Sem o VAR, Brasileirão será um lamento diário. CBF não aprendeu a lição
Alexandre Praetzel
A Série A do Brasileiro recomeça na próxima semana e será terrível não termos o VAR para auxiliar na arbitragem. O sistema foi eficientíssimo na Copa do Mundo e fará muita falta. O Mundial está chegando ao fim e tivemos poucas discussões sobre arbitragem, com raríssimas exceções. Nos confrontos de mata-mata, o VAR praticamente não foi utilizado. Os próprios atletas se policiaram em algumas atitudes e mudaram o comportamento, dentro de campo.
Agora, as segundas-feiras voltarão com tudo no tema, debatendo erros graves que irão acontecer. A cada um, vamos lembrar do VAR e falaremos, “pô, se tivesse o VAR, isso estaria resolvido”. A Fifa bancou os custos e o projeto veio para ficar.
Aqui no Brasil, a milionária CBF, preocupada apenas com a Seleção Brasileira, quis entregar as despesas de R$ 35 mil por jogo, para os clubes. Óbvio que a ideia não seria aprovada pela maioria. Como Chapecoense e América-MG vão bancar a conta, com orçamentos bem menores que os grandes clubes? A entidade lavou as mãos, como sempre.
No amistoso entre Corinthians e Cruzeiro, o Corinthians teve um pênalti muito mal marcado em cima de Roger. O mundo viu que o centroavante não foi tocado pelo goleiro Fábio. O árbitro não quis conversa e marcou. Com o VAR, seriam gastos 30 segundos para a correção do lance. E veremos erros parecidos nas próximas rodadas do Brasileirão. Tudo porquê quem manda no futebol, não quer assumir os gastos. Só no Brasil.
E os árbitros se sentirão muito pressionados, para variar. O Brasil precisa acabar com o bordão infeliz que acompanha nosso atraso: “Aqui é assim mesmo”, como forma de aceitar muita coisa errada. Inclusive, no futebol.
Vida longa ao VAR, menos no Brasil. Uma pena.