Oswaldo caiu por soberba. Preferiu brigar com um repórter
Alexandre Praetzel
Oswaldo de Oliveira foi dispensado pelo Atlético-MG. Deixa o Clube com 55% de aproveitamento, desde o ano passado. Assumiu o Galo, depois da queda de Rogério Micale. Deu um sopro de esperança no início, melhorou o desempenho do time, mas não conseguiu a vaga para a Libertadores, com um elenco cheio de jogadores renomados.
Foi mantido pelo trabalho, imagino. Em 2018, o Atlético mudou a diretoria e Oswaldo ganhou novos reforços, ainda que tenha perdido Robinho e Fred. É um grupo e equipe diferentes, mas poderia estar jogando mais. As atuações comuns no Estadual e o empate diante do Atlético-AC(Série C do Brasileiro), correndo risco de eliminação na Copa do Brasil, mas classificado para a segunda fase, revelaram um cenário preocupante.
Mas Oswaldo preferiu o caminho da soberba. Treinadores têm dificuldades enormes ou má vontade mesmo de falar ou explicar pouco futebol dos seus comandados. Muitas vezes, a responsabilidade é do técnico. Oswaldo foi questionado pelo repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, por que o Galo não vinha bem, com dificuldades coletivas e claras dentro de campo, diante de adversários bem menores. Ao invés de responder, foi para o combate agressivo e inexplicável. Respondeu com justificativas de perseguição por parte do jornalista e partiu para bater em Gomide. O assunto foi notícia no Brasil inteiro. O Clube, muito exposto. Se tivesse analisado o momento fraco de todos, seria compreendido e a vida seguiria.
O desgaste com o mau desempenho do Atlético, aliado ao destempero com o repórter, minaram os últimos minutos de tolerância por parte dos novos dirigentes. Oswaldo caiu por falta de humildade. É um cara inteligente e preparado, mas faltou auto-crítica, o que falta para muitos técnicos Brasil afora.