Palmeiras faz fiasco no Brasileiro. Roger é o único responsável?
Alexandre Praetzel
Guardiola costuma dizer que um time ganha campeonatos nas últimas oito rodadas e perde nas oito primeiras. Por esta ótica, o Palmeiras vai se complicando no Brasileiro. Tem apenas 11 pontos em 24 disputados. É o décimo colocado com 45,8% de aproveitamento, com três vitórias, dois empates e três derrotas. Dá para dizer que venceu com duas boas atuações, contra Atlético-PR e Bahia. Nos outros seis jogos, não conseguiu manter consistência e foi muito mal nas três derrotas. Claro que ainda é cedo para determinar que o Palmeiras não pode ganhar o título, mas o quadro é bem negativo para um elenco considerado favorito.
Na projeção inicial, o Palmeiras sempre foi colocado no pelotão da frente, ao lado de Flamengo, Corinthians, Grêmio e Cruzeiro. Dos cinco, é o que apresenta pior futebol. E não consegue engrenar. Dez entre dez palmeirenses pedem a cabeça de Roger Machado. Mas será que o técnico é o único responsável? Já ouvi várias teorias de pessoas ligadas à vida diária do clube e relato algumas.
– Roger trabalha bem no dia a dia, mas não mantém formações treinadas. Foi apelidado de ''Confuso'', por alguns do grupo.
– Mattos pressiona demais e incomoda os jogadores.
– Encontro com a uniformizada revoltou os atletas.
– Diretores querem um ex-treinador ''cascudo'' para ser um lastro a Roger, trabalhando com Mattos.
– Roger não tem força para comandar o vestiário.
– Palmeiras precisa de um técnico experiente e líder.
No futebol brasileiro, quando um grande clube vai mal, surgem diversas causas para o mau desempenho. Na minha opinião, passa muito por um pensamento de futebol. O Palmeiras pode ser protagonista, mas precisa ter humildade também. Há adversários do outro lado que sabem como enfrentá-lo. Se um esquema não funciona, testa-se outro. Medalhões não podem ter cadeira cativa. Os melhores devem jogar, sempre.
Roger Machado está previsível nas suas decisões e parece que os jogadores estão incomodados. Mas não é o único responsável. Os próprios atletas podem dar mais e os dirigentes devem estar mais próximos do treinador. Será que trocar de técnico, vai mudar muita coisa, se o pensamento continuar o mesmo? Costumo dizer que quem manda no futebol são os jogadores. E que o ambiente hoje representa 70% do trabalho. Se não houver comando e o dia a dia for conturbado, tchau. Não há técnico que resista.
Agora, o clássico contra o São Paulo virou o limite. Como se um único Choque-Rei mudasse tudo do dia para a noite. Nunca foi assim.