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Arquivo : Fred

Fred é mais goleador. Guerrero participa mais dos jogos
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Alexandre Praetzel

O Flamengo quer contratar Fred e tem Guerrero no elenco, mesmo que o peruano esteja suspenso por seis meses do futebol, por uso de substância proibida. Numa comparação entre os dois, a certeza de que jogariam em qualquer clube do Brasil, com 34 anos.

Fred chamou a atenção no América-MG, em 2003, quando marcou 33 gols em 51 jogos. Foi para o Cruzeiro, onde fez 56 gols em 71 partidas. Negociado com o Lyon da França, anotou 42 gols em 122 confrontos, por quatro temporadas. Retornou ao Brasil como um grande reforço para o Fluminense. Ajudou a livrar o time do rebaixamento na Série A, em 2009, e fechou um ciclo de seis anos e meio com dois Brasileiros e 172 gols em 287 jogos.

Fred foi para o Atlético-MG e teve que dividir a artilharia com Lucas Pratto. Não havia espaços para os dois e Pratto saiu. Em um ano e meio no Galo, foram 42 gols em 83 jogos. Ainda que tenha se machucado bastante, Fred tem mostrado um custo-benefício aceitável na sua principal característica: fazer gols. Não é um jogador muito participativo e atua mais posicionado dentro da área, mas demonstra enorme facilidade para colocar a bola para dentro do gol. Foi escorraçado depois da Copa do Mundo de 2014, injustamente classificado como um “cone”. Respondeu em campo. Se vale R$ 1 milhão mensais, isso é problema do Flamengo. Só acho que Fred ainda tem bola para jogar fácil, fácil, no futebol brasileiro.

Guerrero fará 34 anos, no primeiro dia de 2018. Desembarcou no Corinthians, em 2012, após ser observado na Copa América de 2011, na Argentina. Lembro que chegou com desconfiança geral, mesmo que tivesse atuado nove temporadas e meia na Alemanha, em times como Bayern Munique e Hamburgo. Em dezembro, fez o gol do título mundial pelo Corinthians. Isso já valeu a passagem dele pelo clube. Em três anos, foram 126 jogos e 52 gols. Saiu para o Flamengo, depois de ter afirmado que só jogaria no Corinthians, em solo brasileiro.

No Flamengo, são dois anos e meio, com 105 partidas e 42 gols computados. É um dos mais caros do grupo, mas também vestiria qualquer camisa no Brasil. Entendo que seja mais tático que Fred. Se desloca mais pelos lados do campo e recompõe na marcação. Não podemos esquecer da sua importância na Seleção do Peru, onde contribuiu bastante para o retorno do país à disputa do Mundial.

No Praetzel FC, os dois teriam lugares assegurados. Agora, se tivesse que escolher um, ficaria com Fred, por ainda ser um 9 de carteirinha. Pode ser romantismo, mas gosto de centroavantes “raiz”, aproveitando a nomenclatura atual.


Fred ainda tem lugar na Seleção Brasileira
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Alexandre Praetzel

Fred ficou marcado pelo 7 a 1 contra a Alemanha e o mau futebol apresentado pela Seleção Brasileira, na Copa do Mundo de 2014. Desde o pênalti cavado diante da Croácia até o atropelo no Mineirão, Fred fez um Mundial sem brilho e pouco à vontade no time de Felipão com apenas um gol, frente a Camarões. Foi convocado porque sempre foi um goleador nato e teve um ciclo muito bom de 2010 a 2013, chegando à Copa das Confederações. Comparado a um cone pela torcida brasileira, não foi mais convocado por Dunga e Tite, apesar de continuar sendo um 9 de muita capacidade e qualidade dentro da área.

É verdade que teve seus desentendimentos, polêmicas e algumas lesões no Fluminense, mas sempre respondeu com gols, a ponto de ser alçado ao posto de maior jogador da história do Flu pelo ex-presidente Peter Siemsen. Em 2016, deixou o clube, brigado com a diretoria e com o técnico Levir Culpi. Conquistou dois títulos brasileiros. Disputou 288 jogos e marcou 172 gols.

Chegou ao Atlético-MG para concorrer com Lucas Pratto, no ataque. Não pôde atuar na Copa do Brasil, até a decisão diante do Grêmio, porque havia jogado o torneio pelo Flu. Alternando com o argentino, Fred terminou a temporada como goleador do Brasileiro com 14 gols, repetindo o feito de 2012 e 2014.

Em 2017, Fred ficou como referência, após a ida de Pratto para o São Paulo. A titularidade absoluta fez bem ao centroavante. Em 13 jogos, já fez 16 gols, culminando com os quatro gols no Sport Boys-BOL, pela Libertadores da América. Quatro gols de oportunismo, posicionamento, qualidade e uma pitada de sorte. Ah, mas contra times fracos, qualquer um faz, é o que eu ouço para desmerecerem Fred. Pura antipatia contra um 9 que ainda é muito útil para o Galo e porque não, para a Seleção? Em junho de 2018, estará com 34 anos.

O esquema de Tite é móvel, mas quantos gols Fred poderá fazer, sendo acionado por Neymar, Coutinho e Renato Augusto? Já ouvimos vários treinadores afirmarem que é bom ter um 9 no grupo, porque são jogadores que podem mudar a característica da equipe e decidirem com um gol. Acho que há espaço sim e vale o debate.


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