Dracena elogia Valentim e pede paciência para resultados em 2018
Alexandre Praetzel
O Palmeiras terminará 2017 sem títulos, após conquistar o Campeonato Brasileiro, em 2016. A pressão aumentou porque o clube gastou mais de R$ 100 milhões em contratações. O time caiu nas semifinais do Paulista, nas oitavas da Libertadores da América, quartas-de-final da Copa do Brasil e vai encerrar a Série A entre os quatro primeiros colocados, provavelmente. Os jogadores foram cobrados por uniformizados, antes da partida contra o Flamengo, pelos maus resultados diante de Corinthians e Vitória. A resposta veio dentro de campo com a vitória de 2 a 0. O blog conversou com Edu Dracena sobre esse momento do Verdão. Confira a seguir.
É justo cobrar o Palmeiras pelos investimentos feitos, sem títulos em campo?
É difícil você falar em números porque o futebol não é uma ciência exata que você tem quantos milhões e será campeão. É lógico que tem alguns times que investiram pouco e podem estar mais na nossa frente, mas eu acho que o planejamento não é para agora. Lógico que a gente queria resultado imediato, mas o resultado pode vir a longo prazo, ano que vem, a gente manter o mesmo time para brigar pela Libertadores, Paulista. Então, a gente tem que ter tranquilidade, principalmente, para a gente que está no futebol há muito tempo, saber assimilar da melhor forma possível. Graças a Deus, atingi um nível na minha vida que, nem quando estou bem, vou achar que eu sou o melhor do mundo e nem quando estou mal, sou o pior do mundo. Então, eu sei o quanto posso render, o quanto eu sou importante para a equipe e continuar trabalhando sempre como eu sempre fiz em todas as equipes onde eu passei e procurando jogar e ajudar da melhor maneira possível.
A entrevista coletiva com os líderes do grupo ao lado do Valentim foi um apoio público para a permanência dele como técnico ou não teve nada a ver?
Não, não teve nada a ver. Foi realmente uma coincidência. O Alberto teve a ideia e conversou com a gente na vinda de Salvador para São Paulo. A gente achou que era uma maneira interessante de estar ali, não para mostrar que a gente está junto, como fizemos em campo contra o Flamengo, cada um se doando pelo outro para que o Palmeiras possa vencer. É isso que a gente quis demonstrar porque o grupo do Palmeiras é muito bom. Não tem cara que é sacana, que está ali nos atrapalhando. Pelo contrário, a gente vê no dia a dia que cada um está procurando de uma forma ou outra, jogar e ajudar o Palmeiras nos jogos.
O técnico do Palmeiras precisa ter história e currículo para aguentar o cargo?
Eu acho que não. O cara quando é bom, é lógico que quando você está num clube grande, a paciência é bem menor que você tem num clube pequeno. Mas se você acredita no projeto, no seu treinador, eu acho que tem que ir até o final. Não sei se o Alberto vai ficar ou não. Eu acho que ele está mostrando que tem condições. Não cabe a mim analisar. A gente já viu vários treinadores renomados, que não deram certo em outras equipes e nem por isso eles são criticados. Haja visto, o Cuca retornou e aí? O que aconteceu? Acho que a gente tem que dar tempo ao tempo. Infelizmente, o imediatismo é muito grande, principalmente, quando você fala de Palmeiras. Tem que ter paciência, tranquilidade e no momento de dificuldade, parar, analisar e tomar a atitude correta, sem fazer tempestade em copo d’água para que não venha atrapalhar num futuro próximo.
Alberto Valentim está confirmado no cargo até o final do ano. É provável que o Palmeiras contrate um novo treinador. O Palmeiras é terceiro colocado no Brasileiro com 57 pontos, 11 atrás do Corinthians. O time pega o Sport, quinta-feira, no Allianz Parque.