Carille quis desviar o foco da derrota. Aguirre foi superior e SP também
Alexandre Praetzel
Trabalhei em São Paulo e Corinthians, no Morumbi. Nos anúncios das escalações, dois times mais fechados e combativos. O tricolor com a volta de Petros. O Corinthians perdendo Rodriguinho no aquecimento e com Júnior Dutra, ao invês de Pedrinho.
Bola rolando e o São Paulo dando um banho de atitude, algo em falta pelos lados da Barra Funda, nos últimos clássicos. Congestionou o meio-campo, marcou a saída de bola e encaixotou o Corinthians. O São Paulo ganhava a primeira e a segunda bola. Jucilei, Petros e Liziero controlaram o meio e Trellez e Nene foram boas alternativas de ataque. No erro de Mantuan, Trellez venceu Gabriel na velocidade e bateu para Cássio defender e Nene conferir no rebote. 1 a 0 São Paulo, com justiça. O Corinthians não chegou ao ataque, nenhuma vez.
Na segunda etapa, o Corinthians teve que sair para o jogo e o São Paulo se resguardou, explorando os contra-ataques. Matheus Vital cresceu e Pedrinho entrou bem, mas faltou força ofensiva para o Corinthians agredir Sidão. O goleiro são-paulino fez apenas uma defesa em chute de Vital.
O jogo não foi bom tecnicamente, mas não dá para tirar os méritos da vitória do São Paulo. Taticamente, Diego Aguirre venceu Carille. Neutralizou as jogadas fortes do Corinthians e poderia ter ganho por um placar maior, se tivesse mais qualidade nas finalizações.
Carille tentou desviar o foco da derrota, acusando Aguirre de arrogância e soberba, por não ter lhe cumprimentado, antes da partida. Aguirre se desculpou no intervalo e o assunto parecia encerrado. Mas Carille insistiu na coletiva, lembrando até que os brasileiros são educados com os estrangeiros, mas o inverso não acontece. Mal, muito mal. Deveria ter reconhecido que foi inferior, da escalação aos 90 minutos. Tem que saber por que perde, também.
O blog avaliou os jogadores, pelas atuações. Primeiro o São Paulo. Confira abaixo.
Sidão – Só uma defesa e algumas intervenções. Nota 6,5.
Militão – Pilhado no início. Depois, jogou bem. Nota 6.
Arboleda – Ganhou todas por baixo e pelo alto. Bom jogo. Nota 7.
Bruno Alves – No mesmo nível do companheiro. Nota 7.
Reinaldo – Boa atuação. Sofreu com Pedrinho, nos últimos 15 minutos. Nota 6.
Jucilei – Técnico e combativo. Bom primeiro tempo, depois diminuiu o ritmo. Nota 6,5.
Petros – Jogou muito no primeiro tempo. Depois, só marcou. Nota 7.
Liziero – Muita personalidade e disposição. Bem. Nota 6,5.
Marcos Guilherme – Esforçado e competitivo. Nota 5,5.
Trellez – Atuação muito boa. Preocupou os zagueiros e ajudou no gol. Nota 7,5.
Nene – Experiência e qualidade. Gol de posicionamento e oportunismo. Nota 7,5.
Lucas Fernandes – Fez mais que Marcos Guilherme. Teve a bola por mais tempo. Nota 6.
Diego Aguirre – Escalou três volantes, mas não deixou de jogar. Mudou a atitude do time. Nota 7.
Corinthians
Cássio – Nervoso com a zaga inédita. Quase evitou o gol. Nota 6.
Mantuan – Sentiu a pressão no primeiro tempo. Falhou no gol. Melhorou um poquinho, depois. Nota 4,5.
Pedro Henrique – Perdeu quase todas para Trellez. Mal. Nota 4.
Henrique – Melhor que o companheiro. Sem comprometer. Nota 5,5.
Sidicley – Bem no apoio. Regular na marcação. Nota 5,5.
Ralf – Envolvido no primeiro tempo. Burocrático no segundo tempo. Nota 5.
Gabriel – Tentou jogar mais do que marcar. Não conseguiu. Perdeu na velocidade para Trellez, no gol. Nota 4.
Maycon – Anulado no primeiro tempo. Apareceu mais depois. Nota 5,5.
Matheus Vital – Tentou algo diferente, apesar de bem marcado. Nota 6.
Emerson Sheik – Correria com a bola, mas sem atacar. Nota 5.
Júnior Dutra – Errou tudo que tentou. Nota 3,5.
Pedrinho – Perigoso e rápido. Melhorou o time. Nota 6.
Lucca – Entrou, mas não acrescentou. Nota 4,5.
Fábio Carille – Escalou mal. Perdeu o meio-campo e não arrumou soluções. Atitude com Aguirre foi desnecessária. Nota 4.
São Paulo tem boa vantagem. Jogo de quarta-feira ficou ainda maior.