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Arquivo : Jô.Corinthians

Árbitro de vídeo para ontem. Passou da hora do erro servir para debate
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Alexandre Praetzel

Cobri a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, e dois lances se mantêm na minha cabeça, provocando reações imediatas do público e jornalistas presentes, na ocasião. Nas oitavas-de-final, a Argentina venceu o México por 3 a 1. Tevez marcou um gol de cabeça, validado pelo árbitro Roberto Rosetti. Assim que o lance passou no telão do estádio Soccer City, o mundo viu que Tevez estava em claro impedimento. Até o árbitro ficou constrangido.

Em outro confronto, Alemanha e Inglaterra se enfrentavam e o jogo estava 2 a 1 para a Alemanha. Lampard empatou o jogo de cabeça, com a bola tendo entrado um metro, mas o uruguaio Jorge Larrionda não validou o gol. Segundos depois, o telão mostrou o gol legítimo para vaias e lamentos dos torcedores. A Alemanha venceu por 4 a 2, eliminando a Inglaterra. Tudo isso, sete anos atrás.

Cito esses dois momentos para lembrar que o árbitro de vídeo já passou da hora de existir. Foi bom na Copa das Confederações e deveria ter sido colocado em prática, imediatamente. Isso acabaria com discussões desnecessárias.

A última delas é o gol de mão de Jô. O atacante corintiano disse que não sabe se a bola tocou no braço ou na mão. Uma tremenda cara-de-pau de um cara que elogiou o fair-play de Rodrigo Caio, quando isso o beneficiou, na semifinal do Paulista. Bastariam 60 segundos para o árbitro Elmo Cunha observar o lance no vídeo e anular o gol. Ponto final. O jogo seguiria e ninguém seria prejudicado. O Corinthians venceu e aumentou a vantagem na liderança para dez pontos, em relação ao Grêmio. Mas ganhou sem lisura. Se a maioria acha que isso foi bom, é bem coisa de brasileiro mesmo. Eu prefiro e vou ser sempre a favor do jogo limpo. E o vídeo virou necessidade num esporte com receitas e interesses bilionários. Passou da hora do erro fazer parte do jogo. Eu, fora.


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