Rogério Ceni e o pensamento mágico são-paulino
Alexandre Praetzel
Rogério Ceni pretende ser técnico do São Paulo em 2017. O presidente Leco abriu esta possibilidade, admitindo que a idéia é interessante, com Rogério podendo ficar seis meses ou seis anos no cargo. O mandatário tricolor sabe que não será uma aposta simples, apesar da idolatria da torcida e da aura de ''mito'' que carrega o ex-goleiro.
Particularmente, vejo como um pensamento mágico. A chance de dar certo é igual a de treinadores disponíveis no mercado como Roger Machado, Abel Braga, Vágner Mancini e outros mais experientes. Claro que Rogério é um grande profissional e obcecado por trabalho, vitórias e títulos.
Agora, começar logo no primeiro time tricolor, vejo como um risco desnecessário. Tudo porquê a cultura diretiva brasileira se baseia no resultado. Uma sequência de derrotas abala o maior ídolo de qualquer clube, no Brasil. Dirigentes não aguentam tamanha pressão e fecham os olhos e tapam os ouvidos para grandes nomes da história.
Falcão, Figueroa e Fernandão no Inter. Zico no Flamengo. Renato Portaluppi e De León no Grêmio são exemplos que eu me lembro, onde as diretorias não pensaram duas vezes, antes de dispensá-los. Acho que Rogério Ceni poderia ser um bom nome para as categorias de base e depois, naturalmente, assumir o elenco principal, com lastro e experiência. Afinal, estamos cansados de ouvir de ex-jogadores que a função de técnico é muito mais difícil de assumir.
A torcida estará ao lado de Rogério Ceni, que será muito maior do que qualquer direção. Suas entrevistas e seus treinos diários vão repercutir bem mais do que muitas decisões da cúpula são-paulina. Suportar a perda de espaço na mídia e administrar a vaidade de ficar em segundo plano, também serão desafios dos dirigentes amadores tricolores. Vamos aguardar os próximos capítulos.