Blog do Praetzel

Arquivo : Ricardo Rocha

Ricardo Rocha confia em Dorival e pede tempo ao SP
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O São Paulo perdeu para o Santos, no segundo clássico do ano. São dois jogos maiores com duas derrotas – a outra foi para o Corinthians. Mais uma vez, a torcida pegou muito no pé do técnico Dorival Jr. e vaiou a equipe, após a partida. Na diretoria, ainda existe a convicção no trabalho e que é preciso ter paciência, sem a promessa de títulos. Isso ficou nítido na entrevista do blog com Ricardo Rocha, ex-zagueiro tricolor e hoje, gerente de futebol. Confira

Você acha que as críticas dos torcedores à forma de atuar do time são justas?

Um pouco injustas pelo tempo que a gente tem, mas a gente tem que estar atento a tudo. A gente sabe que o São Paulo precisa melhorar. O torcedor sempre gosta de ver um São Paulo jogando bem. Têm momentos que o São Paulo joga bem o primeiro tempo, têm momentos que joga o segundo tempo. O melhor jogo que fizemos foi em Mirassol, mas realmente a gente tem que estar atento a tudo, ao torcedor. A gente espera que com o tempo, a tendência é melhorar.

O trabalho do Dorival é satisfatório na avaliação de vocês?

Satisfatório. A gente precisa de tempo. A gente confia nele.

O fato de não conquistar títulos há seis anos, realmente incomoda muito?

Incomoda todos. Quem é torcedor do São Paulo, quem trabalha aqui há muito tempo. Eu, que joguei aqui, a gente sabe. O São Paulo é muito grande, ficar muito tempo sem ganhar, mas tem que trabalhar. Eu sempre digo. O São Paulo não tem que vir com promessas para o seu torcedor de que vamos ser campeões. Mas o São Paulo tem que lutar por todos os títulos possíveis porque é grande, tem uma grande torcida e tem que trabalhar para isso.

Você viveu os dois lados. É muito difícil estar ao lado dos jogadores?

Para mim, não. Eu estava um pouco fora, mas estou acostumado. Joguei muitos anos da minha vida, quase 20 anos. A gente sabe da pressão. O São Paulo é muito grande, eu conheço muito bem a casa. Essa pressão vai existir, mas o São Paulo está bem, classificado na Copa do Brasil, em primeiro lugar do seu grupo no Paulista. O bom é que a gente  precisa melhorar a cada jogo e isso, o tempo vai dizer.

O jogador de hoje é menos comprometido que o da tua geração?

Não. Não gosto de fazer comparações. Acho que cada um dentro da sua época, você tem que respeitar. Eu acredito no trabalho do grupo. A gente tem conversado com eles porque há um espaço de tempo muito curto. Não só da minha chegada. Alguns jogadores foram contratados. Um time com Diego, Cueva e Nene, tem quatro jogos apenas. É muito cedo para ter uma cobrança tão forte, por parte de todos. Então, vamos esperar que melhore a cada jogo.

Como está o São Paulo, desde o início do teu trabalho?

Também é muito cedo, 40 dias só de trabalho. Acho que pouco a pouco, a tendência é uma melhora, a gente sabe disso. Hoje, desde o início do primeiro jogo são 31 dias e dez jogos, uma preparação muito curta, mas tem que jogar. Esse entrosamento vai vir com o tempo.

Ricardo Rocha foi contratado para ser o braço direito de Raí, diretor-executivo de futebol. No Paulista, o São Paulo é líder do grupo com dez pontos, com um jogo a menos que os demais concorrentes. Joga contra o Ituano, quarta-feira, em Itu.

Na Copa do Brasil, enfrenta o CRB-AL, na terceira fase, em duas partidas.

 


Com Raí e Ricardo Rocha, SP terá comprometimento. Ainda precisa de futebol
Comentários Comente

Alexandre Praetzel

O São Paulo anunciou Ricardo Rocha, ex-zagueiro do time, como Coordenador de futebol. Será uma espécie de auxiliar de Raí, no principal departamento do clube. Teve uma trajetória como atleta de 1989 a 1991, com dois títulos Paulistas e um Brasileiro, atuando na mesma época de Raí, tornando-se grande amigo do ídolo são-paulino.

É interessante a mudança de postura do presidente Leco, nas decisões do futebol. Apostou num cara indiscutível perante o torcedor para contratar e comandar, evitando a centralização de poder. Afinal, a última palavra é sempre do presidente, mas nesse caso, Raí assumiu com carta branca e traz para seu lado, um companheiro de confiança.

É bom lembrar que a geração de Raí e Ricardo Rocha viveu outra época, com muito mais comprometimento e identificação. Hoje, muitos jogadores só enxergam o lado deles, num individualismo cada vez mais constante. O profissional assina por cinco anos e acha que não deve prestar tantas contas à instituição, dentro e fora de campo.

A ideia de Raí é boa. O que não pode é o São Paulo virar uma confraria. A cobrança precisa existir. Nos últimos anos, vimos alguns times tricolores sem alma e entrega, com postura irritante. Raí e Lugano(cotado para permanecer) sabem que o futebol mudou e devem ter visto essa realidade nas duas últimas temporadas, internamente.

O São Paulo ganhou três Brasileiros seguidos(o único a conseguir isso), um Mundial de Clubes, uma Libertadores e um Paulista, de 2005 a 2008. Deixou passar a oportunidade de mandar no futebol interno, como um clube organizado e inovador. Ficou mais do mesmo, pelas questões políticas dos seus conselheiros, interferindo no futebol. Agora, Leco deixou as decisões para quem tem experiência com a boleirada. Se vai dar certo, veremos.

O elenco é razoável e precisa de reforços. A permanência da comissão técnica foi uma atitude correta. O goleiro Jean chegou e Jucilei foi mantido. Buffarini foi negociado. Raí tem um perfil discreto e trabalha sem alarde. Ele sabe das necessidades da equipe. Hoje, se o São Paulo entrar em campo, terá Jean; Militão, Rodrigo Caio, Arboleda e Reinaldo(Edimar): Jucilei, Petros, Hernanes(até junho de 18) e Cueva; Marcos Guilherme e Pratto. Praticamente, a mesma formação do segundo semestres de 2017. É suficiente? Claro que não. E isso, todos devem ter essa consciência. Do presidente Leco aos ídolos tricolores. Só nome, não ganha mais.

 


< Anterior | Voltar à página inicial | Próximo>