Galiotte tem que bancar o discurso, para não virar bravata e piada
Alexandre Praetzel
O presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, bateu forte na Federação Paulista de Futebol , após a perda do título para o Corinthians. Falou em campeonato manchado e prometeu posicionamentos mais fortes do Clube contra a entidade. Errou ao chamar o Paulista de “Paulistinha”, torneio que ele e o Palmeiras queriam ganhar, com os titulares disputando todos os jogos e o Allianz Parque com ótima média de público e renda recorde de R$ 4 milhões, na decisão. Boicotou a festa de premiação da competição, sem a presença de nenhum palmeirense no evento, mesmo com o time tendo oito nomes na Seleção dos melhores e o técnico Roger Machado.
Óbvio que Galiotte tem o direito de se manifestar e determinar ações que entende que sejam necessárias. Divulgou uma carta aberta aos torcedores, sócios e conselheiros, exigindo três mudanças para o Estadual de 2019. As principais são a implantação do árbitro de vídeo e a criação de um sistema de gravação e divulgação dos áudios da arbitragem, quando houver necessidade. Medidas que não precisariam de protesto, porque me parecem urgentes e necessárias para a transparência das partidas. O problema é que isso não vai se confirmar. A Federação quer cobrar dos Clubes, qualquer investimento que seja feito. Tanto que o VAR não passou na CBF e não será utilizado no Brasileiro. O Palmeiras votou a favor, mas ficou no grupo derrotado.
Então, Galiotte deverá ter seus pedidos recusados, provavelmente. E aí é que entra a convicção do presidente e seus pares. Será que terá coragem de romper, definitivamente? Escalando reservas e aspirantes? O Atlético-PR fez isso e ainda foi campeão, comprando a briga com a emissora detentora de direitos televisivos e Federação Paranaense. Não adianta só não mandar representante em reuniões e festas. É preciso ter uma posição firme e compatível com o discurso. A torcida, parece, apoiou nas redes sociais e vários conselheiros se manifestaram a favor.
Mas, se voltar atrás, será apenas mais uma bravata do nosso futebol e autoridade questionada. Parece um caminho sem volta, mas vamos aguardar se vai manter sua posição.