Blog do Praetzel

Inter abre o cofre para motivar jogadores na fuga do rebaixamento
Comentários 11

Alexandre Praetzel

O desespero bateu às portas no Internacional. A presença do time na zona de rebaixamento do Brasileiro fez a diretoria abrir os cofres na tentativa de motivar os jogadores ainda mais.

Há 14 partidas sem vitória na competição, os dirigentes aumentaram o ''bicho'' para R$ 10 mil por jogo para cada atleta, esperando que o foco e concentração da equipe aumentem nos próximos confrontos.

Integrantes de estafes de jogadores comentaram com o blog a idéia dos comandantes colorados. ''Os caras estão fazendo de tudo para não cair. Pagando valores de títulos por partida. A coisa não está fácil por lá'', comentou um dos assessores, pedindo anonimato.

O Inter volta à campo contra o Santos, nesta quinta-feira, às 21h, no Beira-Rio. Só uma vitória pode tirar o time do Z4, ao final da rodada.


Modelo de gestão se esgotou no futebol brasileiro
Comentários 2

Alexandre Praetzel

O modelo de gestão atual do futebol brasileiro está esgotado. Clubes vivem ''amarras'' políticas, reféns de grupos e torcedores uniformizados. Um presidente é eleito num colégio eleitoral pequeno, com raríssimas exceções.

Conselhos deliberativos com 300 ou mais componentes decidem os caminhos de agremiações que faturam mais do que muitos municípios brasileiros. A profissionalização se resume a contratação de um executivo para o departamento de futebol. Trabalho bom é o que ganha. Tudo se baseia nisso.

Nos últimos dias, vimos São Paulo e Inter passarem por situações parecidas. O tricolor envolto em conflitos políticos e abalado pela invasão ao CT, patrocinada por grupos de oposição, segundo o presidente Leco. O diretor remunerado, Gustavo de Oliveira, é acusado de incompetente e despreparado por causa de seu salário graúdo. Enquanto o time estava nas semifinais da Libertadores da América, não se discutia nada disso.

No Inter, o presidente Vitório Píffero perdeu o vestiário e chamou o amigo e hoje empresário, Fernando Carvalho, para salvar a equipe do inédito rebaixamento para a Série B. Demitiu dois técnicos e foi pressionado fortemente por torcedores e sócios. Entregou a chave para Carvalho, considerado o maior dirigente da história colorada para a maioria. Quando foi líder por oito rodadas, o silêncio imperou nas arquibancadas.

São dois exemplos recentes, mas outros virão logo, logo. Ao invés de elaborarem planejamentos com metas, objetivos e resultados, profissionalizando as gestões e cobrando os funcionários pelos seus desempenhos, os dirigentes preferem a vaidade e o status dos cargos que ocupam, valendo-se apenas de faixas no peito e taças no armário.


Vadão elogia CBF no apoio ao futebol feminino
Comentários 6

Alexandre Praetzel

Olá pessoal. Na estréia do blog, uma entrevista com Osvaldo Alvarez, o Vadão, técnico da Seleção  Brasileira de futebol feminino. Aos 60 anos, Vadão assumiu o Brasil, no segundo semestre de 2014, após passagens por Corinthians, São Paulo, Atlético-PR, Guarani e outros clubes do futebol masculino. O Brasil terminou a Olimpíada na 4ª colocação. Leia abaixo.

Ainda continuas no cargo ou já projetas outro trabalho?
Vadão:
 Por enquanto, a gente continua na seleção até o final do ano. Depois, haverá uma reciclagem com a CBF para vermos o que é mais importante. Temos um amistoso na França, neste mês de setembro e o torneio internacional, em Manaus, no final do ano. Continuaremos até dezembro e vamos estudar com a CBF qual o melhor caminho para o futebol feminino.

É mais fácil e melhor treinar mulheres do quê homens?
Vadão:
 Elas são extremamente dedicadas no plano tático. A mulher brasileira não tem oportunidade de trabalhar nas categorias de base porque isso praticamente não existe no Brasil. São poucas equipes com categorias de base. Então, essas meninas passam a ter orientações quase na fase adulta. Elas estão sempre atrás, diminuindo o prejuízo. A dedicação é tudo. Por isso, o Brasil jogou um bom futebol na Olimpíada. O time estava muito bem organizado. As meninas se dedicaram demais em todos os trabalhos nestes dois anos e meio para chegarmos bem e apresentarmos um bom futebol. Uma pena que a gente não tenha ganho medalha, mas com apoio da CBF e um trabalho sério, é possível apresentar ter um bom desempenho.

É tranquilo trabalhar na CBF, mesmo com os problemas de gestão do presidente Marco Polo Del Nero?                                                    
Vadão: Fui contratado pelo Marco Polo e pelo Marin. Era o final da gestão do presidente Marin. Presidente Marco Polo nos deu tudo, todo o apoio. Quando fui contratado por eles, era um projeto de dois anos e meio, com encerramento na Olimpíada. Essa pressão externa que às vezes envolve o presidente, a gente não sentiu na CBF. Tudo aquilo que foi pedido, o presidente nos ofereceu. O mínimo que poderíamos retribuir, seria com uma medalha, mas não conseguimos. Dentro da CBF, em relação ao futebol feminino, as coisas foram muito bem. Tivemos o mesmo tratamento do masculino. Só posso fazer muitos elogios nestes dois anos e meio trabalhando na CBF.

O crescimento e afirmação do futebol feminino são utopias no Brasil?
Vadão:
Se não começar por plano de governo, prefeituras e não tivermos onde jogar, são poucos clubes que têm futebol feminino. Raros têm categorias de base. É muito difícil o desenvolvimento do esporte. Quando você vê o Brasil entrando em campo, realmente enxerga um time muito bom, mas não temos desenvolvimento da modalidade. A reposição é um pouco demorada porque precisamos que se jogue futebol feminino no Brasil. Há várias meninas que querem jogar, mas não existe onde. Tu pegas uma menina de dez anos, ela tem que jogar numa escolinha de homens porque não existem para mulheres. Nossa realidade é muito difícil, por isso nossas jogadoras estão de parabéns.

Se tu não renovares com a CBF, retornas ao futebol masculino?
Vadão:
Lógico. Se não renovar com a CBF, volto para a realidade do futebol masculino.