Alessandro nega divergência com Andrés e admite dificuldades para contratar
Alexandre Praetzel
Alessandro Nunes foi vencedor como jogador do Corinthians e aumentou suas conquistas, também como executivo do clube. Homem forte do departamento de futebol do ex-presidente Roberto de Andrade, Alessandro seguirá no Corinthians, na gestão de Andrés Sanchez. Alessandro será o gerente de futebol, com Duílio Monteiro como diretor e o ex-vice-presidente Jorge Kalil, como diretor-adjunto. Em entrevista exclusiva ao blog, Alessandro negou qualquer tipo de problema com Andrés, admitiu dificuldades para contratar e que será muito difícil ser bicampeão paulista ou brasileiro. Acompanhem.
Apenas para deixar bem claro. Você fica no Corinthians, com a nova diretoria?
A gestão já está, talvez, completando um mês. Eu acho que as coisas estão bastante claras e se houver alguma mudança, também não compete a mim dizer. Mas está tudo tranquilo, graças a Deus. Está muito bem.
Você tem boa relação com o presidente Andrés? Sempre chegou para a mídia que vocês tiveram um estremecimento na gestão do Roberto de Andrade, quando você comandava o futebol.
Esse negócio de homem forte do futebol é meio estranho. Não existe isso. Existe uma equipe, um departamento, profissionais trabalhando. Eu, graças a Deus, tenho uma boa relação com todos eles, nesses dez anos que já estou aqui no Corinthians. Me sinto muito à vontade para dizer isso. O próprio tempo, por si só, já diz a relação que eu tenho e a identidade que eu tenho com o clube. Então, estou muito feliz, muito tranquilo, bem, acredito que eles também. A gestão está começando, um longo trabalho a ser feito nesses três anos, e que o melhor aconteça sempre para o clube, não tenha dúvida.
Está mais difícil contratar neste momento? A situação financeira do clube é boa, normal?
A situação financeira não pode ser um direcionamento para o lado positivo ou negativo na hora de contratar. As contratações vão sempre acontecer. Muitas delas, a gente vai acertar. Infelizmente, em algumas, erraremos. É normal no futebol. Nem tudo se conquista com bons resultados. A vida financeira do clube ainda não é muito boa, mas com certeza vai melhorar em algum momento. É o que a gente espera, no futuro. E também não vai ser isso o fato positivo nas contratações. Sempre estarão relacionadas com o resultado dentro do campo.
A contratação de um centroavante é prioridade ainda ou vocês estão esperando passar o tempo, um pouco?
Não. A gente não está esperando passar um pouco o tempo, não. Infelizmente, não dá para mais inscrever em algumas competições. A Libertadores já encerrou até a primeira fase. O Paulista, também traz pouquíssimo tempo para realizar alguma coisa nesse sentido, mas a gente estará sempre olhando, se houver alguma boa oportunidade. Infelizmente, não tem sido nada fácil você encontrar bons atacantes no mercado, estão muito valorizados, inclusive. O próprio presidente, recentemente, deu uma entrevista de que não dá para você pagar um salário estilo europeu. Isso aí você quebra os outros 30 jogadores que você tem no elenco. A gente tenta manter um padrão para que o relacionamento seja o mais saudável possível, não só financeiro, mas técnico também.
Vocês apostaram muito no Juninho Capixaba. O início dele não foi dos melhores. Preocupa?
Não, não preocupa. É normal. Só a gente buscar num histórico recente, quantos atletas que, infelizmente, tiveram um pouquinho de dificuldade no início. O sucesso foi um pouco mais tardio. É normal que um jovem como ele, que trocou uma camisa muito importante no cenário brasileiro a uma muito pesada, oscilar um pouquinho, ter suas dificuldades. Olhando para trás, a gente vê que grandes atletas que conquistaram títulos aqui dentro, também passaram por esse processo. Ele é um atleta muito promissor, muito técnico, jovem, ao seu tempo, as coisas se encaixarão para ele, com certeza.
Kazim pode deixar o Corinthians, a qualquer momento?
Ah, é uma pergunta muito vaga, né. Ele pode sair, se chegar uma oferta excepcional para ele, para o clube. Ele pode ficar, se não chegar nenhuma questão interessante. Está participando dos jogos, normalmente. Não participa da Libertadores por um aspecto que todos vocês já sabem(suspensão de cinco jogos). Então, está inserido normalmente dentro do contexto de trabalho do departamento de futebol.
Você foi vencedor como jogador. Como dirigente, é difícil ganhar um bicampeonato, mesmo que a base de trabalho mantida?
É difícil ser campeão. Bicampeão, então, é muito mais difícil ainda. As conquistas são bem difíceis, não tenha dúvida. Ano passado, foi um ano bem importante pelas conquistas que tivemos. Esse ano, é um ano de muito trabalho, mais ainda, do que o ano passado. É a afirmação para muitos profissionais. A gente espera que a gente consiga chegar aos nossos resultados. A gente sabe quais são eles, quais as dificuldades, os nossos desafios, mas chegar ao topo e levantar um caneco, a gente nunca consegue precisar.
No Paulista, o Corinthians é o primeiro do grupo A, com 17 pontos, e o terceiro na classificação geral. Na Libertadores da América, o time estreou com empate diante do Millonarios da Colômbia, em Bogotá.