Palmeiras aposta em “choque” e história com Felipão
Alexandre Praetzel
Luiz Felipe Scolari está de volta ao Palmeiras, com contrato até dezembro de 2020. Será a terceira passagem pelo clube. Nas outras duas, títulos da Libertadores da América, Copa do Brasil duas vezes, Copa Mercosul e Torneio Rio-São Paulo. Em 2012, saiu com o time na zona de rebaixamento do Brasileiro, com o Palmeiras terminando o ano rebaixado. Seis anos depois, volta como “Salvador da Pátria”. A diretoria apostou muito mais no “choque” ao elenco e na história vitoriosa do treinador.
Felipão chegará ao vestiário e ninguém baterá de frente com ele ou dará de ombros para qualquer determinação. O técnico tem lastro e carta-branca para escalar o time e mudar o elenco, barrando quem ele quiser. A acomodação rotineira do grupo, visível em 2018, vai acabar. Certamente, quem não estiver rendendo, vai para o banco de reservas. Um ambiente mais arejado e com todo mundo se cobrando, talvez recoloque o Palmeiras no rumo das conquistas.
No momento, a aposta é no currículo e na história de Felipão. Muita gente ainda o vê como o grande culpado da derrota de 7 a 1 para a Alemanha, em 2014. Isso será difícil vencer.
Em quatro anos, Felipão buscou o recomeço no futebol chinês, onde foi campeão com o Guangzhou Evergrande. Óbvio que a diferença entre o futebol brasileiro e chinês, é gritante. Felipão terá que provar se ainda é um bom estrategista e tático, dentro de campo, no calendário entupido do Brasil.
Eu, particularmente, acho que é um pensamento mágico. Mas só um profissional com o perfil de Felipão para romper a “zona de conforto” dos jogadores. Quem sabe, dá certo.