Blog do Praetzel

Cuca foi “visionário” com o desespero do Palmeiras

Alexandre Praetzel

Cuca assumiu como técnico do Palmeiras, em março de 2016. Chegou falando grosso e prometendo o título brasileiro. Não só cumpriu a promessa como deixou uma boa espinha dorsal para 2017. Cozinhou a diretoria sobre sua provável renovação de contrato, mas acabou deixando o clube, alegando questões familiares.

Para mim, Cuca foi muito inteligente e um bom estrategista de carreira. Não permaneceu porque sabia que as cobranças seriam diárias pela manutenção do desempenho de um grupo campeão. Sentiu que o forte desgaste nas relações do dia-a-dia com alguns jogadores e membros da diretoria, estavam com prazo de validade. Precisava respirar e recarregar as forças. Por isso, saiu. Qualquer outro nome que o substituísse, teria dificuldades a curto prazo, mesmo com bons reforços e grande injeção de dinheiro. Ficou assistindo de camarote e aguardando o telefone tocar.

Bingo! Eduardo Baptista não aguentou o tranco. Bom profissional e comprometido, a aposta de Alexandre Mattos não conseguiu manter o legado ''Cuquista'', desmanchando uma forma competente de jogar e não criando nada de novo. Como um time que tem R$ 15 milhões de folha salarial, joga tão pouco? Pergunta rotineira e verdadeira. Estourou no técnico.

Agora, Cuca tem a faca, o queijo e a conta bancária na mão. Está fazendo charminho para não parecer oportunista, após a demissão de um colega de trabalho. Querendo, voltará como ''Salvador da Pátria'', nos braços da torcida e com carta branca para dispensar e contratar. Obviamente, será cobrado para ganhar a Libertadores, sem nenhuma garantia de sucesso.

Não sei se a diretoria acertou ao demitir Eduardo Baptista, mas realmente não houve evolução em 120 dias de trabalho. Se Cuca acertar, e é bem provável que isso aconteça, veremos como será a retomada do trabalho num curto espaço de tempo. A conferir.