Gerente corintiano vê Clayson chamar atenção, mas só falará dele após final
Alexandre Praetzel
O Corinthians chegou à final do Campeonato Paulista por merecimento. A afirmação é do gerente de futebol, Alessandro Nunes. O ex-lateral do clube entende que Fábio Carille mostrou trabalho e convicções para levar o time à decisão. Em entrevista exclusiva ao blog, Alessandro rejeita favoritismo, ressalta a escolha em Carille e confirma o interesse no atacante Clayson da Ponte Preta. Leia abaixo.
Corinthians na final por merecimento ou foi uma supresa pelo rendimento do time?
''Primeiro, merecimento. Chegar numa final de Campeonato Paulista, que na minha opinião, é o Estadual mais difícil do país, no mínimo você tem que merecer. Então, esses atletas e toda a comissão técnica vêm levando esse grau de merecimento a cada jogo. Oscilou, o que é normal, numa equipe em construção. Eu fico com essa palavra até o momento, que é uma palavra, independentemente do resultado final. Nós sabemos que aqui no Brasil, tudo é premiado quando se chega numa conquista. Dizem que segundo lugar, não vale muita coisa. Mas eu olhando todo o esforço, dedicação e trabalho dos atletas e treinador, fico extremamente feliz com o resultado alcançado por eles''.
Fábio Carille foi uma aposta certeira?
''É uma certeza de ter feito uma escolha boa em dezembro. Acreditar num profissional que está há anos dentro do clube, que conhece muito bem de futebol e de gerenciar pessoas. Tem mostrado isso no dia-a-dia, inclusive, não mudou uma vírgula no seu comportamento, atitude, um cara extremamente simples. Tem suas ideias, convicções, montou uma equipe muito preparada e forte também para isso. Então, acho que está tudo indo para que ele consiga traçar uma longa carreira como treinador de futebol, daqui para frente''.
Corinthians é favorito? Ponte é uma supresa? O que você destacaria?
''Não dá para dizer que equipe nenhuma que chega numa final de Campeonato Paulista, vá ser surpresa. A Ponte está fazendo um excelente trabalho, tem um elenco muito bom. Ganhar do Palmeiras, que montou, na opinião de muitos, o melhor elenco do cenário nacional. De 3 a 0 muito expressivo, tem que ser respeitado. Administrou muito bem o jogo de volta. Uma equipe sólida, que marca muito e que a margem de erro contra uma equipe dessa, tem que ser muito pequena, se não custa muito caro''.
É curioso enfrentar a Ponte, 40 anos depois do histórico título de 1977?
''Foi um ano marcante. Foi um título que o torcedor corintiano faz questão de lembrar, de contar, de reviver. Então, não tem como, por mais que eu nem tinha nascido naquela ocasião, você não estar por dentro desta história e o torcedor corintiano deve estar olhando um pouquinho para o passado recordando esse orgulho que ele tem de lembrar. E que nós aqui, agora em 2017, possamos fazer um grande espetáculo. Que seja uma grande final de campeonato, que realmente vença o merecedor, sem melindre nenhum em falar nisso. A gente sabe o quanto é difícil chegar lá. Vai fazer dois jogos contra uma equipe que também vonquistou essa vaga na final. Então, vamos voltar para o merecimento que nos levou até agora. Que a gente consiga trabalhando e buscando merecer ser campeão agora''.
Confirmas o interesse no Clayson da Ponte, mesmo que ele esteja envolvido na final do Paulista?
''Sou sempre muito reservado em falar de atletas que a gente está conversando ou sondando ou acha que pode vestir a camisa do Corinthians. Em duas semanas tão importantes, não quero gerar nenhum desconforto, principalmente para ambas as entidades e muito menos o atleta. É um atleta, que não só o Corinthians tem gostado dele, como outras equipes, não tenha dúvida. É um jogador que vem se destacando muito bem. Está fazendo uma competição com uma regularidade muito grande e é óbvio que chama a atenção. Mas eu me reservo no direito de não falar nada porque tenho certeza que ele também está lá bastante voltado para ter duas semanas importantes, fazer um bom jogo pela equipe dele. Depois do Paulista, a gente vê o destino''.
Alessandro foi alçado à condição de integrante da diretoria, em janeiro de 2014. Começou como Coordenador Técnico e virou Gerente de futebol, após a saída de Edu Gaspar para a CBF.