Maicosuel diz que já está recuperado: “acho que mereço receber esse mês”
Alexandre Praetzel
Maicosuel foi contratado como grande reforço do Atlético-MG, mas ainda não conseguiu jogar pelo São Paulo. No dia 7 de junho, estreou como titular contra o Vitória, na quinta rodada do Brasileiro, mas se machucou. Mais de dois meses depois, o meia voltou a ficar à disposição da comissão técnica, na partida diante do Cruzeiro. Durante a recuperação, Maicosuel propôs não receber salários, até retornar aos treinamentos.
Maicosuel falou ao blog sobre esta questão, dividida com a diretoria, e a realidade difícil do tricolor, na Série A:
Como foi o caso de ficar sem receber salário, enquanto ficaste machucado?
No primeiro mês, sim. Eu conversei com os dirigentes e falei que no mês que eu ficasse parado, só na fisioterapia, eu não precisaria receber. Foi o que aconteceu. Acho que, não só uma iniciativa minha, mas meu pai me ensinou assim, também. São coisas que são de cada um e eu optei em fazer isso. Acho que não muda nada, apenas uma situação que aconteceu e eu acho que é válida, cada um tem seu modo de pensar. Esse é o meu jeito de ser. Então, o primeiro mês eu não recebi. A gente vai conversar agora para ver o que pode ser feito, mas agora vai tranquilizar e normalizar tudo.
O que os dirigentes falaram sobre essa situação?
Eles não aceitaram meio de prontidão. Eles não gostaram muito, falaram que não iam fazer, mas é uma coisa que eu impus, que foi minha mesmo. Cheguei e falei que não ia receber, se eles dessem o salário para mim, talvez eu doasse para os funcionários do clube. Era uma coisa que eu não queria mesmo, mas, enfim, agora eu estou trabalhando forte, firme e acho que eu mereço receber esse mês.
Você foi contratado como grande reforço. As questões físicas e clínicas te prejudicaram?
Sim. Se não fossem as lesões, estaria jogando. Mas, futebol é assim, faz parte da carreira do atleta, ter lesões. A gente está tentando recuperar o mais rápido possível para ajudar o São Paulo.
É a hora dos jogadores mais experientes neste momento difícil?
Não, eu acho que é a hora de todos. Se a gente perder, não são só os experientes que sairão prejudicados. Então, acho também que a molecada tem uma boa parcela de responsabilidade. É o que está acontecendo aqui. Todo mundo dividindo.
O São Paulo tem tempo para treinar, mas a gente não vê evolução. A pressão atrapalha o desenvolvimento do time?
Ah, eu acho que é uma situação um pouco complicada. Acho que, quando a gente começa a errar… Neste jogo com o Cruzeiro, a gente teve três erros e acabamos sofrendo um pênalti e dois gols. Quando a gente erra, os outros times estão aproveitando bastante e a gente não está tendo tanta chance e oportunidade na frente. Acho que o time está de parabéns pela luta. Quando não dá para tocar a bola ou criar tantas oportunidades, tem que ser do jeito que foi, na garra, luta, todo mundo se doando, entregando. Acho que, quando estamos numa situação como essa, tem que ser assim mesmo.
Estar na parte debaixo da classificação atrapalha demais o dia a dia ou com o elenco que o São Paulo tem, é possível sair numa boa?
Os dois. Eu acho que atrapalha também. Ninguém quer ficar nessa situação, ainda mais pela grandeza do clube. Quando a gente de um clube como o São Paulo, que tem uma grandeza enorme no mundo, é meio complicado ver a gente nessa posição na tabela. Mas não só o São Paulo é grande, os jogadores também são. Vários jogadores que ganharam coisas, então a sabe que incomoda bastante. Jogadores vencedores. Então a gente tem que procurar sair dessa situação o mais rápido possível.
A tendência é você jogar contra o Avaí?
Não sei. Estou treinando bem, me dedicando para isso, voltar bem e ajudar. Agora, tem que ver com o Dorival.
O São Paulo enfrenta o Avaí, domingo, em Florianópolis. O tricolor é o 16º colocado com 22 pontos, com um jogo a mais que a Chapecoense, 17ª colocada, também com 22 pontos.