Luan e Lucas Lima. Jogadores à vontade, clubes desesperados
Alexandre Praetzel
Tenho acompanhado as novelas sobre as renovações de contrato de Luan e Lucas Lima. O Grêmio corre contra o tempo para tentar negociá-lo e não vê-lo sair de graça.. O presidente Romildo Bolzan Jr. está preocupado com a situação, para Luan não virar um novo Ronaldinho Gaúcho.
Em fevereiro de 2001, acompanhei todo o processo envolvendo a conturbada negociação para Ronaldinho Gaúcho permanecer no Grêmio. Na época, RG recusou as ofertas tricolores e assinou um pré-contrato com o Paris Saint Germain, em segredo. O ex-presidente José Alberto Guerreiro apostava na Justiça Desportiva, mas o Grêmio perdeu o processo, e Ronaldinho saiu livre, sem nenhuma compensação financeira. Um prejuízo histórico e irreparável para o Grêmio.
Luan é a maior revelação gremista, desde Ronaldinho Gaúcho. Tem compromisso até 17 de setembro de 2018. Recusou o Spartak Moscou e ainda não entrou em acordo com o Grêmio. Seu empresário, Jair Peixoto, não tem boa relação com os dirigentes. A discussão se arrasta. Em março de 2018, Luan poderá assinar um pré-contrato e sair livre do Grêmio, em setembro. Este é o grande temor de Bolzan Jr. O Grêmio detém 60% dos direitos econômicos de Luan.
Lucas Lima terminará sua passagem pelo Santos, no final do ano, caso decida não ficar na Baixada. O Santos já entregou uma gorda proposta de renovação, mas ainda não obteve resposta. Lucas Lima está com a faca e o queijo na mão. Vai esperar até o último minuto por quantias do exterior, para definir seu futuro. Se não surgir nada, Lucas vai se decidir sobre o Santos. O clube tem 10% dos direitos econômicos do meia.
Presidentes reclamam da Lei Pelé, mas não conseguem se proteger, pela falência financeira das instituições. Sou a favor de uma indenização de 10 a 15% ao clube, caso o atleta não aceite renovar contrato. Por exemplo, sete meses antes do final, o atleta avisa o clube se irá renovar ou não. Ele indeniza o clube em 10 ou 15% do valor total gasto com ele, em luvas e salários. Pode ser uma merreca, mas pelo menos, haverá alguma compensação. Do jeito que está, o jogador leva muita vantagem. A tal escravidão virou balela, há muito tempo. Hoje, se o clube quiser rescindir com o atleta, antes do prazo final do contrato, tem que pagar o valor integral. A disparidade ficou muito grande e gerou muito comodismo por parte da categoria. O cara assina por cinco anos e pode se encostar, tranquilamente.
Mexam-se dirigentes, ao invés de reclamarem dos jogadores. A Lei está com eles. O prejuízo, com vocês.