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Zago quer trio do Juventude e permanências de Nico e Seijas no Inter

Alexandre Praetzel

Antonio Carlos Zago, novo técnico do Inter (Crédito: Ricardo Duarte/Internacional.com.br)

Antonio Carlos Zago, novo técnico do Inter (Crédito: Ricardo Duarte/Internacional.com.br)

Antonio Carlos Zago assumiu o comando técnico do Internacional. O treinador terá o desafio de reconduzir o colorado à Série A do Brasileiro, em 2018. Em 2008, Zago foi gerente de futebol do Corinthians e responsável pela montagem do grupo, que jogou a Série B daquele ano. Agora, vive situação parecida em outra função. Na entrevista exclusiva ao blog, Zago revelou seu modelo tático e admitiu que pode trazer jogadores do Juventude, seu clube em 2016. Leia abaixo.

Choque de um time grande na Série B

''O pensamento é fazer o mesmo trabalho do Corinthians, em 2008. É mais um grande na Série B e pretendo recolocar o Inter o mais rápido possível na Série A. No Corinthians, era uma realidade diferente porque muitos jogadores venciam o contrato no final de 2007. Aqui, quase a maioria vence em 2018, 19 e 20. Em cima das reuniões, vamos analisar caso a caso. Haverá mudanças até porque o time esse ano não teve o espírito de competição que uma grande equipe deve ter''.

Nico Lopez e Seijas

''Considero dois bons jogadores. Seijas mais experiente, talvez não vinha sendo aproveitado na sua posição, jogando num tripé no meio. Ele ainda pode jogar pelo lado esquerdo numa linha de quatro, mais aberto. Nico estava muito tempo parado, chegou depois e ficou parado mais um tempo. Aí demora para se adaptar. Os problemas eram vários. Talvez tenha faltado mais carinho, ele é um pouco introvertido. Conheço Nico desde a época da Roma, quando eu era auxiliar. Foi emprestado para a Udinese, foi muito bem e acabou voltando para o Nacional do Uruguai. Conto com ele''.

Reforços do Juventude

''Nunca escondi que vários jogadores cresceram comigo. Se tiver que indicar os dois zagueiros Klaus e Juan, 22 anos, vou indicar. Eles têm condições de atuar em qualquer clube do Brasil. Tiveram um crescimento muito grande contra grandes adversários. O goleiro Elias também, apesar de o Inter estar bem servido de goleiros. Roberson é um jogador diferente. Tenho admiração e se aparecer alguma oportunidade, trarei um ou dois porque são jogadores de confiança''.

Valdívia em ação no duelo contra o Fluminense (Crédito: MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC.)

Valdívia em ação no duelo contra o Fluminense (Crédito: MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC.)

Outros clubes querem jogadores do Inter

''Não discutimos nomes ainda. Valdívia e Nico Lopez manifestaram o desejo de permanecer no Inter. Conto com os dois em 2017. Ainda vamos discutir o planejamento total''.

Modelo de jogo

''Você deve ter uma defesa consistente, forte, defender em bloco. Equipe compacta, saída para o contra-ataque. Ter o controle do jogo. Trabalho muito em cima disso. Meu principal desafio será recuperar a auto-estima do Inter''.

Ex-jogador não precisa estudar como técnico

''Eu acho que precisa estudar e muito. Todos falam sobre isso nos últimos dois anos e essa é a tecla mais batida. Há cursos na CBF, Uefa. Educação é o alicerce de tudo na nossa vida. Jogador precisa passar por um período de estudos para que ele possa vir a ser um grande treinador no futuro''.

Perfil de reforços

''Sete ou oito devem ser contratados e outros sairão. Isso é normal no futebol. Quero uma mescla entre experientes e mais jovens, jogadores de força''.

Número de jogadores no elenco

''Na Europa, trabalha-se com 26 jogadores, no máximo. Aqui, pretendo trabalhar com 32, dando atenção também para a base''.

Pronto para um time grande, após passagem rápida pelo Palmeiras em 2010

''É um período diferente na minha carreira. Em 2010, tinha passado só pelo São Caetano para chegar ao Palmeiras. Se fosse hoje, não teria aceitado porque não estava preparado. Hoje, estudei, fiz cursos na Uefa e me sinto pronto para qualquer equipe do futebol brasileiro''.

Rodízio ou formação definida

''Difícil ter formação definida hoje. Tens a base e é importante atuar em cima da base da equipe, mas procuro trabalhar com todos os jogadores do mesmo jeito. O tratamento será o mesmo para todos. O jogador tem que estar pronto para ser escalado a qualquer momento''.

Série B

''É um campeonato difícil. Cada Estado tem uma equipe forte. Competitivo, corrido, viagens longas e desgastantes. Tem que estar preparado. Não vamos enfrentar moleza e o Inter será o time a ser batido''.

Rebaixamento do Inter surpreendeu

''Os trabalhos das equipes menores estão crescendo muito e isso atrapalha a vida dos grandes. Trabalham com profissionalismo, inteligência, estrutura e isso dificulta. O Inter chegou a ser líder e depois teve uma queda impressionante. Não sei o que aconteceu''.

Maior desafio da carreira

''Sem dúvida, é o maior desafio da minha carreira. Estou numa outra profissão. No início não, porque depois fui auxiliar por seis nos. Espero fazer o meu trabalho da melhor forma possível''.

Os primeiros reforços colorados podem vir do Palmeiras numa troca do lateral-direito William pelo volante Arouca, o meia argentino Alione e o atacante Rafael Marques.

Antonio Carlos treinou São Caetano e Palmeiras, antes de estudar na Europa e ser auxiliar na Roma e Shaktar Donetsk da Ucrânia. Voltou ao Brasil, em 2015, para assumir o Juventude. Levou o time caxiense de volta à Série B, em 2017. Está com 47 anos.