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Auxiliares viraram solução. A maioria não será um Carille ou Jair Ventura
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Alexandre Praetzel

Em dezembro de 2016, o Corinthians efetivou Fábio Carille como técnico do time. O ex-auxiliar chegou ao cargo principal, depois de ser interino no mesmo ano. Obviamente, Carille assumiu com desconfiança, após o Corinthians passar em branco naquela temporada, mas tinha uma trajetória de nove anos de clube, acompanhando Mano Menezes e Tite.

Veio 2017 e o Corinthians foi campeão paulista e brasileiro com autoridade e um jogo coletivo muito bom. Carille foi escolhido o melhor treinador, merecidamente, e renovou contrato por mais dois anos.

Jair Ventura não ganhou títulos no Botafogo, mas viveu a mesma condição. De número dois na comissão técnica de Ricardo Gomes, Jair passou à função principal, quando Ricardo foi para o São Paulo. Levou o Botafogo à Libertadores e seguiu com o bom trabalho até às quartas-de-final do torneio e às semifinais da Copa do Brasil. Hoje, comanda o Santos.

Citei os dois porque eles viraram referências para dirigentes efetivarem alguns auxiliares como treinadores principais, pelos salários menores e conhecimentos dos clubes. O próprio Botafogo promoveu Felipe Conceição, ex-jogador do time. Elogiado e querido pelo grupo, Felipe levou o Botafogo à semifinal da Taça Guanabara, mas deixou sua situação delicada com a eliminação para a Aparecidense-GO, na primeira fase da Copa do Brasil. O resultado pode ser a origem de uma demissão, caso caia para o Flamengo também. Se tivesse ganho a vaga no torneio mais rentável do Brasil, teria muito mais tranquilidade.

No Inter, Odair Hellmann substituiu Guto Ferreira. Abriu o ano com três vitórias, um empate e duas derrotas. Passou pelo Boavista-RJ com um futebol pobre e um empate na Copa do Brasil. Até agora, não definiu uma formação titular e o time não mostra padrão de jogo. Precisa de paciência, mas vem sendo criticado pela torcida. Se não passar pelo Remo, pode abreviar sua passagem. Lembrando que o Inter esteve na Série B, em 2017.

No Palmeiras, Alberto Valentim trabalhou nos últimos dez jogos de 2017. Largou bem, mas a derrota para o Corinthians e escolhas equivocadas, técnica e taticamente, liquidaram suas chances. O Verdão o dispensou e preferiu trazer Roger Machado.

No Sport, Daniel Paulista foi e voltou como interino e salvou o Leão do rebaixamento, quando Vanderlei Luxemburgo foi demitido. O Sport preferiu contratar Nelsinho Baptista e não o efetivou. Antes, o Sport apostou em Eduardo Baptista, que pulou da preparação física para a boca do túnel. Está fazendo carreira e dirige a Ponte Preta, pela segunda vez.

No São Paulo recente, Milton Cruz era o funcionário-tampão, quando a direção dispensava um treinador. Nunca quis assumir o tricolor. Saiu e virou técnico do Figueirense.

Zé Ricardo e Claudinei Oliveira foram bem nos times Sub-20 de Flamengo e Santos. Alçados às posições principais, se firmaram e foram para o mercado. Zé está no Vasco e Claudinei comanda o Avaí.

Novos nomes surgem por emergência e falta de dinheiro, também. A maioria não confirma porque sofre com o resultadismo e imediatismo dos clubes. Se começar ganhando, vai ficando, mas na primeira sequência negativa, pode cair, por não haver lastro e experiência. No fim do ano, teremos novos exemplos, sem dúvida. Nem todos serão como Carille e Jair Ventura. A caminhada é árdua e longa, e muitas vezes, ingrata.


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