São Paulo não empolga para 2018. A torcida foi o melhor do clube em 2017
Alexandre Praetzel
O São Paulo está livre do rebaixamento na Série A do Brasileiro. O tricolor somou 46 pontos e não corre mais o risco de cair. Algo a comemorar? Creio que não. O discurso de que time grande não cai é legal e correto, mas muito pouco para um clube gigante como o São Paulo. Em 2016, foi a mesma coisa. Sem esquecer de 2013, quando o São Paulo ocupou o Z4, durante todo o primeiro turno. Então, nos últimos cinco anos, o São Paulo viu a queda como algo possível em três temporadas. Se dirigentes e conselheiros não enxergam isso como algo real, estão fora da realidade.
O São Paulo precisa olhar para si mesmo e definir uma política de futebol, novamente. Fez isso a partir de 2004 e bateu tricampeão brasileiro, tricampeão da América e tri Mundial. Foram quatro anos gloriosos de 2005 a 2008. Aí, a soberba tomou conta da instituição. Críticos foram vistos como secadores e adversários definidos como inferiores. De 2009 a 2017, uma conquista de Copa Sul-Americana, em 2012. E só. Ficou distante das grandes decisões. Ano passado, foi semifinalista da Libertadores, mas não tinha qualidade e fôlego para superar o Nacional de Medellín. Foi longe demais.
O clube passou por uma profissionalização, mas não adianta ter executivos sem a competência necessária nos cargos corretos. No futebol, não há quem pense na formação de um grupo coerente e com opções criteriosas. Quem surge com talento na base, não esquenta lugar entre os profissionais. Imediatamente é negociado, como visto com David Neres e Luiz Araújo. Você ganha dinheiro, é verdade, mas a quantia se esvai rapidamente, quando gasta em reposições desnecessárias. O elenco são-paulino é um pouco acima do razoável.
Então, o que esperar de 2018? As vindas obrigatórias de um goleiro, lateral-direito, zagueiro, lateral-esquerdo, meias e atacantes. Pelo menos, sete reforços. E segurar os bons como Rodrigo Caio, Jucilei, Petros, Hernanes(difícil), Marcos Guilherme e Lucas Pratto. Cueva serve, mas precisa definir se quer permanecer ou não. Se não houver a possibilidade de mantê-los, que os substitutos sejam à altura. O que não dá mais é o São Paulo ser coadjuvante nos torneios. Só para lembrar, não ganha o Paulista há 12 anos. O Estadual sempre foi menosprezado nos anos de glórias e participações garantidas na Libertadores. Hoje, parece, é o único campeonato que o São Paulo pode ganhar. Tem que mudar esse quadro. E agradecer aos torcedores. Os melhores do São Paulo em mais uma temporada fraca dentro de campo.