Avaí encaminha reforço de Seleção, mesmo em condição financeira inferior
Alexandre Praetzel
O Avaí somou um ponto em dois jogos disputados pelo Campeonato Brasileiro. Em algumas enquetes, antes da competição, seguidores e participantes das redes sociais, carimbaram o time catarinense como um forte candidato ao rebaixamento, depois de retornar à Série A. O blog entrevistou o técnico Claudinei Oliveira sobre o objetivo da equipe, as dificuldades financeiras e a espera pelo lateral Maicon, reforço encaminhado pela diretoria. Acompanhem.
Lateral Maicon é um bom reforço?
“Maicon é um grande jogador. Acho que o Leandro Silva vem fazendo um grande campeonato, mas a gente não sabe a condição física do Maicon, se já é a ideal, mas é um grande reforço. Uma experiência muito boa, um jogador acostumado a atuar na Europa, que faz muito bem essa linha de quatro , um jogo aéreo muito bom. Vamos ver a situação que ele chega, quando estará pronto para estrear e aí vai competir com o Leandro Silva pela posição, independentemente do histórico dele. Ele vai vir, chegar respeitando quem está atuando. Mas se a gente conseguir contratar jogadores deste tipo, fora da realidade do Avaí, vai nos ajudar bastante”.
Qual a realidade do Avaí no Brasileiro?
“A gente esperava vencer o primeiro jogo. A nossa ideia era vencer o primeiro jogo, buscar algum ponto no Morumbi, a gente tem dois jogos fora seguidos, tentar pontos contra a Chape. A dificuldade é grande, é desigual. No Campeonato Brasileiro, você tem uma equipe como a nossa com uma folha de R$ 750 mil contra o Palmeiras com R$ 13 milhões. Dois jogadores do Palmeiras pagam a folha do Avaí. Só que isso não pode servir de desculpa, é o campeonato que a gente tem que jogar e a gente, dentro disso, procura organizar a equipe bem taticamente, buscar algumas peças pontuais. Não temos condições de concorrer em contratações com 18 clubes da Série A, talvez a gente possa concorrer com o Atlético-GO, que subiu e tem um orçamento menor como o nosso. Então, a gente tem que contar bastante com a aplicação dos jogadores e que a gente seja feliz na hora de finalizar as jogadas. Nosso campeonato é esse, muita briga, muita luta e sabendo que não vai ter mágica em termos de orçamento. A gente está fazendo uma coisa coerente. Você sabe que o Avaí sempre foi uma equipe que conviveu com atraso de salários, hoje o Avaí está com salários em dia. A gente optou por uma política conservadora e não fazer loucuras. Então, vamos ver se com essa política sem fazer loucuras, a gente consegue o objetivo. Vai ser mais difícil? Vai, mas acho que esse é o caminho correto”.
O objetivo é escapar do rebaixamento?
“É, o campeonato do Avaí é a manutenção porque você se mantém e vai aumentando a cota de participação. Infelizmente, do jeito que as coisas são feitas no Brasil, eu já estive do outro lado no Santos, que é uma equipe considerada grande, já estive no Atlético-PR, que tem uma cota maior, mas no Brasileiro, a equipe que sobe é meio fadada a cair. Por que é incompetente? Não, porque não tem condição financeira de competir com as outras, a disparidade é muito grande. Muitas equipes sobem com dificuldades para se manter pela questão financeira, não é pela qualidade ou pela intenção de fazer um bom trabalho e os que caem, normalmente sobem porque tem um resguardo financeiro, uma proteção. Sobem quatro e nenhuma vez um time grande deixou de subir no ano seguinte. Então, a gente sabe que é difícil, mas é a nossa realidade. Temos que motivar os jogadores a fazerem jogos bons, como fizemos no segundo tempo contra o São Paulo, para que a gente possa somar pontos e conseguir escapar dessa situação incômoda , que seria o rebaixamento. É isso que a gente está buscando”.
O Avaí foi vice-campeão catarinense, perdendo o título para a Chapecoense. A equipe disputa apenas a Série A do Brasileiro, até o final da temporada.