Corinthians errou com Zeca. Outros clubes já teriam contratado, se possível
Alexandre Praetzel
Zeca é bom jogador e poderia atuar em qualquer time do Brasil. Muitos gostariam de contratá-lo, caso ele estivesse disponível. Mas não está. Essa é a realidade.
Zeca entrou na Justiça do Trabalho contra o Santos, alegando ameaças e falta de pagamento. Perdeu em duas instâncias. Depois, conseguiu uma liminar no Tribunal Superior do Trabalho. Teoricamente, poderá assinar com qualquer clube. Mas se o Santos cobrar a multa rescisória de R$ 150 milhões na Justiça, pode reverter a situação e o clube que contratá-lo, terá que arcar com o valor. A próxima audiência está marcada para a segunda quinzena de abril. Zeca tem contrato em vigor com o Santos até 2020.
Por isso, parece que o Corinthians se precipitou. Anunciou um acerto de quatro anos e exames médicos com Zeca, mas quer que o atleta e seus empresários paguem a multa, se o Santos vencer nos tribunais. Segundo o advogado João Henrique Chiminazzo, especialista em Direito Desportivo, a conta tem que ser paga pelo novo clube solidário, no caso o Corinthians, de acordo com a Lei Pelé. Não há nenhuma segurança jurídica, como os dirigentes corintianos imaginam. Se houvesse, Zeca já estaria jogando por Flamengo, Palmeiras ou Girona da Espanha, que o procuraram anteriormente e desistiram de qualquer acordo por determinação dos seus advogados.
Alguns especialistas em Direito Desportivo entendem que Zeca não pode nem treinar em outro clube, sem autorização do Santos. O imbróglio é grande e Zeca está parado desde outubro de 2017. Está com 23 anos. Concedeu uma entrevista emocionada em fevereiro, mas o quadro não mudou para ele.
O Corinthians já ofereceu Lucca e Marquinhos Gabriel por Zeca, assim que o presidente José Carlos Peres assumiu. Peres rejeitou a oferta. A tendência é que Zeca não consiga jogar, até entrar em acordo com o Santos.