Blog do Praetzel

Arquivo : Paulo Nobre

Palmeiras retoma relações com uniformizados, sem privilégios e benefícios
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras reatou relações com os torcedores uniformizados. O presidente Maurício Galiotte entende que o tratamento deve ser o mesmo dispensado aos outros palmeirenses, sem privilégios e benefícios. Nos últimos dias, Galiotte adotou medidas consideradas normais a qualquer palmeirense, na relação com as “organizadas”. Cito alguns exemplos abaixo.

– Uniformizados poderão ficar na curva do gol da Praça Charles Miller, no Pacaembu. Jogadores entendem que eles ajudam mais naquele local, pressionando o adversário e apoiando o time, ao invés do Tobogã.

– Compra de ingressos no Allianz Parque, para jogos fora de São Paulo. Uniformizados reclamavam que tinham que chegar em outros estádios e ainda adquirir ingressos, prejudicando a entrada e facilitando agressões por parte de “torcedores” adversários.

– Atletas do Palmeiras poderão ter relações normais com as “organizadas”. Na última festa de uma delas, Dudu e Tchê Tchê enviaram vídeos com cumprimentos, algo proibido na gestão Paulo Nobre.

A diretoria de Galiotte pede para deixar claro que não haverá nenhuma vantagem como subsídios de transportes e facilidades e prioridades na aquisição de entradas. A tolerância será zero com tentativas de intimidações e agressões a qualquer palmeirense. Será um tratamento com respeito mútuo, acreditando nas palavras das duas partes envolvidas.

É uma nova mentalidade. Vamos ver se vai funcionar e se Galiotte e companheiros de direção não irão sucumbir a pressões externas e internas.

Paulo Nobre rompeu com as “organizadas”(com razão), após agressão aos atletas no retorno de uma viagem à Buenos Aires, no aeroporto local, depois de um jogo contra o Tigres, pela Libertadores da América, em 2013.


Produtividade funciona bem no Palmeiras
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Alexandre Praetzel

Os contratos de produtividade fizeram sucesso no Palmeiras. Durante quase toda a temporada, o clube conviveu com um ambiente competitivo e comprometido com metas e objetivos. A campanha vitoriosa no Brasileiro demonstra isso.

O Palmeiras teve mais vitórias, melhor ataque, melhor defesa e nenhum jogador expulso. Quem recebe cartão vermelho, sente no bolso. A disciplina imperou. O departamento médico esteve praticamente vazio, salvo algumas lesões de jogo. As dores musculares, tão rotineiras em anos anteriores, sumiram do vestiário.

Cuca conseguiu deixar o grupo focado, mesmo com vários nomes experientes e atuando pouco. Ainda assim, o Palmeiras nunca remunerou tão bem seus profissionais como neste ano. A ideia de Paulo Nobre, tão combatida no início de gestão, funcionou demais em 2016. Atletas entenderam que quanto mais estivessem à disposição, mais teriam chances de encorpar o salário, sem reclamações e picuinhas.

Claro que o modelo agrada e funciona bem, quando o time conquista títulos. Mas, num meio cada vez maior de jogadores acomodados em longos contratos, a produtividade se faz necessária, com o apoio e convicção da comissão técnica e dirigentes do futebol. O Palmeiras virou exemplo. O modelo seguirá com Maurício Galiotte.


Palmeiras vê Cuca mais longe, mas aguarda até o fim para buscar plano B
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Alexandre Praetzel

O jogo do título brasileiro contra a Chapecoense, domingo, no Allianz Parque, pode ser o último de Cuca à frente do time, em São Paulo. O treinador dá mostras de que não vai renovar com o clube, apesar de ter dado sua palavra à diretoria, em setembro. Alguns fatos recentes demonstram esta situação. Vamos a eles.

– Cuca deu sua palavra e apertou as mãos de Nobre e Galiotte, garantindo que iria permanecer no clube, após o Brasileiro, assim que Galiotte foi confirmado como candidato único à presidência. A renovação seria por dois anos. A atitude bastou aos dirigentes, seguros com o futuro do técnico;

– Com o passar dos dias, alguns comentários chegaram aos dirigentes de que Cuca estava afirmando à amigos de que não renovaria o contrato com o Verdão. Nobre e Galiotte sempre se mostraram tranquilos porque confiavam no compromisso verbal, acertado anteriormente;

– Na quinta-feira passada, antes do jogo diante do Atlético-MG, em Belo Horizonte, alguns jornalistas mineiros revelavam que Cuca tinha comentado com ex-companheiros do Galo de que não ficaria no Palmeiras;

– Cuca concedeu uma entrevista ao jornal italiano “Gazzetta Dello Sport”, onde declarou que pretende fazer um estágio na Europa em 2017. As declarações chamaram a atenção dos dirigentes, que o questionaram se aquilo era verdade. Cuca desconversou e deixou um ponto de interrogação no ar;

– Galiotte e Alexandre Mattos queriam um posicionamento de Cuca sobre a contratação do atacante venezuelano Guerra. Cuca não se manifestou e os dois encaminharam a negociação, para não perder a chance de contratá-lo;

– Nobre e a diretoria já não têm a certeza se Cuca irá manter a palavra e renovar. Nos bastidores, admitiram a possibilidade de saída, mas vão aguardar até o final.

Cuca é a prioridade. Publicamente, não fala sobre o assunto. No momento, a tendência é a saída de Cuca. Alexandre Mattos ficará na gestão de Galiotte por mais dois anos.


Belluzzo elogia Paulo Nobre e ironiza Mustaphá sobre Allianz Parque
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Alexandre Praetzel

O ex-presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, não gosta de dar pitaco na gestão de outros mandatários do clube. No entanto, gentilmente, Belluzzo aceitou conceder uma entrevista exclusiva ao blog, onde elogiou a gestão de Paulo Nobre e o novo presidente, Maurício Galiotte. Acompanhem.

Gestão do Paulo Nobre

“Olha, eu já disse várias vezes que eu acho que ex-presidente não deve ficar dando pitaco na gestão do outro. Esse é um hábito péssimo, mas eu acho que ele teve dificuldades no primeiro mandato e depois ele foi muito bem. Conseguiu montar um elenco. Trouxe um técnico que foi capaz de organizar direito o time. O Palmeiras tem um grupo de jogadores qualificados dentro do padrão do futebol brasileiro. O Cuca soube montar bem o time, usando bem o Gabriel Jesus, Dudu, Tchê Tchê e Moisés. Montou bem a defesa. O Palmeiras teve a capacidade de contratar jogadores que se encaixaram. Só posso cumprimentar o presidente que vai me dar a alegria de ser campeão brasileiro. Apesar de eu não ter uma relação pessoal com ele, isso não tem nada a ver. Você tem que olhar sobretudo o que está acontecendo com o clube e o clube está indo muito bem”.

Maurício Galiotte

“Eu conheço o Maurício. Ele foi diretor social na minha gestão. É um sujeito muito equilibrado, gentil, empenhado nas coisas do Palmeiras. Foi ótimo diretor social. Ele tem uma qualidade de conciliador, daquele que é capaz de administrar os conflitos porque o Palmeiras é muito inçado de conflitos, às vezes de mesquinharias, o que não é bom você sustentar. Isso o Maurício é muito capaz de fazer e eu torço muito por ele. Que ele faça uma ótima gestão porque o Palmeiras precisa avançar, além do que já avançou. Eu acho o Maurício capaz de fazer isso”.

Oposição sem candidato à presidência

“Exatamente porque a oposição não queria criar um clima de excessiva hostilidade. Tem que terminar com isso. Eu acho que a oposição tomou uma decisão muito correta, sobretudo porque a eleição vai ser agora e o clube ainda está disputando o campeonato. É melhor apaziguar. Não que a oposição deva deixar de ser crítica. Fazer crítica é uma coisa. Fazer picuinha destrutiva é outra coisa. Eu briguei no Palmeiras para terminar com isso. Não fui capaz de fazer porque ali, às vezes, há uma fermentação de alguns egos um pouco exagerados. Acho que a oposição tem que continuar sendo crítica, crítica mesmo, se qualificando para fazer a crítica e ao mesmo tempo, contribuindo para a paz interna do clube”.

Palmeiras x WTorre

“Eu acho que isso não é necessário. Não é a primeira vez que o Palmeiras demonstra uma certa dificuldade de lidar com os parceiros. E isso parece que continua até mesmo com o patrocinador atual. O que eu acho ruim porque isso na verdade vai tirando o entusiasmo das empresas, dos parceiros, do mundo empresarial, para trabalharem com o futebol. Outro dia eu estava conversando com um construtor sobre a possibilidade de ele seguir fazendo empreendimentos com outros clubes e ele falou: olha, depois de uma experiência que eu tive, ele falou de outro clube, não vou repetir isso. Entendo que isso é muito movido pela paixão, mas não pode. Você tem que tratar seu parceiro de maneira digna e vice-versa. Não é difícil isso, mas parece também que não é fácil”.

Permanências de Cuca e Alexandre Mattos

“Sou muito a favor. Eles fizeram um bom trabalho e para usar um velho jargão: Em time que está ganhando não se mexe”.

Mustaphá não acha Allianz Parque lucrativo

“Eu acho que o Mustaphá tem dificuldade de aceitar o que os outros fazem. Fundamentalmente, é isso. O que ele disse eu considero de fato, para ser gentil, uma impropriedade. Muita gente me diz e as pessoas me telefonam. Falam que isso é ridículo. Isso é visão de torcedor. De fato, isso é contra-factual. Se choca frontalmente com os fatos. Então, eu acho que nem vou comentar. O que ele falou já se desfaz por si mesmo”.

Suspensão do conselho deliberativo por um ano

“Eu não vou gastar meu estoque emocional com mágoas em relação às pessoas com as quais, eu tenho muitos amigos no conselho do Palmeiras. Eu não dispensaria um esforço para ter mágoa deles, entendeu. Para mim, não fez nenhuma diferença. Eu já disse que eles não podem cassar minha condição de torcedor do Palmeiras. Então, isso eles não podem cassar. Esse negócio do conselho, para mim, é absolutamente irrelevante. Eu não vou lá mesmo. A minha intenção é não frequentar mais a política do clube. Eu já fiz o que tinha que fazer. Não vou ficar lá incomodando, digamos, os desconfortos das pessoas comigo. Eu não me interesso por isso. Eu tenho outras coisas. Na verdade, estou escrevendo mais dois livros. Sobre economia, sobre as coisas contemporâneas como complexidade, etc. Eu me distraio muito com minha atividade intelectual. Me distraio com o Palmeiras e com minha atividade intelectual. O conselho do Palmeiras não me interessa nem um pouco”.

No dia 24 de maio, Belluzzo foi suspenso por um ano pelos votos de 119 conselheiros contra 70, por má gestão do clube, em 2010. Belluzzo é considerado por muitos palmeirenses, como o mentor do projeto do Allianz Parque. O estádio rendeu R$ 87 milhões brutos em bilheteria, nos jogos de 2015, e deve aumentar esses números na atual temporada.


Toninho Cecílio torce por Paulo Nobre e vê Lucas Lima superior a G.Jesus
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Alexandre Praetzel

O técnico Toninho Cecílio, ex-zagueiro e gerente de futebol do Palmeiras, em 2009, acredita que o Verdão luta pelo titulo brasileiro com o Flamengo. Toninho torce por Paulo Nobre e vê Lucas Lima superior a Gabriel Jesus, no momento. Abaixo, acompanhe a entrevista exclusiva ao blog.

Palmeiras campeão brasileiro

“Difícil dizer. Acho uma irresponsabilidade falar isso né. Até uma falta de respeito com as outras equipes. Eu nunca gosto de fazer isso, sabe? Eu respeito muito o campeonato, os adversários, o futebol como um todo. É uma equipe que está jogando muito bem, está sólida. Tem problemas às vezes dentro das partidas, mas corrige. Na outra partida, Cuca já mexe. Você vê trabalho no Palmeiras. Então, tem tudo para ser, brigar até o final. Acho que é por aí. Não vai ser fácil, todo mundo sabe disso, vai ter que doer até o final realmente, mas tirando a análise fria, calculista e profissional, gostaria de ver o Paulo Nobre campeão, pela seriedade dele, pela ambição de ser campeão, pela dedicação que ele tem com o Palmeiras. Ele foi meu vice-presidente lá atrás, eu conheço bem ele, viajava conosco. Então assim, ele merece. Eu gostaria sim de gestões sérias. Elas precisam ter sucesso. A do Flamengo também é. Eu gosto disso. Prefiro que uma gestão séria seja campeã, seja Flamengo, seja Palmeiras, e principalmente por ter laço e ter trabalhado junto com Paulo Nobre e Feitosa também, foi meu preparador físico no Palmeiras quando fui diretor. Então a gente torce pelos amigos né, mas não vejo assim como fácil não, vai precisar ter muita atenção nesta reta final”.

O gestor é fundamental no vestiário para ter um grande título

“Fundamental. O gestor, nesta reta final, eu já participei disso várias vezes, ele precisa estar atento, controlar os assuntos, ele tem que dominar o vestiário, muitas vezes o treinador não sabe, não é o caso do Cuca. Cuca é malandro da bola, mas o gestor é peça fundamental sempre, mas principalmente, liderando uma competição e numa reta final de Campeonato Brasileiro, saber os assuntos, na imprensa, a pressão de outros adversários, tudo isso, controlar alguma confusão que possa existir, enfim, junto com o treinador. Está próximo junto com o presidente, com o treinador, tudo isso tem que ser muito bem cuidado e tem papel fundamental o gestor”.

Cuca é o técnico certo para levar o Palmeiras ao título

“O Cuca é sim, um dos treinadores que poderia aí como está, como outros, Muricy, Marcelo, grandes treinadores que poderiam, o próprio Tite no Palmeiras né. Ele é um destes treinadores que tem condições de atravessar um campeonato brasileiro e bater campeão. Ele tem este conhecimento, a linguagem do futebol do vestiário, além de conhecimento tático. Cuca tem as duas coisas. Você vê bem claramente isso. Por exemplo, você olha o Tite. Tite é um pouco mais sisudo em termos de colocações técnicas e táticas. O Cuca já tem um linguajar um pouco mais próximo do boleiro, mas você vê o time dele jogando, você vê várias jogadas ensaiadas, vê compactação, vê tudo que o futebol moderno pede. Então, ele é preparado para o cargo, para estar onde está neste momento, liderando um Brasileiro com o Palmeiras. Um grande profissional, além de outros, cada um no seu perfil, mas ele é um de cinco ou seis que poderiam tranquilamente estar no comando do Palmeiras, como ele está”.

Gabriel Jesus, melhor jogador do Brasileiro

“Deixa eu pensar. Eu gosto muito do Lucas Lima, embora ele esteja fazendo algumas, ele fez um Paulistão esplêndido. O que ele fez no Paulistão, se ele faz no Brasileiro…Eu gosto muito do Lucas Lima. Acho que é mais completo. O Gabriel é um finalizador. Agora, de futebol bem jogado, vistoso, é o Lucas Lima com passes precisos. Ele fez uma partida contra mim no Paulistão, esplêndida. Eu estava no Mogi-Mirim. Então, eu gosto muito do Lucas, mas o Gabriel é um destaque, vamos dizer. Não diria que é o melhor jogador do campeonato. É o artilheiro, brigando pela artilharia. É um dos, senão for o melhor, é o segundo melhor. É um grande jogador, gosto muito da personalidade dele, muito humilde, muito trabalhador, guerreiro, sempre quer ganhar, não se entrega, é muito bacana isso, né. Ver um jogador assim com tanto potencial, já vendido, se entregando da forma como ele se entrega. Sério, né. Ele tem seriedade com o clube que ele veste a camisa. Se percebe isso claramente. Isso é bacana de ver. Precisa todo mundo ser assim. Todos os jogadores precisam ser desta maneira e não são. Então, a gente gosta muito deste tipo de jogador. Precisa dar certo né, pelo exemplo”.

Toninho Cecílio comandou o Santo André na Série A2 do Paulista, conseguindo o acesso para a divisão principal. Ainda não definiu seu retorno ao clube, para a temporada 2017.


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