Chape foi gigante. São Paulo não mereceu mais que 50 pontos
Alexandre Praetzel
Terminou o Campeonato Brasileiro de 2017. Acompanhei a última rodada com total atenção. Comentei o empate entre Santos e Avaí, na Vila Belmiro. O time catarinense esteve vivo até o final, precisando de um gol para permanecer na Série A. Não conseguiu pela falta de qualidade dos seus jogadores. Volta para a Série B, com Coritiba, Ponte Preta e Atlético-GO.
O grande destaque foi a Chapecoense. Um ano depois da tragédia que vitimou diretoria, comissão técnica e elenco, a Chape está classificada para a pré-Libertadores e consegue sua melhor colocação nos pontos corridos, com a oitava posição. Um resultado espetacular por tudo que a Chape passou. Montou um grupo às pressas, conviveu com troca de treinadores e viveu a pressão de não ser rebaixada, porque esse era o grande desafio: não cair, depois de tudo. O trabalho merece ser enaltecido. É um recomeço de verdade. Vida longa à Chapecoense.
Entre as decepções, Atlético-MG e São Paulo ganharam de goleada. O Galo foi um arremedo de equipe, desde o início da competição. Teve três técnicos e conseguiu um pouco de regularidade com Oswaldo de Oliveira. Chegar à Libertadores, via G9, é protocolar, mas sem o que comemorar. Temporada ruim e torcida pelo Flamengo.
O São Paulo parou nos 50 pontos, mesma pontuação de 2013, quando também foi ameaçado de rebaixamento. Muito pouco, mas a realidade tricolor. A diretoria negociou bons valores em meio ao torneio e ainda demitiu Rogério Ceni, gerando insegurança no vestiário. Dorival Jr. assumiu sob pressão e com quase um time de contratações. Remontou a equipe, mas o sofrimento era esperado. Em nenhum momento, a Libertadores foi algo real, pelas atuações. Pelo G9, sim. Mas só por isso.
Nos últimos cinco anos, o São Paulo lutou contra três quedas. Esse papo de ''time grande não cai'', é uma falácia. Planeja mal e brinca com o futebol, que a queda vem à galope. O torcedor foi o craque do ano, mas ele não entra em campo. É preciso ter consideração com quem apoiou em todos os momentos. Porque uma hora, todo mundo larga de mão. Não se brinca com o sentimento de quem paga ingresso. Que 2018 seja bem melhor.
Para fechar, parabéns ao Vasco, sétimo colocado e na pré-Libertadores e uma vaia para o Botafogo, que despencou nas rodadas finais, entregando uma vaga praticamente certa no torneio sul-americano.