Carille quer contrato como técnico e teme debandada do Corinthians
Alexandre Praetzel
Fábio Carille terá o maior desafio da sua carreira, assumindo o comando técnico do Corinthians. Carille pretende assinar seu primeiro contrato como treinador efetivo, deixando o posto de interino. O acordo de um ano será acertado no retorno do presidente Roberto de Andrade, na próxima segunda-feira. Em entrevista exclusiva ao blog, Carille mostra convicção no apoio da diretoria e confiança num grande trabalho, mesmo temendo uma debandada de atletas, novamente.
Tem respaldo da diretoria
“Sim. Eu fico respaldado sim. Na verdade, eu sabia que era interino com a chegada do Cristóvão. Na chegada do Oswaldo, disse que eu ficaria até dezembro para não trazer um novo profissional antes e já começar o planejamento para 2017. Isso eu mesmo falei para o presidente na ocasião”.
Filosofia com o clube em dificuldades
“É o que passa a maioria do clubes do Brasil. Chegarão jogadores para fortalecer ainda mais o grupo, trazendo mais peças. O Corinthians passa por uma fase difícil sim, mas é meio que normal nos clubes brasileiros”.
Teme nova debandada de atletas
“Temo sim. Me preocupa bastante. Sei que isso faz parte por isso estamos de olho em vários jogadores. Nossa ideia é manter os principais atletas. Faz parte do futebol e corremos este risco. Já estamos atentos no mercado para repor, se perdermos jogadores. O quanto antes tivermos o grupo definido, melhor para alinhar”.
Estilo de jogo
“Vai ser a mesma linha de trabalho do Tite com aproximação, linhas compactas, buscando triangulações. Meu jeito de ser é parecido com ele. Foram cinco anos e meio juntos e irei buscar isso. A gente sabe que é repetição, trabalho e a minha linha será buscar comportamentos que tivemos na época dele”.
Erros de planejamento
“Não tinha muito o que fazer. Quando saíram Felipe, Elias e Bruno Henrique, perdemos demais dentro da competição. Não tinha muito o que fazer. Chineses vieram aqui e levaram”.
Política do Clube
“Não atrapalha o ambiente. Estamos muito bem blindados, mas estamos percebendo que estão mais próximos politicamente. Estive no Parque São Jorge numa reunião e isso será muito bom no geral para o clube e equipe”.
Reforços
“Contratações pontuais, três ou quatro fora os outros para fortalecerem o grupo, sem que percamos ninguém. Se perdermos, precisaremos de recomposições para qualificar estes setores”.
Jô
“Chegou e está treinando muito. Dedicado. Poder de finalização muito grande. Cabeça boa, trabalhando firme. Expectativa muito grande de um jogador deste peso, porte. Mostrou que vai ajudar e ajudar muito”.
Kazim
“Fez um bom Brasileiro pelo Coritiba. Estávamos observando. Tem bom poder de finalização e vai acrescentar”.
Cargo
“Me vejo como técnico efetivado. Desde 2001 venho fazendo cursos. O período que fiquei à frente do grupo me deu muita confiança porque fiquei em contato com os jogadores, com poder de decisão, comandando treinamentos e me senti muito bem. Meu contrato será acertado na volta do presidente. Minha vontade é seguir como treinador sim. Vamos ver agora em janeiro”.
Comparações com rivais
“Palmeiras e Santos estão mais preparados. Palmeiras reforçando e Santos mantendo a base. Nós e o São Paulo correndo atrás. Tem que ser assim no início, mas o quanto antes queremos o grupo fechado para acelerarmos o processo de trabalho da equipe”.
Ex-jogador X Acadêmicos
“Os dois são importantes. Não pode ser só ex-jogador e achar que está tudo bom. Só parte teórica não funciona também. Acho que quando consegue casar os dois profissionais o sucesso do trabalho fica mais perto”.
Ameaça de Impeachment do presidente
“Não sei te responder. Sei que é um profissional que está colocando o Corinthians no seu lugar. A fundo, como está esta situação, não sei te responder”.
O Corinthians contratou o atacante turco Kazim e o volante Paulo Roberto. Ainda busca dois volantes e dois zagueiros. Carille espera a renovação de contrato do meia Rodriguinho e as permanências dos principais nomes como Fágner, Marlone, Uendel e Marquinhos Gabriel.