Blog do Praetzel

Zago confirma assédio de outros times e espera ser grande técnico no Brasil

Alexandre Praetzel

O técnico do Juventude, Antonio Carlos Zago, concedeu entrevista exclusiva ao blog. Ex-zagueiro de grande qualidade e gerente de futebol do Corinthians, Zago falou sobre o confronto com o São Paulo, pela Copa do Brasil, e o seu trabalho à frente do Juventude, time que ele defendeu em 2006. Acompanhem abaixo.

Enfrentar o São Paulo em transição

''O momento de transição era quando nós enfrentamos o São Paulo no jogo do Morumbi. Se eu não me engano, ali fazia cinco dias que o Ricardo tinha assumido, não sei, uma semana. Agora não, agora já tem padrão de jogo que o Ricardo colocou para a equipe. Então, é um time que talvez possa estar passando um momento difícil, mas na minha opinião, não é mais um time em transição''. (O Juventude venceu o primeiro jogo por 2 a 1, no Morumbi)

Momento do Juventude

''Cara, o time neste ano praticamente passa por uma reestruturação. Houve uma mudança na diretoria. O trabalho vem sendo bem feito por todos. O Juventude, queira ou não queira, é uma camisa de força né, um time que tem uma história no futebol brasileiro, mas assim, nos últimos cinco anos vinha passando por uma situação muito difícil. Esse ano não. Esse ano, nós chegamos à final do Campeonato Gaúcho, o time vem bem na Copa do Brasil, sendo que também o nosso principal objetivo é a Série C, é recolocar o Juventude na Série B do Campeonato Brasileiro. Trabalhamos direitinho em cima da política do clube, que é uma política de revelar jogadores. Hoje, contamos com 18 jogadores das categorias de Base no elenco profissional. Então, o clube vai devagar se reestruturando e a gente espera conquistar nosso principal objetivo, que é recolocar o Juventude na Série B''.

Treinadores brasileiros

''Em relação aos treinadores, talvez tenha dado uma pequena melhorada nos últimos anos, né, até pela própria cobrança da imprensa em cima dos treinadores. Eu vejo nós ainda atrás até dos argentinos. Você vê hoje na Europa, cinco, seis treinadores argentinos dirigindo grandes equipes no futebol europeu e você não vê um brasileiro. A gente espera que devagar possa ir melhorando cada vez mais o nível dos treinadores aqui no Brasil''.

Assédio de outros clubes e planejamento para 2017

''Lógico que quando você faz um bom trabalho como vem sendo feito aqui no Juventude, aparecem propostas né. Apareceram de clubes da Série B, de três clubes da Série A, mas eu resolvi permanecer no Juventude por ter praticamente construído toda a equipe, por ter dado a minha palavra ao presidente, que iria permanecer até o final e dar sequência ao trabalho aqui. Acho isso importante para a carreira de um treinador. Então, planejamento por enquanto nenhum ainda. O planejamento nosso é terminar bem a Série C e recolocar o Juventude na Série B. Depois, a gente vai pensar no que vai fazer o ano que vem''.

A função mais difícil entre técnico, jogador e gerente de futebol

''Função do treinador. Tudo cai em cima do treinador. Quando você tem os resultados que não te ajudam, é o primeiro a ser mandado embora. A cobrança por parte até da própria imprensa é sempre muito grande em cima dos treinadores. Por isso que treinador precisa ter tempo para trabalhar. Não é num mês que você vai fazer com que os jogadores entendam aquilo que você quer. Você precisa de tempo, estrutura, e assim é a função mais difícil, por tudo que envolve o dia-a-dia do treinador. Você tem várias pessoas sobre o seu comando  e não é fácil você comandar um grupo grande como o de jogadores. Então, é uma responsabilidade grande, e mesmo sendo a função mais difícil, é uma profissão na qual eu tenho muito orgulho de exercer, até porque me preparei para isso. Fiz cursos na Europa e espero um dia vir a ser um dos grandes treinadores do futebol brasileiro''.

No Brasil, Antonio Carlos Zago surgiu bem no São Caetano, em 2010, e depois foi contratado pelo Palmeiras, onde ficou pouco tempo. Reapareceu no Juventude, este ano. Foi vice-campeão gaúcho e pode levar o Juventude à Série B, após o time ficar mais de cinco anos ausente das principais divisões.