Kleina não quer jogos no Pacaembu e crê em fator casa para eliminar Santos
Alexandre Praetzel
A Ponte Preta será adversária do Santos, nos dois jogos das quartas-de-final do Paulista. Falta apenas definir quem terminará em primeiro lugar, na fase classificatória, para determinar os mandos de campo. A Ponte Preta recebe o Palmeiras e o Santos enfrenta o Novorizontino. Os dois times estão empatados com 19 pontos, mas o Santos leva vantagem nos critérios de desempates. O blog entrevistou o técnico Gilson Kleina a respeito dos confrontos e a possibilidade da Ponte Preta eliminar o Santos. Leia abaixo.
Por que voltaste para a Ponte Preta, estando bem no Goiás?
“Simples e objetivo. Nós chegamos o ano passado para tirar o Goiás da Série C, estava na zona de rebaixamento da Série B. Fizemos um trabalho de reação. Os números desse ano estavam muito bons, quarta fase da Copa do Brasil, líder do Campeonato Goiano, artilheiro, defesa menos vazada, quando houve um contato do presidente. Em alguns anos, quando saíam treinadores da Ponte Preta, sempre me convidaram e eu achei que nesse momento, estava na hora da gente voltar para um grande centro, para a Ponte Preta. Conversei com meu presidente no Goiás, como sempre a gente tem que ser transparente e a Ponte Preta exerceu o contrato, pagando a multa. O presidente do Goiás não queria que eu saísse, mas entendeu que eu fui conversar com ele e espero que a gente tenha êxito e sucesso aqui na Ponte Preta.
É possível eliminar o Santos em dois jogos pelas quartas-de-final do Paulista?
“Eu acho que a probabilidade e a condição aumentam. Se a gente mantiver esse nível de competitividade, são dois jogos extremamente equilibrados. Ainda não sei se a primeira partida ou segunda será em casa, mas de qualquer maneira a gente vai ter que saber jogar esse mata-mata. O Santos é uma equipe muito forte dentro da Vila e a Ponte é muito forte dentro do seu estádio. Então, vamos tentar unir nossas forças e fazer uma vantagem no primeiro jogo, se for em casa, para que a gente possa ter a condição de ter alguma estratégia para conseguir a classificação. Então, não tem jogo fácil, porém, se a gente tiver a mentalidade e o espírito vencedor, podemos passar para as semifinais”.
Aceitarias jogar as duas partidas no Pacaembu?
“Eu acho que a gente não pode abrir mão da nossa força no Moisés Lucarelli. Eu entendo que nós temos que exercer nosso direito de jogar em casa. Não aceitaria”.
Como vês o elenco hoje em relação aos grandes paulistas?
“A Ponte Preta vem num crescimento, nos últimos anos, haja vista que tem revelado jogadores no cenário nacional. Em 2011 e 2012, estive aqui e muitos jogadores estão em alto nível. Um elenco sempre precisa ser corrigido, qualificado e não é diferente neste momento. Estamos contentes com esse elenco, mas precisamos reforçar porque a gente sabe o que nos espera nos mata-matas do Paulista, Sul-Americana e, principalmente, Campeonato Brasileiro”.
O que destacas no Santos para neutralizar ou evitar?
“Tem um treinador há muito tempo com uma filosofia de trabalho, super agressivo, laterais e volantes jogam o tempo todo no campo adversário. É uma equipe que tem movimentação e jogadores técnicos, como Lucas Lima, Ricardo Oliveira, Thiago Maia, Vitor Bueno, que entraram nessa equipe, todos eles são fazedores de gols, mesclada com a experiência do Renato e o próprio Ricardo. A gente tem que saber neutralizar os pontos fortes deles, mas impondo os nossos”.
A passagem pelo Palmeiras te fortaleceu no mercado?
“Sem dúvida. O Palmeiras me fortaleceu muito no mercado e me amadureceu também. Lamento só que nos dois últimos trabalhos que a gente fez, que foi só uma manutenção de permanência e tivemos dificuldades como muitos treinadores estão tendo no futebol brasileiro. A Ponte Preta me alavancou e o Palmeiras também para grandes trabalhos e grandes desafios”.
Ponte Preta é um grande clube?
“Claro que sim. Vejo a Ponte Preta com uma camisa forte, uma equipe grande. Está faltando muito pouco consolidar títulos e conquistas. Quem está em Campinas vê o crescimento desta torcida. A gente vê um sentimento muito forte. Então, eu entendo que todos esses projetos que estou vendo aqui como Arena, investimento em estrutura de treinamento, contratações de jovens valores com grandes contratos, usando bem a base. Acredito que nos próximos anos, a Ponte Preta entrará em outro patamar”.
Gilson Kleina retornou à Ponte Preta, após bons trabalhos em 2011 e 2012, assumindo o Palmeiras, me setembro de 2012. Na sua primeira passagem, Kleina conseguiu levar a Ponte Preta à Série A do Brasileiro.