Venda de mando de campo é um absurdo e gera desequilíbrio técnico
Alexandre Praetzel
O América-MG vendeu o mando de campo do jogo contra o Palmeiras para o ex-jogador Roni, hoje empresário de futebol. O clube mineiro abriu mão de atuar no seu estádio Independência para jogar no estádio do Café, em Londrina, em troca de R$ 700 mil de cota. A cidade paranaense é reduto de palmeirenses.
Isso é um absurdo para mim. Gera desequilíbrio técnico na competição. Outros times tiveram que enfrentar o América, em Belo Horizonte. Dirigentes do clube ainda pretendem negociar mais duas partidas diante de São Paulo e Flamengo, fora da capital mineira. Se o América não quer jogar diante da sua torcida, não merece disputar a Série A.
O Santa Cruz fez a mesma coisa. Vai enfrentar o Corinthians, em Cuiabá, também atrás de mais dinheiro.
O Santos recebeu o Flamengo na Arena Pantanal para quitar uma dívida com um empresário local. Mais um equívoco.
A CBF, que não gosta do Campeonato Brasileiro, apesar de organizá-lo, deveria proibir esta medida e determinar a escolha dos estádios no Conselho Arbitral, com todos os clubes envolvidos. Os presidentes informariam qual o estádio onde mandariam suas partidas e ponto final. A busca por dinheiro não pode beneficiar ninguém. Nem quem fatura, nem quem fica com torcida a favor, mesmo longe do seu estádio. Lamentável.