Cássio minimiza pressão, mas admite que será um vexame perder o título
Alexandre Praetzel
O Corinthians viu sua liderança do Brasileiro cair de 12 e 14 pontos para seis, em relação a Palmeiras e Santos. O sinal de alerta foi ligado e os jogadores prometeram uma resposta aos torcedores, irritados com a queda técnica da equipe. Reuniões com uniformizados, antecipação de concentração e presença de dirigentes nas entrevistas, mostraram que o Corinthians está preocupado com a situação. O blog fez uma entrevista exclusiva com o goleiro Cássio sobre a instabilidade dos últimos jogos, o ambiente do clube e a projeção até o final da temporada, positiva ou negativa. Confira a seguir.
Corinthians caiu mesmo de produção ou isso é coisa da imprensa?
Eu acho que a gente fez um primeiro turno acima do normal. No segundo turno, a gente tem errado mais do que o normal, a gente vem tomando alguns gols em erros e esses erros vem custando a vitória. Estamos tranquilos, trabalhando bastante para não acontecer mais esses erros. Temos um jogo importante neste domingo para a gente fazer um grande jogo e conseguir a vitória.
Houve acomodação com a distância que o Corinthians teve na classificação?
Eu acho que não. Muitas vezes a gente não fez um bom resultado e os outros não conseguiram fazer o resultado. Acho que hoje ainda a gente tem uma situação confortável de seis pontos, mais o confronto direto com a equipe que está em segundo, mas é de suma importância a gente já fazer nosso resultado neste próximo jogo, ganhar e fazer um jogo consistente.
Você acha que o empate é um bom resultado?
Não, nós vamos em busca da vitória. Com todo o respeito a Ponte Preta, é um jogo bastante difícil, sempre que a gente vai lá é um jogo difícil, mas o Corinthians vai em busca dos três pontos. Está na reta final, falta pouco para acabar o campeonato, nós temos que continuar com a mesma mentalidade que nós tínhamos e ir em busca da vitória sempre.
Reunião com uniformizados e antecipação da concentração são sintomas de pressão ou não?
A gente não vê dessa maneira. Se tu fores pegar jogos decisivos, a gente sempre concentra antes, sempre se prepara mais. Descanso é importante ainda mais no final de temporada, mais que treinamento porque tu consegue ver mais vídeos, até mais do que treinar para estar 100% nos jogos. Teve a conversa sim com o pessoal das organizadas, em nenhum momento eles foram lá ameaçar ou fazer algum tipo de pressão. Eles foram para apoiar, até porque saíram algumas coisas na internet, que eles poderiam fazer protesto, poderiam querer ir lá fazer alguma confusão, e isso foi para esclarecer e reforçar o apoio que eles têm sobre o time, o apoio que eles vão fazer para o Corinthians e fora de campo para nosso time se sentir mais confortável e o Corinthians buscar o titulo até o final da temporada.
Se perder o título, será um dos maiores vexames da história?
Com certeza. A gente sabe que fez um grande primeiro turno e o segundo turno a gente acabou somando pouco. Lógico, se não ganhar o título vai ser uma frustração, isso não quer dizer que existe mais pressão em cima de nós. A gente joga no Corinthians, clube que tem pressão e tem que ter personalidade para encarar isso de frente. Acho que não está na situação que muitos estão falando, que o Corinthians já não é campeão. Cada um tem sua opinião. Lá no Corinthians, a gente tem total confiança no nosso trabalho, o que a gente vem fazendo no dia a dia e convicção que a gente pode ser campeão, mas acho que é com trabalho, dando poucas chances para os adversários e quando tiver chances, tentar matar o jogo e jogar da mesma maneira que a gente sempre jogou.
O que está mais fácil hoje: você ser campeão brasileiro ou ir para a Copa do Mundo?
(Risos) Eu acho que é o momento. O momento é o Brasileiro. A gente vem na liderança, com seis pontos, vamos viver o momento porque as chances de acontecer no futuro são maiores. O momento é a gente liderando em busca do título.
Conhecendo o Tite há anos, você sente que está bem encaminhado para a Copa do Mundo?
Não, é difícil. Falta muito tempo. Eu sei que o que me levou para a Seleção, não foi eu ter jogado com o Tite, foi eu ter desempenhado bem meu papel no Corinthians com ele, esse ano retomado, ter um ano de regularidade. Então, para eu ter uma chance, poder ir para a Copa do Mundo, tenho que ser regular e fazer meu trabalho bem feito no Corinthians.
Você é parceiro do Walter. Ele vai ficar no Corinthians, em 2018?
Ah, não sei. Difícil né? Parceiros, parceiros, negócios à parte. Não sei exatamente qual é a situação dele. Eu já tive algumas situações que eu preferi não conversar com meus companheiros, eu sei como é que funcionam. Walter é um cara super bacana, os empresários dele. Não sei o que vai acontecer e o que pode acontecer no ano que vem.
E o Pablo vai ficar?
Esperamos que sim. É um jogador que tem muita qualidade. É outra situação também que eu não sei. Ouvi muito disse me disse, não sei com está o andamento das negociações, não cabe a mim saber. Acho que é uma coisa muito particular do jogador. Cada um trata das coisas a sua maneira e ele, juntamente com seu empresário e a diretoria do Corinthians, espero que ele continue no Corinthians, no ano que vem, mas sobre a situação dele é difícil de falar e opinar, mas é um jogador que tem nos ajudado muito.
Tem alguma chance de você sair?
Não, não. Estou muito feliz no Corinthians, estou bem. Tenho identificação e um bom tempo. Já começamos a conversar para estender meu contrato. Então, minha meta é ficar no Corinthians.
Carille é um mini-Tite?
Pode ser do tamanho do Tite. Tem tudo para isso. Vem trabalhando, se dedicando. É um treinador inteligente, tentando evoluir, melhorar e o mais importante, é que tem muita humildade, se mantém a mesma pessoa quando era um auxiliar técnico. É um treinador que tem o total respeito, pegou o Corinthians numa situação muito complicada pelo elenco e conseguiu montar o time, organizar. Acho que é um cara que tem muito a crescer e está no caminho certo.
Cássio chegou ao Corinthians, em 2012. Assumiu a condição de titular, após a disputa do Paulista daquele ano. Já disputou 306 jogos e tem contrato até o final de 2019. Conquistou dois Paulistas, Libertadores da América, Brasileiro, Mundial Interclubes e Recopa Sul-Americana.