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Ex-integrante do Tucumán vê time com força e garra para surpreender
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Alexandre Praetzel

Imagine o América-RN chegando à Libertadores da América, após passar pelas quatro divisões nacionais do Brasil? Esta é a comparacão que serve para o Atlético Tucumán da Argentina, estreante no torneio sul-americano e adversário do Palmeiras, nesta quarta-feira. Fundado em 1902, o pequeno clube foi subindo de divisão, até atingir à elite. Jogadores prometem entrega e muita garra em campo, minimizando problemas financeiros e de estrutura, em relação aos seus oponentes tradicionais. O blog entrevistou o ex-preparador físico do Tucumán, Rodrigo Anaya, integrante do clube, nos últimos anos quatro anos. Ele falou sobre as características da equipe e a crise que assola o futebol argentino. Hoje, Anaya integra a comissão técnica do Huracán. Leia abaixo.

Tucumán pode surpeender na Libertadores?

“O Atlético Tucumán pode surpreender e passar à segunda fase, principalmente, pela garra e apoio da sua torcida fanática da cidade de Tucumán. O estádio é muito acanhado, a torcida muita próxima, com muita pressão. O clube já conseguiu a maior proeza da sua história. Chegamos na Série B do Campeonato Argentino, passamos para o Nacional B, Campeonato Argentino, até chegarmos à Libertadores. Foi o ponto alto deste time para ficar na história. O Tucumán sempre entrará em campo para jogar de igual para igual. Precisam aproveitar a torcida e o estádio, além da força tática da equipe”.

O que podes destacar no Atlético Tucumán?

“A organização do elenco. Um elenco que tem “fome”. A maioria dos jogadores veio do Nacional B do Argentino, ou seja, criaram uma ligação muito forte com a instituição. O goleiro Lucchetti, 38 anos, com passagens pelo Banfield e Boca Juniors e o zagueiro Canuto, com grande trajetória. Há uma base com jogadores experientes, mas a maior figura é o atacante Zampedri, um dos melhores do futebol argentino. Tem enorme potencial, capacidade e faro de gol. De resto, são jogadores muito voluntariosos e não tem medo de jogar como visitante. Vão para cima, sem medir muitas consequências, com muita garra”.

Crise do futebol argentino

“Era de se esperar, depois do falecimento de Júlio Grondona, único dirigente que conseguia sustentar o futebol argentino pelas relações na Fifa. Há dois pontos: a crise gerada pela corrupção na AFA(Associação do Futebol Argentino) trouxe problemas com os clubes e televisionamento. A intervenção do Governo também trouxe divisão de poderes e isso virou um efeito cascata, puxando para baixo. A AFA não entregava as cotas de TV para os clubes, já que o futebol estava dominado pelo governo de Cristina Kirchner. Isso deixou os clubes sem dinheiro, não teve como pagar os jogadores e o sindicato dos jogadores entrou em greve, sempre muito unido, defendendo os jogadores que atuam nas divisões menores, principalmente. Chegou um momento que a greve fica insustentável porque o futebol é a “droga” dos argentinos. Quinze, vinte dias sem futebol gera todo tipo de incômodo à sociedade. A sociedade hoje está se levantando contra o governo, com greves, protestos e paralisações,na questão social . Hoje, isso deverá ser resolvido e esperamos a volta do futebol argentino, sábado”.

O Atlético Tucumán chegou à fase de grupos, depois de eliminar El Nacional-EQU e Júnior Barranquilha-COL. Contra os equatorianos, o time teve problemas de transporte e foi do aeroporto de Quito, direto para o campo. A classificação foi considerada heróica, pelas circunstâncias daquele momento.

 


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