, após a ida de Pratto para o São Paulo. A titularidade absoluta fez bem ao centroavante. Em 13 jogos, já fez 16 gols, culminando com os quatro gols no Sport Boys-BOL, pela Libertadores da América. Quatro gols de oportunismo, posicionamento, qualidade e uma pitada de sorte. Ah, mas contra times fracos, qualquer um faz, é o que eu ouço para desmerecerem Fred. Pura antipatia contra um 9 que ainda é muito útil para o Galo e porque não, para a Seleção? Em junho de 2018, estará com 34 anos.

O esquema de Tite é móvel, mas quantos gols Fred poderá fazer, sendo acionado por Neymar, Coutinho e Renato Augusto? Já ouvimos vários treinadores afirmarem que é bom ter um 9 no grupo, porque são jogadores que podem mudar a característica da equipe e decidirem com um gol. Acho que há espaço sim e vale o debate.


Bruno Rangel sonha com título da Sul-Americana e ainda busca time grande
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Alexandre Praetzel

A Chapecoense representa o Brasil, nas semifinais da Copa Sul-Americana. A equipe catarinense enfrentará o San Lorenzo da Argentina, decidindo a vaga na final, em Chapecó. Um dos destaques do time é o centroavante Bruno Rangel. Aos 34 anos, segue fazendo gols e chamando a atenção, apesar de nunca ter jogado num grande clube. Em  entrevista exclusiva ao blog, Bruno falou sobre isso e as pretensões da Chapecoense, nesta reta final da temporada. Leia abaixo.

Chapecoense tem equipe para ganhar a Sul-Americana

“A gente sabe que é bastante difícil, mas o time fez um grande jogo contra o Júnior de Barranquilha. Já tinha sido um resultado histórico diante do Independiente-ARG, então podemos sonhar. Claro que com os pés no chão. Até pouco tempo atrás, ninguém imaginava chegar onde chegamos. Graças a Deus, estou no clube desde 2013, com uma pequena saída para o exterior. Participei dessas campanhas belíssimas. Dentro do equilíbrio do torneio, dá para dizer que temos sim”.

Jogo contra o Corinthians

“Um jogo importante porque ainda corremos um pequeno risco de rebaixamento no Brasileiro. Nosso treinador não definiu a equipe por causa do desgaste de quarta-feira com muita chuva e campo pesado. Mas sabemos que sempre é complicado jogar com o Corinthians. Eles precisam do resultado porque brigam por Libertadores e a gente quer chegar logo nos 45 pontos. Um passo de cada vez. Deixamos para pensar na Sul-Americana de novo, a partir deste domingo”.

Vale a pena jogar na Chapecoense

“Estou encerrando minha quarta temporada aqui. Em 2014, saí por seis meses e voltei. Graças a Deus, é um trabalho de crescimento ao longo desses anos e que já ficou na história. Vale a pensa sim pelo projeto, a cidade é bacana, minha família gosta muito daqui. Salário em dia, dá segurança. Encerro meu contrato em dezembro e passa um filme já”.

Centroavante à moda antiga

“Pessoal comenta direto isso comigo. Acredito bastante no trabalho. Sou centroavante de área mesmo, desde o começo. Ao longo dos anos, evoluí taticamente, saindo um pouco também para buscar o jogo e colaborar com a equipe. Importante é poder marcar os gols e contribuir. Graças a Deus, está sendo possível”.

Nunca atuou em time grande

“Todo jogador sonha em atuar numa equipe de ponta, com grande expressão, disputar títulos. Sou bem feliz aqui. Esse ano me tornei o maior artilheiro da história da Chapecoense. Fomos campeões estadual, estamos brigando na Sul-Americana, então isso também satisfaz. Agora, sinceramente tem situações no futebol que fogem do nosso conhecimento. Existe preconceito com idade, por não ter empresário, mas eu me sinto preparado e me cuido muito. Temos o Ricardo Oliveira em alto nível. O Zé Roberto não é da posição, mas é um grande exemplo também. Tantos outros aí na Série A. Deixo o futuro nas mãos de Deus. Já teve sondagens nos outros anos. Essa época começam a falar, mas por enquanto, quero terminar bem aqui e ir o mais longe possível na Sul-Americana. Depois, ver o que surge para 2017”.

Bruno Rangel já vestiu a camisa da Chapecoense em 125 jogos com 77 gols marcados. No Brasileiro, fez nove gols até a 32ª rodada. A Chapecoense está com 42 pontos, na 12ª colocação. O time disputa a Série A pela terceira vez consecutiva.


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