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Até treinos viram problemas de segurança. Falimos mesmo
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Alexandre Praetzel

Palmeiras e Corinthians promete ser um jogaço, na decisão do Campeonato Paulista, domingo, no Allianz Parque. Uma final intensa, nervosa e com dois bons times em campo. E uma semana inteira para promover o clássico e destacar as coisas boas. Pois bem, os dois Clubes começam a chamar seus torcedores e anunciam abertura dos treinos de sábado para uma confraternização entre galera e jogadores. Tudo como apoio e incentivo para a partida. Para dar uma oportunidade a quem não estará no estádio, envolvendo palmeirenses e corintianos. Uma medida racional e normal.

Ledo engano. Tudo vira problema no Brasil, ainda mais em São Paulo. A Polícia Militar proíbe e o Ministério Público lava as mãos. Afinal, como garantir segurança num sábado pela manhã? Sei que o extremismo e o fundamentalismo invadiram os sentimentos clubísticos, mas não podemos generalizar e impedir que uma simples abertura de treino, se torne um caso de polícia. Daqui a pouco, vamos fechar os estádios, então? Não é possível.

Será que é impossível pensar num clima de festa? Ou tentar organizar o mínimo que seja, para que os comparecimentos sejam no mesmo dia?

Difícil. O futebol mudou, é verdade. Mas as autoridades mudaram muito mais, para pior. Pagamos impostos, nos deslocamos, trabalhamos, promovemos, mas não temos segurança.

Lembro que em 2009, na última rodada do Campeonato Brasileiro, a PM do Rio de Janeiro deu condições para dois jogos ao mesmo tempo: Fla X Grêmio, no Maracanã, e Botafogo X Palmeiras, no Engenhão. E era decisão de título. 80 mil no Maracanã e 30 mil no Engenhão. Dois jogos no mesmo horário. Nove anos atrás.

Em São Paulo, nem treino conseguem garantir no mesmo dia. Triste fim.


O enterro do “Clássico dos Milhões”
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Alexandre Praetzel

Admito que sou saudosista e acho que o futebol brasileiro dos anos 70 e 80 era muito melhor do que o atual. Fui a vários jogos com torcidas divididas e mais de 70 mil pessoas em clássicos. Por isso, não posso esconder minha tristeza e decepção com o público de 6.979 num Flamengo e Vasco, numa semifinal da Taça Guanabara.

Pasmem. Até a quarta-feira, não se sabia onde seria o confronto, 72 horas antes. Dirigentes e funcionários burocratas eram as “estrelas” com entrevistas enfáticas e atitudes ameaçadoras. Em nenhum momento, se pensou no torcedor, na organização do torneio e num jogo deste tamanho.

A FERJ sabia que as semifinais seriam no fim de semana do Carnaval. A Polícia Militar também. Todos conheciam a situação lamentável do Maracanã e deixaram tudo para a última hora. Trataram o produto como lixo, essa que é a realidade. Moral da história: o “Clássico dos Milhões” foi enterrado, antes da quarta-feira de cinzas.

Que saudades do Maracanã lotado com públicos de 150 mil pessoas em Vasco e Flamengo. Torcedores misturados na Geral e nas cadeiras azuis. Vi bastante pela TV e depois como profissional do jornalismo esportivo.

Por isso, lamento a falência dos Estaduais, capitaneados por federações que não difundem o futebol, não trabalham em benefício dos clubes e nem ajudam na parte financeira. Entidades poderosas e com mandatários realizados, enquanto o futebol agoniza nos Estados. É só olhar e constatar.

Flamengo e Vasco para 6.979 pessoas, em Volta Redonda, numa semifinal de Taça Guanabara? Não pode. Jamais. Foi a constatação da incompetência dos organizadores e da passividade de quem participa deste circo. Uma pena.


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