Segunda-feira é para debater futebol, mas arbitragem não deixa
Alexandre Praetzel
Terceira rodada da Série A do Brasileiro com alguns jogos razoáveis e a arbitragem mais uma vez, tomando conta dos debates. Num momento em que o mundo do futebol evolui com o VAR, estamos andando para trás. A Copa do Mundo está chegando e teremos 35 câmeras e árbitros de vídeos em todas as partidas. Tudo para dar transparência à algo que ainda causa prejuízo pela cultura do ''erro faz parte do futebol''. Não, erros grotescos não podem mais fazer parte disso. A tecnologia deve ajudar, mas bem estabelecida e com regras definidas. Do jeito que está, sempre haverá a suspeita e possibilidade de interferência externa.
Ontem, mais uma vez, tivemos erros que colocaram a arbitragem nas discussões em detrimento do jogo. Em Belo Horizonte, tivemos Atlético e Corinthians e o paraense Dewson Freitas validou o gol de Roger Guedes, no primeiro tempo, mas dois minutos depois, voltou atrás, porque foi avisado que a bola resvalou na mão de Ricardo Oliveira. Sim, houve o toque não intencional e o gol foi legal. Mas Dewson voltou atrás. Se houvesse o VAR, isso seria resolvido em poucos segundos e o árbitro certamente veria que Ricardo Oliveira não teve intenção. Ainda achei que Mantuan fez pênalti no próprio Ricardo, no mesmo lance, mas isso é apenas opinião. Depois, Roger Guedes marcou um gol ilegal, com falta cometida sobre Mantuan, atropelando o corintiano. Dewson, para compensar o erro, validou. Errou duas vezes.
No Maracanã, teve Fluminense e São Paulo e a bola bateu na mão de Arboleda. O árbitro Rodolpho Marques não marcou pênalti, mas outros lances iguais, recentemente, resultaram em pênalti. Lance bem discutível. O zagueiro Gum chegou a dizer que se fosse para Flamengo ou Corinthians, o pênalti seria marcado. Até os jogadores começam a ironizar.
No Allianz Parque, Palmeiras e Chapecoense e o auxiliar Felipe Costa Oliveira anulou gol legal de Antonio Carlos, em cabeceio para o gol, nos acréscimos. Ele alegou impedimento, que não houve no lance. Em 30 segundos, o árbitro veria que o gol tinha sido legal.
A CBF cansa de divulgar que difunde e apoia o futebol pelo país, mas não quer bancar algo que é fundamental para dar lisura aos seus torneios principais. Quis que os clubes pagassem a conta, para variar. Agora, lava as mãos e os árbitros entram em campo bastante pressionados.
Queremos as segundas-feiras para falarmos de gols, dribles e boas partidas. Só que do jeito que está, o sexteto de preto ou outras cores, será protagonista toda semana.