Blog do Praetzel

Título da Copa do Brasil coroa Fábio e escancara várias coisas

Alexandre Praetzel

A decisão da Copa do Brasil entre Cruzeiro e Flamengo foi bem abaixo da expectativa. Muitos, inclusive eu, esperavam um jogo técnico, com os dois times buscando o gol desde o início, mas vimos duas equipes cautelosas com medo de atacar e esperando o erro do adversário. Acabou indo para os pênaltis com o quinto título cruzeirense. A final escancarou algumas coisas e apresentou outras.

-Fábio é um monstro de goleiro. 14 anos como titular do Cruzeiro e decisivo nos pênaltis. É o goleiro mais injustiçado da Seleção Brasileira, com raríssimas convocações e preterido por concorrentes inferiores. Fechou o gol no Maracanã e Mineirão;

-Muralha tinha tudo para a redenção no Flamengo. Parecia que o destino lhe dava uma grande chance para fechar o gol e levar o Flamengo à vitória. Nos pênaltis, pulou apenas para o lado direito como estratégia. Segue sendo o Muralha, cheio de desconfiança;

-Hudson foi titular do São Paulo, em 2016, mas foi trocado por Neílton, em janeiro. Surpresa para muitos. Virou titular do Cruzeiro a partir do meio do ano, sendo fundamental na semifinal contra o Grêmio e o melhor jogador em campo diante do Flamengo. Cruzeiro quer ficar com ele;

-Rafael Sóbis não disputou a final, por estar suspenso. Mas foi o goleador do torneio e colocou mais uma faixa de campeão no peito. É um ganhador de títulos;

-Thiago Neves foi muito cobrado pela torcida o ano todo, pelo custo-benefício. Foi decisivo nas duas cobranças de pênaltis contra o Grêmio na semifinal e diante do Flamengo na final;

-Diego foi escolhido o melhor jogador da Copa do Brasil, em votação antes da decisão. Não jogou bem e ainda errou a cobrança de pênalti. Ficou devendo;

-Mano Menezes chega ao segundo título de Copa do Brasil. Foram oito anos sem títulos, após passagens pela Seleção Brasileira e Flamengo e duas vezes no Cruzeiro. Volta à galeria de vencedores;

-Flamengo só ficou com a Sul-Americana como possibilidade de conquista maior. Pouco para o investimento feito nas contratações e com alguns erros de planejamento. O principal foi a indefinição de um goleiro titular, até a chegada de Diego Alves, no meio do ano. Acabou fazendo falta.

Parabéns ao Cruzeiro pela quinta taça de campeão. Acompanhei todos em 1993, 1996, 2000, 2003 e 2017.