Grenal espelhou a gestão correta contra a mediocridade geral colorada
Alexandre Praetzel
A segunda vitória consecutiva do Grêmio sobre o Inter, apenas espelhou a ampla vantagem técnica e de pensamento de futebol de um lado contra o outro. O Grêmio mudou sua forma de gestão com Romildo Bolzan Jr. e sempre olhou para frente, preparando o clube para voltar a ser vencedor, depois de 15 anos sem títulos nacionais e internacionais. Não ficou tocando flauta no rival, com a queda para a Série B. Trabalhou para transformar o Grêmio num time muito respeitado, dentro e fora de campo.
Óbvio que muitas contratações foram e são discutíveis como Cortez, Léo Moura, Cícero, Jael e Hernane. Mas encaixaram bem num vestiário com comando e sintonia entre comissão técnica e diretoria. Há paciência e não há extremismos diante de maus desempenhos ou resultados negativos. O Grêmio amadureceu com o sofrimento e agora atropela seu principal adversário. Será campeão gaúcho, depois de sete anos. A diferença entre um e outro nunca foi tão grande a curto prazo, também pela mediocridade geral colorada.
No Inter, a preocupação é com puro poder. Vários grupos políticos contaminando o Conselho Deliberativo e o clube. Não há união. O absolutismo de alguns dirigentes, maiores do que o próprio Inter, na visão deles, dilapidou tudo de bom que foi feito, a partir de 2003. O Inter começou em 1909, mas esses ''colorados'' acham que foi fundado na década de 2000. As consequências invadem o vestiário. Clube sem dinheiro, direção fraca, contratações com poucos critérios e um discurso derrotista, que desanima até um bom jogador como D'Alessandro. Não olharam para a frente. Viveram a sequência de títulos, como se isso fosse durar para sempre. Muita soberba e arrogância.
O Grenal desta quarta-feira colocará frente a frente, novamente, um time de futebol contra uma instituição entregue. Pelo menos, nas suas atitudes. Trabalhei em todos os Grenais de 1995 a 2007. Os melhores sempre venceram, na maioria dos clássicos. Mas os piores sempre deixavam alguma coisa em campo, mesmo que perdessem. Hoje, isso não acontece. Pela grandeza do Grêmio e pela postura pequena do Inter.