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Corinthians perdeu a pegada e virou um time previsível, apesar da liderança
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Alexandre Praetzel

Escrevi aqui neste espaço, ontem, que o Corinthians entraria em campo pressionado pela primeira vez no Brasileiro, contra o Botafogo, no Rio de Janeiro. Líder com 59 pontos, o time de Fábio Carille sentiu a chegada próxima de dois rivais na classificação. Uma diferença que chegou a 12 e 14 pontos para Santos e Palmeiras, hoje caiu para seis pontos, com 24 a disputar e o confronto direto com o Verdão, em Itaquera.

Assisti atentamente ao jogo diante do Botafogo. O Corinthians teve alguns lampejos de qualidade, mas se mostrou bem distante do organizado conjunto do primeiro turno. A equipe perdeu a pegada e a recomposição rápida, características recentes muito fortes dos jogadores. Hoje, o Corinthians parece desgastado e previsível. Leva contra-ataques aos montes, com defesa exposta e meio-campo aberto, algo impensável anteriormente. É verdade que teve um pênalti a seu favor, não marcado pela arbitragem, mas em nenhum minuto foi superior ao Botafogo.

Relaxamento, falta de foco, soberba? Acho que não. O Corinthians chegou ao seu limite técnico. De um elenco limitado tecnicamente, que crescia com um jogo coletivo consistente, começou a padecer porque não conseguiu novas táticas e ideias, quando os adversários passaram a neutralizá-lo. E nomes normais, que viveram ótimas fases num time organizado, voltaram à realidade e caíram de produção, assim que começaram os tropeços. Óbvio que a vantagem ainda é boa. A questão é se o Corinthians irá conseguir administrá-la corretamente. Pegará Ponte Preta fora e Palmeiras, em casa. Poderá começar o confronto em Campinas, apenas três pontos à frente do Santos, que pega o São Paulo, sábado. Tudo é projeção, é verdade, mas o momento corintiano inspira cuidados. E isso se vê e ouve nas declarações de Carille.

Afinal, se o Corinthians perder o título mais ganho da história do Brasileiro, certamente se tornará também o maior vexame do nosso futebol interno. O que era inatingível, virou possibilidade, faltando oito rodadas.


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