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Arquivo : William Machado

William queria ficar um ano no Santos. Ele nega atrito com Gomes e Dimas
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Alexandre Praetzel

William Machado deixou a gerência de futebol do Santos há dois dias. O ex-dirigente e ex-atleta pediu demissão para se dedicar a outro projeto na vida profissional. William chegou ao clube em janeiro deste ano para trabalhar junto com Gustavo Vieira, executivo contratado na ocasião. Gustavo saiu e William ficou. Após cinco meses, ele deixa a diretoria negando incompatibilidade com Ricardo Gomes e Sérgio Dimas, contratados para as mesmas funções. Num bate-papo rápido com o blog, William agradeceu a oportunidade e admitiu que esperava ficar mais tempo no cargo. Confira.

As chegadas de Ricardo Gomes e Sérgio Dimas te chatearam?

De jeito nenhum. Muito pelo contrário. São dois excelentes profissionais. O Dimas já tinha chegado há mais tempo. A gente precisava e precisava também de um executivo. O Ricardo deu até mais tranquilidade para eu poder sair e, ao mesmo tempo, ficou mais difícil, é até contraditório. Mais difícil porque ele conversou comigo, pediu para eu ficar e eu aprenderia muito com ele também, tenho certeza. Mais tranquilidade também por ele ter sido ex-atleta e ex-técnico. Ele tem uma bagagem muito grande de campo. Então, dá uma tranquilidade no sentido de ser um perfil que possa agregar muito. Então, não teve nenhuma incompatibilidade não de trabalho, muito pelo contrário.

Como avalia tua passagem pelo Santos? Valeu a pena?

Valeu a pena demais. Minha ideia quando aceitei, era ficar pelo menos um ano. Mas, planos a gente nunca sabe. Na verdade, a maioria dos planos não são cumpridos 100%, você faz alguns ajustes. Eu vejo o Santos passando por um processo de conhecimento do clube, essa gestão vendo algumas coisas, experimentando outras. Tudo na vida, precisa de tempo, até você colher certos frutos. Eu fiquei muito, muito feliz mesmo, com a oportunidade que me deram, com a confiança que tiveram. E acredito que foi um aprendizado mútuo e tenho certeza que, da minha parte, pelo menos, vou carregar essa experiência com muito carinho pelo resto da minha vida.

A direção do Santos não pretende contratar nenhum substituto. O time está no México, para dois amistosos. Perdeu para o Monterrey, neste sábado, por 1 a 0, e joga nesta terça-feira contra o Querétaro.


William: “Santos não perdeu DNA ofensivo. Realidade financeira é difícil”
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Alexandre Praetzel

O Santos enfrenta o Real Garcilaso-PER, nesta quinta-feira, fechando a fase de grupos da Libertadores da América. Uma vitória confirma a primeira colocação da chave. O técnico Jair Ventura, que vem sendo alvo de críticas por parte da torcida, recebeu o apoio do presidente José Carlos Peres em entrevista na última quarta-feira. O blog entrevistou o gerente de futebol do clube, William Machado. No papo exclusivo, William admitiu a situação financeira difícil, valorizou o trabalho de Jair e espera por uma evolução do time para brigar pelos títulos que a equipe ainda disputa nesta temporada (Libertadores, Copa do Brasil e Brasileiro).

Confira a entrevista com William:

Como avalias o trabalho do Jair Ventura?

Eu avalio o trabalho positivamente. Nesta temporada, Santos enfrenta situações que são raras de acontecer, simultaneamente. Uma mudança de gestão, de comando técnico, uma reformulação gigantesca no elenco profissional, e, juntamente com isso, um calendário muito apertado, devido a ser ano de Copa. Pré-temporada com menos tempo para treinar, ou seja, menos tempo para você passar suas ideias de modelo de jogo para seus atletas. Quando começam as competições, você tem menos tempo para fazer as correções, já que você tem muitos jogos em períodos curtos de tempo. Então, tem que se trabalhar, e ao mesmo tempo, prezar pelo descanso para eles estarem aptos para a próxima partida. Então, eu vejo que o trabalho tem sido construído com muita dificuldade, mas ao mesmo tempo, tem muita dedicação de todos os profissionais e isso é muito importante. Se não fosse assim, o Santos não teria feito uma participação razoável para boa no Paulista e não teria conseguido as classificações, tanto na Libertadores, quanto na Copa do Brasil, com relativa folga.

Está difícil tocar sozinho o departamento de futebol?

Não toco o departamento de futebol sozinho. Quando eu cheguei, tinha o Gustavo, Diogo e o presidente, trabalhando conjuntamente conosco. Com a saída do Gustavo, ficamos eu o Diogo e o presidente. Agora, tivemos a chegada do Sérgio Dimas, para nos ajudar e o presidente ainda tem a ideia de trazer um executivo, para nos auxiliar. Só que não é fácil achar um profissional com o perfil que o Santos busca, dentro da condição financeira que o clube pode pagar hoje. Essa procura existe, e enquanto a gente não encontrar esse profissional, a gente vai tocando com muito afinco e seriedade, para fazer o melhor para o Santos.

Santos perdeu o DNA ofensivo?

Santos não perdeu o DNA ofensivo. Implementar um modelo de jogo, uma forma de jogar que o técnico acredita ser o melhor para o elenco, que aqui está, e conseguir os resultados, ao mesmo tempo, não é uma tarefa fácil, da noite para o dia. A busca é sempre por vitórias, com gols, mas a gente sabe que todo o trabalho também é respaldado pelos resultados, e por isso, não dá para abrir mão de fazer muitos gols e ao mesmo tempo ser um time bagunçado, desorganizado, sem padrão tático. Isso o Jair conseguiu dar, até com muita rapidez a essa equipe do Santos.

Reforços chegarão na parada da Copa do Mundo?

Sobre reforços, temos conversado com o presidente, comissão técnica. Óbvio que toda equipe pensa em se reforçar, e a gente também pensa. Estamos correndo atrás disso, dentro da realidade financeira que o clube pode pagar. Uma realidade financeira muito difícil, mas que o presidente tem feito de tudo, juntamente com sua diretoria e comitê de gestão, para honrar os compromissos e tem feito isso. Salários em dia, dívidas de gestões anteriores, assumidas e honradas. Isso faz com que o clube volte a ter credibilidade no mercado e eu acredito que as peças que a gente conseguir trazer, chegarão muito satisfeitas e tranquilas, que tudo for combinado com elas, será cumprido.

Clube vai negociar atletas? Léo Citadini renova?

Janela de Europa, janelas abrindo no mundo todo, então a gente não estará imune a nenhum tipo de negociação. Essa parte fica a cargo do presidente e ele é quem toca, tanto as chegadas de atletas, quanto às possíveis saídas. Citadini tem conversado com a diretoria, com seus representantes e a diretoria. Estão em processo de negociação.

Santos tem time para ganhar Libertadores ou Copa do Brasil?

Pela minha experiência como vice-campeão da Libertadores, campeão da Copa do Brasil, eu aprendi que o time se forma campeão durante a competição, na medida em que ele vai vencendo e transpondo obstáculos. Vai ficando mais forte, vai ficando mais resiliente. Então, eu vejo que a equipe não começa a competição campeã. Ela vai se tornando campeã e eu vejo a gente com uma margem de crescimento ainda muito boa. Uma evolução muito boa. Eu tenho uma expectativa muito grande de que essa evolução acontecendo, a gente estará apto para brigar pelos dois títulos.

Na Copa do Brasil, o Santos está nas quartas-de-final. O sorteio será no dia 30, na sede da CBF. No Brasileiro, o Santos é 15º colocado com seis pontos em 15 disputados.


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