Santos não fez o que o Palmeiras percebeu
Alexandre Praetzel
O Santos tem time e elenco para jogar mais do que vem apresentando. Agora, desde que Levir Culpi assumiu, o Santos viveu de bons resultados, bem superiores às atuações. Fez uma boa partida contra o Corinthians, na Vila Belmiro, e só. Não sou a favor de interromper trabalhos, mas Levir não trouxe nada de novo e ainda é ironizado pela falta de treinamentos táticos no dia a dia.
O Santos sobrevive pelas suas individualidades e pelo goleiro Vanderlei. Quando enfrenta um adversário ajustado, a derrota é provável. Foi assim diante do São Paulo, pressionado pela ameaça de rebaixamento. Levir entrou com três volantes, numa semana onde mais uma vez não houve treinos específicos. Alison fez um bonito gol, é verdade, mas foi deslocado para o lado direito numa segunda linha e Hernanes jogou solto, mandando no meio-campo. Dois passes e dois gols e com espaços generosos para os contra-ataques. Além disso, Renato visivelmente sem ritmo e Lucas Lima ausente da partida, tecnicamente. O São Paulo venceu e mereceu.
O Santos deveria ter trocado o treinador, assim como o Palmeiras fez. O Verdão percebeu que Cuca estava entregue e preferiu dar uma chance ao interino Alberto Valentim, com um sopro de esperança para buscar o Corinthians. A diretoria poderia fazer o mesmo, deixando Elano no comando, até o final da temporada.
Modesto Roma Jr. está sozinho, em campanha pela reeleição. Levir está pensando na proposta do Gamba Osaka do Japão para 2018, preocupado também com a imprensa e as piadas nas coletivas. Os jogadores tomaram conta do vestiário, adotando também uma lei ridícula do silêncio. Só um milagre para manter o Santos na briga pelo título. Com tudo isso, ainda está em terceiro lugar, muito mais pelo grupo do que qualquer outra coisa.