Oswaldo de Oliveira é bilhete lotérico do Corinthians em ebulição
Alexandre Praetzel
Oswaldo de Oliveira volta ao Corinthians por uma preferência pessoal de Roberto de Andrade. Em 2013, após a saída de Tite, Roberto já queria contratar Oswaldo, mas perdeu a escolha para o presidente Mário Gobbi, que trouxe Mano Menezes, na ocasião. Com isso, Roberto deixou o departamento de futebol corintiano. Agora, aproveitou que tem a caneta e definiu o retorno do técnico.
Como repórter, acompanhei mais próximo o trabalho de Oswaldo no Santos e Palmeiras nos dois anos anteriores. Foi vice-campeão paulista em 2014 e 2015, perdendo para o Ituano e para o Santos, respectivamente. Foi dispensado do time da Vila Belmiro por divergências com a diretoria e caiu no Palmeiras pelo mau início do Brasileiro. Houve legados pequenos e nada que fosse muito destacado, ao contrário do trabalho no Botafogo, em 2013, quando foi campeão carioca e levou o time à Libertadores da América.
A rejeição ao nome de Oswaldo é gigantesca na torcida, sócios e conselheiros. Isso é um problema para o presidente. Na primeira série de derrotas, todo o conflito virá à tona. É assim no futebol brasileiro, infelizmente. Particularmente, acho um bilhete lotérico. A chance de dar certo é pequena.
Oswaldo gosta de jogadores experientes e já não tem a mesma paciência em lidar com os jovens. O Corinthians terá um grupo limitado em 2017, devido a situação financeira difícil e o trabalho do treinador será triplicado. Taticamente, o Corinthians foi muito forte nos últimos anos, característica bem diferente das formações de Oswaldo.
É um resgaste do passado, por um profissional campeão em 1999 e 2000, mas dispensado em 2004. Aos 65 anos, talvez Oswaldo tenha seu maior desafio da carreira, dirigindo um Corinthians em ebulição. A conferir.