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Zico prevê dificuldades na Copa e pede calma ao Flamengo na Libertadores
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Alexandre Praetzel

Arthur Antunes Coimbra, o Zico, foi um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro. Hoje, como comentarista esportivo dos canais Esporte Interativo e ainda técnico, Zico acredita que o Brasil não terá facilidades na Copa do Mundo, apesar de ter um grupo qualificado de jogadores. Em entrevista exclusiva ao blog, Zico vê uma chave dura para a Seleção na Copa, admite preocupação com Neymar e pede calma ao Flamengo, na primeira fase da Libertadores. Acompanhem o bate-papo exclusivo.

O que você achou da convocação do Tite? O treinador tem dificuldades para escolher?

Não. Eu acho que, você, quando tem esses jogos assim, que já não contam mais nada, às vezes você procura dar uma olhada em termos de comportamentos de alguns jogadores, que você viu que, talvez, possam estar tendo um grande rendimento, principalmente, lá fora. E aí, quer observá-los no grupo da Seleção, ainda mais em jogos importantes. Então, o Tite está com credibilidade porque eles fazem um grande trabalho de observação, de olhar, estar presente. Tem um grupo no staff muito bom. A margem de erro acaba sendo muito menor. Tomara que ele acerte mais uma vez, como tem acertado até o momento.

Vale a pena convocar alguém que nunca havia sido chamado, só para ter uma impressão?

Se o convocado estiver bem, estiver com bom aproveitamento no time dele, a gente aceita.

A lesão do Neymar te preocupa?

Preocupa. Qualquer lesão que você acaba tendo que fazer cirurgia, cirurgia é sempre problemática. Depende de uma série de fatores. Às vezes, uma coisa mínima pode gerar um problema maior. É jovem, é um cara que está com tesão de chegar na Copa do Mundo. Então, isso pode influenciar bastante na recuperação dele.

Você imagina alguém que possa fazer frente ao Brasil?

Futebol hoje está tão nivelado que, sabe, uma retranca lá, principalmente, da Suiça ou de uma Costa Rica, que a gente não pode nunca achar que vamos ter facilidades. Então, em Copa do Mundo, tudo pode acontecer. Tomara que não aconteça para o Brasil, que o Brasil possa passar bem. Mas não é um grupo fácil não.

Flamengo passa da primeira fase da Libertadores ou vai sofrer?

Ah, acho que vai ser difícil até o final. Tanto é que está tudo empatado no grupo. Não tem facilidades. Não pode é desesperar. Ter a obrigação de ter que ganhar fora de casa. É bom, se ganhar um jogo, mas como já empatou um jogo, agora ficou nessa situação de jogar com regulamento, dependendo dos próximos jogos.

Carpegiani ainda é um bom técnico?

É um bom técnico, sim. Tem um bom conhecimento de futebol. Eu não gosto desta filosofia dos técnicos do Brasil, que estão com essa coisa de poupar jogadores, ainda mais no início do ano. Então, negócio de poupar não é comigo não. A gente jogava todos os jogos, de três em três dias, quatro dias, e hoje, eu acho que há um relaxamento muito grande, até mesmo por parte dos jogadores, que não têm tesão de estar em campo, toda hora.

Por que não surgem mais grandes craques aqui no Brasil?

Surgem, mas estão saindo muito cedo. A gente não está vendo isso. Você vê que hoje tem grandes jogadores que estão fazendo sucesso lá fora como Neymar, Gabriel Jesus, Coutinho, Willian, e não tiveram muita oportunidade de jogar por aqui.

 

 


Pai de Neymar preferiu o ataque ao debate. Sofremos isso diariamente
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Alexandre Praetzel

O ex-jogador Casagrande, hoje comentarista de futebol, criticou a postura de Neymar dentro de campo, após a derrota do PSG para o Real Madrid. Em nenhum momento, atacou a pessoa e, sim, o jogador e seu desempenho. Ainda colocou torcedores e imprensa no mesmo balaio. Uma opinião forte, que pode ter apoiadores ou divergentes.

Acho que o contraditório sempre é saudável em qualquer debate. Duro e repugnante é quando acontece um ataque ao caráter, passado, feições ou vida pessoal. Neymar Pai partiu para a ofensa contra Casagrande. Ao invés de prestar atenção e pensar um pouco sobre as palavras do ex-atleta, preferiu lembrar de problemas enfrentados por Casagrande e tratá-lo como “abutre” ou invejoso.

Eu sou Pai e procuro errar o menos possível com meus dois filhos, mas não fico passando a mão na cabeça deles, se vejo postura ou comportamentos inadequados. Sempre terão meu apoio, mas ouvirei quando alguém fizer uma crítica a eles, sem perseguição. Infelizmente, hoje ninguém pode dizer mais nada. Qualquer observação, opinião contrária ou crítica, é rebatida com extremismo, fundamentalismo, ataques verbais e morais.

Sou um adepto das redes sociais e tenho muita honra em ter um blog no Portal UOL. Cada post que gera insatisfação pública, invariavelmente, é acompanhada de um xingamento ou ofensa. É um negócio doentio. Parece que o importante é distorcer, rebater ou atacar.

Sou chamado de “Cara rachada”, “Boca torta” e “Nariz torto”, a cada instante. Tudo porquê não concordam com meus conteúdos jornalísticos e informações divulgadas. As pessoas esquecem que acidentes podem acontecer com qualquer ser humano.

No meu caso, fui atropelado por uma moto, em dezembro de 1978, quando tinha oito anos, em Porto Alegre. Quase morri, mas Deus me deu uma segunda chance. Meu rosto foi parcialmente destruído. Graças a um ótimo cirurgião plástico, houve a reconstrução. Vou agradecer o resto da vida por não ter sofrido nenhum problema neurológico ou fisico, mas as marcas do acidente ficarão para sempre. Não estou posando de vítima, só ressaltando como procuram te atingir por algum problema pessoal, ao invés de divergir ou debater. Isso incomoda, sem dúvida.

E vale para todo mundo que tenha tido algum “acidente” de percurso. No caso Casagrande X Neymar Pai, eu sou Casagrande. Neymar Pai preferiu o “pode tudo” ao atacar um crítico do filho, que já o elogiou anteriormente. Foi mal. Muito mal.

Mais debate e respeito ao contraditório. Menos violência verbal e mais educação. Ainda acredito que isso possa existir.


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