Blog do Praetzel

Arquivo : Guarani

Treinadores x Clubes. Fernando Diniz é mais um exemplo
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Alexandre Praetzel

Sou fã de Fernando Diniz. O futebol apresentado pelo Audax, sob seu comando, foi uma das últimas novidades que vimos no futebol brasileiro. Um time com constante toque de bola e ofensividade, superando grandes adversários. O Audax foi vice-campeão paulista em 2016, jogando mais que o campeão Santos, depois de passar por São Paulo e Corinthians. Em 2017, a equipe foi rebaixada para a Série A2. Parece que o modelo se esgotou.

Sempre quis ver Fernando Diniz comandando um clube grande e sempre fiquei em dúvida, se ele conseguiria implantar o mesmo modelo de jogo numa equipe com muito mais pressão. Ele sempre respondeu que sim. Só precisava de uma oportunidade.

Agora, apareceu o Atlético-PR. Uma instituição com grande pensamento e estrutura, mas práticas ruins. Diniz chegará num lugar que estava sendo guardado para Seedorf, num projeto expurgado pelo “Coronel” Mário Celso Petraglia, irritado com a demora do holandês em responder à oferta atleticana. Tomara que Diniz receba o crédito e a paciência merecida, algo que é bom ver para crer.

O detalhe é como Fernando Diniz desembarca no Furacão. Deixou o Guarani às portas da estreia na Série A2, num projeto protagonizado por ele. O elenco foi montado de acordo com a característica de Diniz. E ele saiu de uma hora para outra. Ok, o Atlético tem um calendário maior e integra a Série A do Brasileiro. Mas Fernando Diniz volta ao noticiário mais pelo fato de ter largado o Guarani do que ter assumido o clube paranaense. Já o rotulam de intempestivo, por algumas atitudes com atletas. Agora, terá que matar um leão por dia, sem dúvida.

A decisão de Diniz expõe um velho debate. Treinadores reclamam que são dispensados com pouco tempo de trabalho, mas não hesitam em abandonar o barco, na primeira proposta superior que aparece. Alguns recusam e preferem terminar trabalhos. Outros, ficam pulando de clube em clube, em troca de um reajuste salarial. Não dá para reclamar. Não faça com os outros, o que eu não gostaria que fizessem comigo, é a máxima dessa relação. E isso não vai acabar. Criaram a Federação Nacional dos Treinadores e como a entidade pretende se posicionar? Se fosse o inverso, a gritaria seria grande.

Torço pelo sucesso de Fernando Diniz, mas acho que nessa situação ele poderia ter mantido o trabalho no Guarani, em respeito ao clube que o recolocou no mercado. A conferir.


Guarani sonha com volta à Série A com muito trabalho e confiança em 2017
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Alexandre Praetzel

O Guarani conseguiu o acesso à Série B, em 2017. Agora, o clube busca uma reestruturação financeira, com possibilidades de ter um elenco forte para o ano que vem. O blog conversou com o coordenador de futebol, Marcus Vinicius, sobre os planos do Bugre. Acompanhem.

Situação financeira do Guarani

“Situação financeira é muito difícil. O Guarani só conseguiu fazer esse campeonato da Série C de uma forma legal, graças à ajuda de um investidor, que na verdade é quem interviu na questão do leilão do Brinco de Ouro, estádio do Guarani. Então, graças também ao trabalho da diretoria e dos conselheiros, o Guarani conseguiu manter seus salários em dia, seus fornecedores em dia, premiações, tudo o que foi combinado, foi pago, nesses seis meses. Tudo com muito sacrifício, com bastante dificuldade. A questão financeira não foi superada não. O Guarani precisa continuar trabalhando com os pés no chão, contando com a ajuda de investidores, sócios-torcedores e demais fontes de renda para que consiga se manter e recuperar a sua credibilidade, que é o mais importante. Uma das maiores dificuldades na hora de contratar jogadores, era justamente por isso. Há seis meses atrás, a fama do Guarani era de clube que não pagava. Hoje, tem a fama de um clube que paga seus compromissos. Provavelmente, isso nos facilite na sequência”.

Trabalhar com poucos recursos em divisões inferiores

“É preciso usar criatividade e ter muito conhecimento de mercado, boas fontes. Nosso diretor executivo, Rodrigo Pastana, é uma pessoa extremamente capacitada e conhecedor do futebol, principalmente do futebol paulista. Junto com o treinador Marcelo Chamusca e sua equipe, a gente teve bastante criatividade em buscar alternativas, atletas com perfil que a gente pensava e dentro do nosso orçamento. Então, é preciso muito conhecimento e muita paciência para se formar um elenco em divisões inferiores com poucos recursos. Graças a Deus, a gente conseguiu”.

Time e grupo mais fortes em 2017

“Sim, é possível. Até porquê, Série B tem outro orçamento. O clube já tem cota de TV, deve ter um aumento considerável de sócios, patrocínios, tudo ajuda. Você sabe que é uma mudança de patamar de uma Série C para a Série B, querendo ou não, embora ainda não seja o que a gente imagina para o futuro do Guarani, mas já é um grande passo. Com certeza, com essa melhora no orçamento, já é possível sim você ter um grupo mais qualificado”.

Guarani voltará a ser grande pelas diferenças financeiras atuais

“Sim, eu acredito que o Guarani pode recuperar seu espaço. Claro que isso demanda tempo, muita fé, confiança e muito trabalho. Mas o Guarani, pela história, camisa, torcida e patrimônio que tem, eu tenho certeza que pode sim se recuperar. O primeiro passo foi dado que era o time voltar a disputar uma competição de nível, porque o Guarani não é um clube de Série C, muito pelo contrário, está muito longe disso. Voltando à Série B é o primeiro passo para voltar a ser grande, sonhar com Série A. Tem que ter cautela, dar um passo de cada vez, mas eu acredito sim porque tem muita história, muita força e outros grandes da história do futebol brasileiro já chegaram na Série C com ameaça até de fechar as portas, com muitas dificuldades. Fluminense, Vitória e Bahia. Você vê que hoje são clubes recuperados e que estão aí brigando na elite do futebol. O Bahia não está na Série A, mas está brigando para subir e estava na Série A, há dois anos atrás. Então, é possível sim porque a camisa do Guarani é tão grande, tão forte quanto destes clubes que citei e tem uma história muito bonita. Voltará a ser grande sim. Não tenho dúvida disso”.

Base voltou a ser forte pela falta de investimentos

“A base do Guarani sempre foi muito forte, historicamente. Necessita se reajustar, se readequar e principalmente, receber um aporte financeiro para se modernizar em todos os sentidos, físico e humano. O Guarani consegue revelar jogadores ao natural e tem sido assim. A gente teve alguns jogadores aproveitados nesse elenco que subiu. Têm alguns nomes que estão se destacando na base e certamente terão oportunidades em breve. Então, o Guarani pela história acaba revelando mesmo com condições mais precárias de trabalho. Ainda sim, eu acredito que com um investimento e uma atenção um pouco maior, será possível a base ser forte, embora não tenha deixado de ser forte”.

O Guarani disputa as semifinais da Série C contra o ABC-RN. No primeiro confronto, perdeu por 4 a 0, em Natal. Neste domingo, precisa vencer por cinco gols de diferença no segundo jogo, em Campinas, para chegar à decisão diante de Boa Esporte ou Juventude. Em 2017, além da Série B, o Guarani estará na A2 do Paulista.


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