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Arquivo : Árbitro de vídeo

Clubes já sabem quanto irão gastar com árbitros de vídeos
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Alexandre Praetzel

A CBF pretende implantar o árbitro de vídeo o mais rápido possível. O blog apurou que os clubes foram informados que o custo será de R$ 30 mil para os mandantes, descontados dos borderôs das partidas. Ainda não houve confirmação oficial de quais jogos terão essa opção. Alguns dirigentes esperam mais informações. Há uma dúvida principal. Onde ficará o árbitro de vídeo, já que no estádio não pode?

Na Europa, a inovação levou dois anos para ser implantada. Aqui no Brasil, pode ser determinada em três dias. Apesar da pressa, alguns entendem que isso será válido, no atual Campeonato Brasileiro. O blog ouviu o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, a respeito do assunto.

“Eu acho que a tecnologia tem que ser usada no futebol. Tudo que vem agregar o espetáculo, a torná-lo mais justo. Sou favorável. Eu acho que nós já poderíamos ter feito, porém, é importante. Eu concordo. O Palmeiras está de acordo com a iniciativa. O fato, talvez, é que a gente tenha que fazer com critérios, para todos entenderem exatamente como vai funcionar, as regras, o formato. Então, seria importante os clubes terem um tempo para obter todas as informações. Mas nós somos favoráveis sim”, afirmou.

Galiotte não vê problemas na mudança da regra, em meio ao Brasileiro. “Eu acho que, se tivesse sido implementado desde o início, seria a forma melhor. Todos com informações, condicionados, preparados para isso, feito de forma paulatina. Sem dúvida nenhuma, seria melhor do que uma semana para outra. A iniciativa, estamos de acordo. Acho que quanto mais informações para um futebol melhor, com menos erros, o Palmeiras compartilha. Agora, sem dúvida nenhuma, se fosse no início do campeonato, seria melhor ainda”, ressaltou.

Galiotte quer o árbitro de vídeo em todos os estádios, algo que pode não acontecer. “Esse é um ponto fundamental. Todos os clubes têm que ter as mesmas regras. Tem que funcionar em todos os estádios e jogos. Não pode funcionar apenas em um ou dois jogos, porque não tem estrutura, gente preparada para a ferramenta estar em funcionalidade. Então, tem que ser em todos os jogos”, concluiu.


Árbitro de vídeo para ontem. Passou da hora do erro servir para debate
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Alexandre Praetzel

Cobri a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e dois lances se mantêm na minha cabeça, provocando reações imediatas do público e jornalistas presentes, na ocasião. Nas oitavas-de-final, a Argentina venceu o México por 3 a 1. Tevez marcou um gol de cabeça, validado pelo árbitro Roberto Rosetti. Assim que o lance passou no telão do estádio Soccer City, o mundo viu que Tevez estava em claro impedimento. Até o árbitro ficou constrangido.

Em outro confronto, Alemanha e Inglaterra se enfrentavam e o jogo estava 2 a 1 para a Alemanha. Lampard empatou o jogo de cabeça, com a bola tendo entrado um metro, mas o uruguaio Jorge Larrionda não validou o gol. Segundos depois, o telão mostrou o gol legítimo para vaias e lamentos dos torcedores. A Alemanha venceu por 4 a 2, eliminando a Inglaterra. Tudo isso, sete anos atrás.

Cito esses dois momentos para lembrar que o árbitro de vídeo já passou da hora de existir. Foi bom na Copa das Confederações e deveria ter sido colocado em prática, imediatamente. Isso acabaria com discussões desnecessárias.

A última delas é o gol de mão de Jô. O atacante corintiano disse que não sabe se a bola tocou no braço ou na mão. Uma tremenda cara-de-pau de um cara que elogiou o fair-play de Rodrigo Caio, quando isso o beneficiou, na semifinal do Paulista. Bastariam 60 segundos para o árbitro Elmo Cunha observar o lance no vídeo e anular o gol. Ponto final. O jogo seguiria e ninguém seria prejudicado. O Corinthians venceu e aumentou a vantagem na liderança para dez pontos, em relação ao Grêmio. Mas ganhou sem lisura. Se a maioria acha que isso foi bom, é bem coisa de brasileiro mesmo. Eu prefiro e vou ser sempre a favor do jogo limpo. E o vídeo virou necessidade num esporte com receitas e interesses bilionários. Passou da hora do erro fazer parte do jogo. Eu, fora.


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