Diretoria do Santos é pior do que Dorival Jr.
Alexandre Praetzel
Dorival Jr. foi dispensado pelo Santos. Decisão normal, de acordo com o presidente Modesto Roma Jr., aproveitando o tempo disponível, até os mata-matas. Realmente, o Santos não jogou bem contra Coritiba, Cruzeiro e Corinthians e tem apenas três pontos em 12 disputados, no Brasileiro. Mas está nas oitavas-de-final da Libertadores da América e quartas-de-final da Copa do Brasil.
Assim, para um técnico que estava há quase dois anos no cargo, provavelmente a relação interna e a insistência em alguns fatores determinaram a saída de Dorival. Muitos questionaram as escalações de Renato e Ricardo Oliveira, veteranos de ótimas atuações nos dois últimos anos, mas parecendo cansados em 2017. Por que Dorival não os colocou na reserva? Medo de barrar os medalhões? Perguntas que a gente recebe desde março, após a eliminação no Paulista. O fato é que os dois sempre foram titulares e não vinham bem. Mas os dirigentes estão lá para isso. Conversar e debater sobre as alternativas da equipe. Acho que isso não foi feito.
Outra crítica é o ambiente do vestiário relacionado com a religião. Ricardo Oliveira teria forte influência sobre os companheiros, nesta questão. Algo sempre negado por Dorival, que nunca se meteu na preferência de cada um.
Os reforços indicados ainda não deram resposta, com exceção de Bruno Henrique. O lateral Matheus Ribeiro foi encostado, depois de duas atuações. Assinou por quatro anos e não serve mais, com várias improvisações na posição.
O zagueiro Cléber não é mau jogador, mas parece que desaprendeu no Santos. Pouco utilizado.
O volante Leandro Donizete jogou pouco, até agora. Três anos de contrato.
O colombiano Vladimir Hernandez, com seus 1'59m, foi destaque na Colômbia, mas aqui não consegue jogar.
O atacante Kayke é opção para elenco, claramente.
A contratação do argentino Noguera, por determinação dos dirigentes e sem consulta a Dorival, virou comédia.
Sempre gostei de ver o Santos de Dorival jogar. Completo, é um time muito bom para o atual futebol brasileiro. Cobrei mais destaque para o trabalho, com a invencibilidade e a classificação na Libertadores. No entanto, o cenário mostrou uma equipe aérea, sem pegada e vibração, nas últimas partidas. Ganhar ou perder, tanto fazia. Essa foi a impressão. E muitas vezes, o que parece, é o que realmente é.
Estourou no treinador. Uma pena. O fato novo das diretorias sempre será esse: a demissão do técnico. Ainda mais em ano de eleição. É preciso agradar muita gente nos bastidores.
Será que Elano, mais amigo dos atletas, vai conseguir mudar essa situação? A direção também precisa ajudar.