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Vadão elogia CBF no apoio ao futebol feminino
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Alexandre Praetzel

Olá pessoal. Na estréia do blog, uma entrevista com Osvaldo Alvarez, o Vadão, técnico da Seleção  Brasileira de futebol feminino. Aos 60 anos, Vadão assumiu o Brasil, no segundo semestre de 2014, após passagens por Corinthians, São Paulo, Atlético-PR, Guarani e outros clubes do futebol masculino. O Brasil terminou a Olimpíada na 4ª colocação. Leia abaixo.

Ainda continuas no cargo ou já projetas outro trabalho?
Vadão:
 Por enquanto, a gente continua na seleção até o final do ano. Depois, haverá uma reciclagem com a CBF para vermos o que é mais importante. Temos um amistoso na França, neste mês de setembro e o torneio internacional, em Manaus, no final do ano. Continuaremos até dezembro e vamos estudar com a CBF qual o melhor caminho para o futebol feminino.

É mais fácil e melhor treinar mulheres do quê homens?
Vadão:
 Elas são extremamente dedicadas no plano tático. A mulher brasileira não tem oportunidade de trabalhar nas categorias de base porque isso praticamente não existe no Brasil. São poucas equipes com categorias de base. Então, essas meninas passam a ter orientações quase na fase adulta. Elas estão sempre atrás, diminuindo o prejuízo. A dedicação é tudo. Por isso, o Brasil jogou um bom futebol na Olimpíada. O time estava muito bem organizado. As meninas se dedicaram demais em todos os trabalhos nestes dois anos e meio para chegarmos bem e apresentarmos um bom futebol. Uma pena que a gente não tenha ganho medalha, mas com apoio da CBF e um trabalho sério, é possível apresentar ter um bom desempenho.

É tranquilo trabalhar na CBF, mesmo com os problemas de gestão do presidente Marco Polo Del Nero?                                                    
Vadão: Fui contratado pelo Marco Polo e pelo Marin. Era o final da gestão do presidente Marin. Presidente Marco Polo nos deu tudo, todo o apoio. Quando fui contratado por eles, era um projeto de dois anos e meio, com encerramento na Olimpíada. Essa pressão externa que às vezes envolve o presidente, a gente não sentiu na CBF. Tudo aquilo que foi pedido, o presidente nos ofereceu. O mínimo que poderíamos retribuir, seria com uma medalha, mas não conseguimos. Dentro da CBF, em relação ao futebol feminino, as coisas foram muito bem. Tivemos o mesmo tratamento do masculino. Só posso fazer muitos elogios nestes dois anos e meio trabalhando na CBF.

O crescimento e afirmação do futebol feminino são utopias no Brasil?
Vadão:
Se não começar por plano de governo, prefeituras e não tivermos onde jogar, são poucos clubes que têm futebol feminino. Raros têm categorias de base. É muito difícil o desenvolvimento do esporte. Quando você vê o Brasil entrando em campo, realmente enxerga um time muito bom, mas não temos desenvolvimento da modalidade. A reposição é um pouco demorada porque precisamos que se jogue futebol feminino no Brasil. Há várias meninas que querem jogar, mas não existe onde. Tu pegas uma menina de dez anos, ela tem que jogar numa escolinha de homens porque não existem para mulheres. Nossa realidade é muito difícil, por isso nossas jogadoras estão de parabéns.

Se tu não renovares com a CBF, retornas ao futebol masculino?
Vadão:
Lógico. Se não renovar com a CBF, volto para a realidade do futebol masculino.

 


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