Uma renda do Palmeiras superou 12 jogos do Carioca. E poucos se mexem
Alexandre Praetzel
Os Campeonatos Estaduais não têm atraído bons públicos nos últimos anos, salvo jogos decisivos e com estreias de reforços nas equipes. Passadas duas rodadas, tivemos o Carioca com R$ 561.332,00 arrecadados em 12 jogos disputados, com renda média de R$ 46.777,00. Valores ridículos, com Flamengo(reservas), Fluminense(um jogo de reservas), Botafogo e Vasco presentes. E o presidente da Federação Carioca, Rubens Lopes, enche a boca para elogiar o torneio.
Em São Paulo, há as exceções de Palmeiras e Corinthians, nos últimos anos. O Verdão tem ampliado sua vantagem financeira pela ótima parceria no Allianz Parque. Recebeu 31.678 pagantes para R$ 1.917.947,00, frente ao Santo André. Um jogo só do Palmeiras arrecadou mais que três vezes o valor total do Estadual do Rio de Janeiro. Ticket médio de R$ 60,54. Um abismo que será aumentado a cada ano. Uma diferença impressionante.
No Pacaembu, o Corinthians levou 19.622 pagantes para R$ 677.537,00, diante da Ponte Preta. Média de R$ 34,52.
Cruzeiro e Tupi teve 33.187 pagantes para R$ 529.917,00. Média de R$ 15,96.
Inter e Veranópolis recebeu 12.649 pagantes para R$ 538.540,00. Média de R$ 42,57.
São Paulo e Novorizontino teve 17.171 pagantes para R$ 411.131,00. Média de R$ 23,94.
Na Vila Belmiro, Santos e Bragantino apresentou 7.508 pagantes para R$ 223.615,00. Média de R$ 29,78.
Antigamente, nas décadas de 70 e 80, os anúncios das rendas eram esperados com expectativas para saber quanto o clube ganharia. Não havia tanta preocupação com segurança e conforto, os estádios recebiam muito mais gente e os clássicos ficavam abarrotados. Só que era mais barato assistir futebol e não havia a concorrência da TV.
Hoje, a frequência de público se tornou fonte importantíssima de renda. O chamado “Match Day” precisa ser importado da Europa com bons jogos e respeito ao associado e torcedor. Alguns clubes já se deram conta. Outros, seguem não ligando para o assunto.
Num país, onde o Maracanã está mais para “elefante branco” e “caldeirões” com dez mil pessoas são defendidos para times grandes, a tendência é vermos “donos” de suas casas abrindo vantagem e tendo consequências dentro de campo. É esperar para ver.