Blog do Praetzel

Arquivo : diretor executivo de futebol

Galiotte elogia torcida e não pensa na contratação de um novo zagueiro
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras chegou a cinco vitórias em cinco jogos no Paulista. O time de Roger Machado é apontado como o principal favorito para conquistar o Estadual pela qualidade e variedade de opções do elenco. O blog conversou com o presidente Maurício Galiotte, começando seu segundo ano de gestão, depois de passar em branco, em 2017. Galiote avaliou o momento do clube e ressaltou o foco no trabalho para esta temporada. Confira.

O Sr. esperava cinco vitórias em cinco jogos neste início de temporada?

Estamos trabalhando. Nossos objetivos são sempre as vitórias. Trabalhando, agora nossos objetivos são os títulos, trabalhar cada vez mais. Sempre ganhar um clássico é importante. O trabalho continua. Vamos sempre em busca dos nossos objetivos.

O Palmeiras montou um grande elenco e o estádio está sempre cheio. Time forte leva a isso?

Leva a isso também, mas a torcida comprometida do Palmeiras, engajada que o Palmeiras tem é que também leva a isso. Nosso torcedor está sempre junto conosco, em todas as situações, no sócio Avanti, no Estádio, nos momentos difíceis. Então, nós temos que sempre agradecer ao torcedor do Palmeiras. É o torcedor do Palmeiras que faz a diferença.

Qual foi o resumo que o Sr. fez em 2017, do que não poderia errar em 2018?

Nós antecipamos todo o planejamento, começamos a trabalhar com antecedência. Nós fizemos uma avaliação do que a gente precisava em termos de elenco, o que a gente precisava fazer para suprir algumas necessidades. E foi exatamente isso que nós fizemos, com antecedência.

Palmeiras pensa em negociar alguém para equilibrar as contas ou não?

Venda e compra de jogador faz parte do futebol. O que nós temos que fazer é avaliar se nós precisamos contratar e se nós tivermos grandes propostas, também avaliar. Isso faz parte de uma gestão responsável, mas hoje a gente entende que o elenco do Palmeiras está bastante competitivo e esse é o nosso objetivo para todo o ano.

Precisa de um zagueiro?

Não. Hoje nós temos bons zagueiros no grupo. Estão jogando e nós vamos com esse grupo que está aí.

Chegou alguma proposta para algum dos jogadores que não foram inscritos no Paulista?

Não. Por enquanto, não.

Torcedor não gosta de ver o Palmeiras favorito. O Sr. gosta?

Eu acho que ser favorito é o fato de você ter uma grande equipe, o fato de você estar se preparando. Só que favoritismo são os três pontos. Você precisa ganhar. Se não a expectativa fica lá em cima e só ganha um. No ano passado, nós também tínhamos um elenco muito competitivo, um grupo muito forte. Nós não ganhamos. Faz parte. Nós temos que continuar com um grupo competitivo. Continuar trabalhando. E nós vamos ganhar.

Qual é o rival que mais lhe preocupa hoje em termos técnicos, não em gestão?

Nós temos que nos preocupar com o Palmeiras. Todos os times são grandes equipes, bem preparadas, todos trabalham. Então, nós temos que nos preocupar com o Palmeiras.

O Palmeiras volta a campo, sábado, contra o Mirassol, fora de casa. A estreia na Libertadores, será apenas dia 1º de março contra um adversário a definir.


Sobrinho de Raí prevê sucesso do tio, pede gestão coletiva e defende Cueva
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Alexandre Praetzel

Gustavo Oliveira atuou como diretor-executivo de futebol do São Paulo por duas oportunidades. A primeira, em 2013, e depois, em 2016, deixando o clube em setembro do ano passado. Filho de Sócrates e sobrinho de Raí, Gustavo concedeu uma entrevista exclusiva ao blog. No bate-papo, Gustavo acredita no sucesso do tio, pede mais trabalho coletivo nas gestões e defende a contratação do peruano Cueva. Confira a seguir.

Como viste a efetivação de Raí como diretor de futebol executivo do São Paulo?

Muito feliz. Por ele e pelo clube. O clube tem buscado uma referência, um lastro, e o Raí tem todas as condições de sê-lo. Além das qualidades intelectuais e éticas, é um apaixonado pelo clube. Estou certo do sucesso deste encontro, tanto que tentei promover esta aproximação ano retrasado, mas naquela oportunidade não foi possível.

Achas que ele corre risco de não dar certo no cargo, mesmo tendo sido um grande ídolo?

A condição de ídolo lhe confere apoio inicial, mas também aumenta a expectativa e as cobranças. A história recente do clube já demonstra isso. No futebol, a percepção de qualidade de um diretor é muitas vezes desconectada da real qualidade do trabalho. O resultado, por exemplo, influencia demais na avaliação. Se a bola entra, o trabalho é excelente. Se a bola bate na trave, o trabalho é péssimo. E são coisas que não se controlam totalmente, ganhar ou perder também é imponderável. Desconsiderando o resultado, é certo que o trabalho será bom. Agora, se vai ganhar ou não, impossível prever.

São Paulo se perdeu um pouco e hoje está atrás dos rivais?

Isto é cíclico. Períodos de conquistas são sucedidos por períodos de baixa. Assim é a história de todos os clubes grandes brasileiros. Acredito que o clube necessita de uma reflexão. De todos os agentes. Diretoria, atletas, torcida, profissionais de suporte, etc. Em 2017, parece que o torcedor se propôs a esta auto-reflexão. É um bom início.

Por que oito dirigentes, incluindo você, não conseguiram grandes sequências de trabalhos no clube?

Enquanto se acreditar que somente uma pessoa é herói ou vilão, esta situação não muda. O clube funciona com vários personagens. E todos são importantes. Cada qual com suas atribuições e responsabilidades. É uma obra coletiva. Todos ganham e todos perdem. Se toda vez que perder duas partidas se cortar uma cabeça, nada será construído ao longo do tempo.

É difícil trabalhar com o presidente Leco?

O ambiente interno do futebol é repleto de conflitos. Quando se administra os conflitos com lealdade, o caminho é bom. E lealdade é uma qualidade do presidente Leco.

Você acredita que o Cueva valeu o investimento na contratação dele?

Fico satisfeito de ter viabilizado o Cristian(Cueva) para o torcedor são-paulino. O momento era desafiador, pois já sabíamos que dificilmente o Paulo Henrique Ganso ficaria conosco. Precisávamos substituí-lo com pouco ou nada de dinheiro. Quando assisti o Cristian pela primeira vez, pensei: temos uma chance. Além do Cristian, orgulho-me de ter montado o time semifinalista da Libertadores com zero de investimento. Calleri, Maicon, e outros, todos por empréstimos gratuitos. De montar, também com baixíssimo investimento, o elenco vice-campeão de 2014 com Souza, Pato, Kaká. Sem se falar nos garotos como Thiago Mendes, Lyanco, Shaylon. Esta era minha obrigação e tentei fazer da melhor maneira.

Você sempre foi muito elogiado pelas negociações e trabalho, mas acabou saindo. Ficaste decepcionado?

Frustrado por não ver o amadurecimento do modelo de gestão e das estratégias propostas.

A demissão do Rogério Ceni te surpreendeu?

Acompanhei pouco. Eu já estava fora. O volume de informação que o público toma conhecimento do lado de fora é muito pequeno diante de todos os elementos para uma decisão.

Como vês uma gestão moderna hoje?

Esta resposta merece um livro(risos). Em poucas palavras, uma gestão moderna, atualmente no Brasil, se faz dividindo responsabilidade com o comando técnico(e não demitindo treinador na primeira intempérie), envolvendo os profissionais do clube de forma colaborativa(tomadas de decisão de forma coletiva), definição clara de atribuições e responsabilidade no Departamento de Futebol, facilitando a cobrança de resultados de cada profissional. E o mais importante, estratégia.

Vais assumir algum clube? Ainda pensas em voltar ao São Paulo, um dia?

2017 foi para mim um período de reflexão e estudo, além de prestar consultoria. Meu caminho mais provável deve ser a Europa.

Em 2016, o São Paulo foi semifinalista da Libertadores da América, com Edgardo Bauza como técnico e Gustavo Oliveira como executivo. O peruano Cueva foi contratado do Toluca-MÉX, time eliminado pelo tricolor. Sua vinda gerou discordância do diretor de futebol, Luiz Cunha, contrário à aquisição, pelos valores desembolsados.

Cueva custou U$ 2,5 milhões. Aos 26 anos, disputou 69 jogos e marcou 17 gols pelo São Paulo. Vai disputar a Copa do Mundo pela Seleção do Peru. Foi a maior contratação da gestão de Gustavo Oliveira.

 


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