Blog do Praetzel

Arquivo : técnico

A espetacularização em cima de Neymar. Ele precisa de paz e repouso
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Alexandre Praetzel

Neymar passará por cirurgia no quinto metatarso do pé direito, neste sábado, em Belo Horizonte. Depois, receberá alta e iniciará o processo de recuperação, previsto entre dois meses e meio e três meses, segundo o Dr. Rodrigo Lasmar, médico da Seleção Brasileira.

Óbvio que o torcedor brasileiro ficou preocupado, desde o momento em que Neymar torceu o pé, sozinho, num jogo do PSG contra o Olympique de Marselha. Pela reação do jogador, todos esperavam algo preocupante. Agora, depois de toda a assistência, é hora de deixá-lo em paz. A espetacularização em cima dele não leva a nada. Claro que Neymar é uma celebridade, mas tudo o que ele precisa é de tranquilidade e repouso.

Quem sou eu para apontar alguma coisa, mas seu staff deve ter a mínima noção de que festas, eventos, entrevistas e gravações de comerciais são descartáveis neste momento. O importante é retornar em plenas condições e saudável para a Copa do Mundo. A própria imprensa deveria parar de “perseguí-lo”. Têm horas que algumas coberturas soam exageradas demais e só servem para importunar.

Imagino que o técnico Tite esteja preocupado. Então, cabe ao treinador pensar na melhor forma de escalar a Seleção, sem seu principal astro. Os dois amistosos pré-Copa serão fundamentais para a equipe ter outras alternativas, até 17 de junho, data da estreia contra a Suiça.

O resto é dar tempo ao tempo. Se Tite sempre foi um treinador de superação, poderá ter seu grande desafio pela frente. Tomara, com Neymar reestabelecido. Sem espetáculos ou dramaticidade. O que vale é a saúde do atleta.


Direção do Vasco teme perder Zé Ricardo para o futebol árabe
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Alexandre Praetzel

O técnico Zé Ricardo pode deixar o Vasco, nos próximos dias. Ele recebeu uma proposta do Al-Ahli Jedah da Arábia Saudita. O blog apurou que os dirigentes sabem que a oferta financeira é muito boa para Zé Ricardo e admitem que podem perder o treinador. Uma reunião nesta sexta-feira servirá para definir se o trabalho segue ou não.

Sem dinheiro em caixa, o Vasco não tem como concorrer com propostas do exterior para segurar Zé Ricardo. Ele recebe em regime CLT e uma rescisão de trabalho é simples e rápida neste sentido.

Para muitos, dentro do Vasco, Zé Ricardo é melhor do que o elenco. Em 25 jogos, comandando a equipe, Zé Ricardo conseguiu 12 vitórias, desde que chegou a São Januário, em 2017. Agora, levou o Vasco à fase de grupos da Libertadores da América, com estreia marcada para março.

Caso Zé Ricardo deixe o clube, o Vasco vai priorizar a busca por um profissional que tenha trabalhado com jovens de categorias de base. O nome de Claudinei Oliveira, técnico do Avaí, é bem visto pela direção.


Não trocaria Dorival. São Paulo precisa de sequência de trabalho
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Alexandre Praetzel

Nesta segunda-feira, recebi quatro mensagens no celular, me informando que Dorival Jr. estava demitido ou seria dispensado ao longo do dia. Fui checar com minhas fontes. Poucas, mas muito confiáveis. Ouvi que a pressão é muito forte, internamente. Há uma corrente no clube que gostaria de ver André Jardine, técnico do Sub-20, alçado ao posto principal. Um espécie de “Carille” são-paulino.

Depois, falei com Dorival. Se mostrou tranquilo com minha pergunta e disse que estava trabalhando no São Paulo, desde às 7h. Não se alongou mais na questão.

Acho que seria um grande erro demitir Dorival. Não completou um ano à frente do time e recebeu novos jogadores como Diego Souza, Nene, Trellez e Valdívia. Em apenas quatro partidas, teve Cueva, Nene e Diego Souza juntos. Ainda perdeu Hernanes e Pratto, dois nomes fundamentais no tricolor. Está buscando um padrão de jogo ideal e uma formação titular. Vem repetindo uma escalação, mas o desempenho tem caído nos segundos tempos. Contra o CSA-AL, foi uma exceção, com o resultado alcançado na segunda etapa, depois de 46 minutos muito ruins. Diego Souza de centroavante, acho um erro. Não tem mobilidade e tem atrapalhado mais do que ajudado.

O São Paulo não vem jogando mal. Agora, precisa de mais consistência e equilíbrio para não permitir espaços generosos aos adversários. É verdade que o time perdeu os dois clássicos que disputou, mas isso não tem sido novidade, já que o retrospecto é muito ruim diante dos rivais, nos últimos dez anos.

A diretoria pode dar um crédito de confiança a Dorival e deixá-lo trabalhar. Temos visto clubes demitirem treinadores e não conseguirem substituí-los à altura. É preciso mudar essa política no futebol brasileiro.

Mais análise do trabalho e menos resultadismo. Porque, pelo último quesito, o São Paulo vai bem. Classificado na Copa do Brasil e primeiro colocado do grupo no Paulista, com um jogo a menos.


Oswaldo caiu por soberba. Preferiu brigar com um repórter
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Alexandre Praetzel

Oswaldo de Oliveira foi dispensado pelo Atlético-MG. Deixa o Clube com 55% de aproveitamento, desde o ano passado. Assumiu o Galo, depois da queda de Rogério Micale. Deu um sopro de esperança no início, melhorou o desempenho do time, mas não conseguiu a vaga para a Libertadores, com um elenco cheio de jogadores renomados.

Foi mantido pelo trabalho, imagino. Em 2018, o Atlético mudou a diretoria e Oswaldo ganhou novos reforços, ainda que tenha perdido Robinho e Fred. É um grupo e equipe diferentes, mas poderia estar jogando mais. As atuações comuns no Estadual e o empate diante do Atlético-AC(Série C do Brasileiro), correndo risco de eliminação na Copa do Brasil, mas classificado para a segunda fase, revelaram um cenário preocupante.

Mas Oswaldo preferiu o caminho da soberba. Treinadores têm dificuldades enormes ou má vontade mesmo de falar ou explicar pouco futebol dos seus comandados. Muitas vezes, a responsabilidade é do técnico. Oswaldo foi questionado pelo repórter Léo Gomide, da Rádio Inconfidência de Belo Horizonte, por que o Galo não vinha bem, com dificuldades coletivas e claras dentro de campo, diante de adversários bem menores. Ao invés de responder, foi para o combate agressivo e inexplicável. Respondeu com justificativas de perseguição por parte do jornalista e partiu para bater em Gomide. O assunto foi notícia no Brasil inteiro. O Clube, muito exposto. Se tivesse analisado o momento fraco de todos, seria compreendido e a vida seguiria.

O desgaste com o mau desempenho do Atlético, aliado ao destempero com o repórter, minaram os últimos minutos de tolerância por parte dos novos dirigentes. Oswaldo caiu por falta de humildade. É um cara inteligente e preparado, mas faltou auto-crítica, o que falta para muitos técnicos Brasil afora.


Dorival Jr. não quer apostas como reposições no São Paulo
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Alexandre Praetzel

O São Paulo vai repor a saída de Hernanes e a provável venda de Pratto para o River Plate com reforços à altura. Pelo menos, essa é a ideia do técnico Dorival Jr. O treinador espera que a diretoria contrate jogadores com nível parecido. A saída de Hernanes foi considerada muito prejudicial e Dorival acredita no esforço dos dirigentes para qualificar o time e elenco.

O blog apurou que Dorival não quer apostas chegando ao tricolor. Espera por cinco nomes que cheguem e possam jogar, aumentando as opções e prontos para entrar na equipe. Um deles é Diego Souza, com negociação avançada, segundo Raí, diretor-executivo de futebol. Dorival gosta dele e acredita que Diego possa atuar como substituto de Pratto, ou junto ao argentino, no setor ofensivo. Aloísio, ex-atacante são-paulino, foi descartado por Dorival.

A diretoria tem vários jogadores consultados, com a proximidade de alguns anúncios para a próxima semana. Se o São Paulo tivesse que atuar hoje, teria Jean; Militão, Bruno Alves, Rodrigo Caio e Edimar; Jucilei, Petros, Cueva e Shaylon; Marcos Guilherme e Pratto(Brenner).

O primeiro confronto do São Paulo será contra o São Bento, em Sorocaba, na abertura do Campeonato Paulista, dia 17. Até lá, Dorival acredita que haverá novidades anunciadas pelos dirigentes. Todos no clube sabem que o São Paulo precisa se reforçar.

Avalio o elenco hoje com a nota 6.


Transição do Santos surpreende sem executivo e técnico definidos
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Alexandre Praetzel

As pessoas que me acompanham diariamente nos meus espaços jornalísticos sabem que sempre achei José Carlos Peres, o melhor candidato à presidência do Santos, respeitando muito os demais. Peres pensa o Santos mais próximo de sua grandeza, com busca de mais público e receitas maiores, além da formação de um time em condições de disputar títulos, é claro.

No entanto, nove dias depois da sua vitória, não vimos nada de novo. Achei que Peres já começaria a transição do mandato com diretoria de futebol e comissão técnica definidos, mesmo tomando posse dia 02 de janeiro. Vimos sete dias de muitas entrevistas e poucas definições. Três executivos recusaram o Santos, talvez receosos com a situação financeira difícil do clube e um 2018 de reconstrução e poucas contratações. Fiquei surpreso com o fato de Peres não ter esse profissional já definido. Foi ao mercado buscá-lo, só após ganhar a presidência. Ou não acreditava na vitória ou errou mesmo. A falta de recursos é pública. Peres vai pedir adiantamento de cota do Paulista e determinar teto salarial.

Parece que Gustavo Oliveira, sobrinho de Raí, será o escolhido. Os contatos aconteceram e tudo leva a crer num acordo entre as partes. Agora, fala-se em Jair Ventura como técnico. Um jovem que faz bom trabalho no Botafogo, com poucos recursos à disposição. O perfil que o Santos vai precisar, apesar de ter um elenco superior ao time carioca.

Vanderlei; Victor Ferraz, Lucas Veríssimo, David Braz e Caju; Alison, Renato e Jean Mota; Arthur Gomes, Copete e Bruno Henrique. Essa é a formação de momento do Santos. Precisa resolver as situações de Ricardo Oliveira e Zeca e reforçar o grupo de atletas. Pode utilizar um ou outro mais experiente para uma troca com outro clube.

Hoje, o Santos não tem ninguém que possa negociar. Tem uma molecada boa com Diego Cardoso, Diogo Victor (contrato até março), Pituca, Gregori, Rodrigo e Yuri Alberto. É hora de colocá-los para jogar no Paulista.

Vamos ver as próximas providências da nova direção. Em relação aos rivais, parece que o Santos abrirá a temporada, um passo atrás.


Abel Braga. Desafio no Palmeiras ou segurança no Inter
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Alexandre Praetzel

Palmeiras e Inter estão atrás de treinadores no mercado. Os interinos Alberto Valentim e Odair Hellmann não serão efetivados. Abel Braga é cobiçado pelos dois clubes. O técnico admitiu um contato do Palmeiras, após a vitória do Fluminense sobre a Ponte Preta e está sempre nos planos do Inter, com o passado vitorioso e identificação com o clube, ainda mais com os atuais dirigentes Marcelo Medeiros e Roberto Mello, chefes do departamento de futebol colorado em 2014, último ano de Abel no Inter.

Claro que Abel ainda vai conversar com o presidente do Flu, Pedro Abad, a respeito da temporada de 2018. Ele tem mais um ano de contrato, mas não pretende ser coadjuvante nos campeonatos que irá disputar. Se o Flu não puder aumentar o investimento no futebol, é bem provável que Abel peça para sair. Com Palmeiras e Inter como opções, vejo a situação da seguinte forma, caso Abel fique livre no mercado.

No Palmeiras, Abel terá o desafio de trabalhar num time grande de São Paulo, pela primeira vez. Aos 65 anos, pode não representar muita coisa, mas muitos profissionais de comissão técnica acreditam que é preciso passar pelo mercado paulista para ser reconhecido definitivamente no futebol brasileiro. O Palmeiras tem uma base montada, estrutura e dinheiro para gastar com reforços. E estará na Libertadores da América, novamente.

No Inter, Abel estará seguro. Reencontrará amigos e poderá comandar a equipe com tranquilidade pela sétima vez, mesmo com a cobrança por resultados. Esteve no Beira-Rio em 1988, 91, 95, 2006, 2007 e 2014. Ganhou Gaúcho, Libertadores e Mundial e foi vice-campeão brasileiro. Em dezembro de 2014, esperava renovar contrato, mas viu o presidente eleito Vitório Píffero desistir de mantê-lo. Não escondeu a frustração com o amigo de longa data. Agora, tem a chance de voltar.

Abel tem lastro e experiência para segurar e conduzir elencos compostos por jogadores mais cascudos. Costuma ser um “paizão” nas dificuldades e tem bom conhecimento tático. Está com tudo para decidir onde trabalhar. Aposto na vinda para o Palmeiras porque será uma novidade na carreira. Vamos aguardar sua decisão.


Felipe Melo defende Valentim e não vê ano fracassado no Palmeiras
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Alexandre Praetzel

Felipe Melo foi trazido como grande reforço para a temporada de 2017. Era para ser o líder do time no vestiário e uma espécie de xerife, dentro de campo. Depois de muitas polêmicas, perdeu espaço após detonar o técnico Cuca, em áudio vazado na internet. Treinou separado e quase deixou o Palmeiras, em um acordo judicial. Mas ficou, voltou a treinar e retornou ao time, ainda com Cuca como treinador. Cuca saiu e Alberto Valentim assumiu a equipe. Felipe Melo foi escalado como titular nas duas últimas partidas e parece que recuperou sua importância perante diretoria e torcida. O blog conversou sobre o futuro no Palmeiras, com contrato e investimentos feito no elenco, além do trabalho de Valentim. Leiam abaixo.

Você quer permanecer no Palmeiras?

Tenho mais dois anos de contrato aqui e da minha boca, vocês nunca escutaram falar de uma possível saída. A minha ideia foi sempre continuar no Palmeiras. Eu vim para cá, minha família aprendeu a gostar do Palmeiras, tenho aprendido a cada dia, amar mais o Palmeiras, o torcedor palmeirense. Não é fácil você chegar num clube como esse, com uma torcida tão apaixonada e que cobra tanto e em pouco tempo, você conquistar essa torcida. Então, o mínimo que eu tenho o que fazer é continuar aqui e ser campeão com eles.

O ano foi um fracasso pela falta de títulos e grandes investimentos?

Mas essa é uma responsabilidade que nós colocamos nas nossas costas, desnecessária. Você pega clubes europeus, que gastam milhares, milhares de euros e não ganham. Por quê? Porque existem outros grandes clubes também. Corinthians é um grande clube, Santos, Grêmio, então a gente tem que entender que são 11 contra 11, quando a gente entra em campo. Não são 50 milhões contra 20 ou dez milhões. Você pega o Leicester, que foi campeão na temporada retrasada na Inglaterra. Você vai dizer que o Manchester City e o Chelsea deram vexame? Não, classificaram para a Champions League. Nós classificamos para a Libertadores e o importante é a gente entender nossos erros e não cometê-los no futuro próximo.

O novo treinador tem que ser um profissional com experiência e história ou Valentim aguenta o Palmeiras?

Olha só. O Neymar, maior ídolo brasileiro da atualidade, foi colocado para jogar com 16, 17 anos. Se não colocassem para jogar, de repente não viraria o Neymar. Ah, está muito jovem e tal. Colocou e o cara rendeu. O Guardiola assumiu o Barcelona quando era jovem e foi campeão no Barcelona. Acho que tem que dar tempo ao tempo. O Alberto é um treinador que eu tenho muito respeito e admiração. Acho que é um cara que tem as ideias muito claras, daquilo que ele gosta. Acho que tem sim, dar uma moral para ele porque o grupo gosta dele. É um cara amigo dos jogadores, não é estrela e isso é muito importante. Gosta de vencer, quer vencer e é muito inteligente.

Valentim tem o apoio dos líderes do elenco, mas a tendência é que não seja efetivado como técnico, em 2018. Felipe Melo disputou 31 jogos e marcou dois gols. Tem contrato até o final de 2019.


Carpegiani sempre foi bom técnico, mas sofre com preconceito
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Alexandre Praetzel

Paulo César Carpegiani foi um senhor jogador de futebol. Um grande meio-campista com passagens vitoriosas por Inter e Flamengo, os dois únicos times em que jogou. Virou técnico do próprio Flamengo, aos 32 anos, após encerrar a carreira por lesão. Tinha um timaço na mão e não decepcionou. Campeão da América e do Mundo, em 1981, e Campeão Brasileiro, em 1982. Seguiu sua vida como treinador.

Com rápidas passagens pelo Inter e Palmeiras, na década de 80 e início de 90, Carpegiani se firmou no Cerro Porteño do Paraguai. Fez bons trabalhos e assumiu a Seleção, em 1996, chamando a atenção de todos com a boa campanha paraguaia na Copa do Mundo da França, em 1998. Caiu na prorrogação com morte súbita para os donos da casa, num dos jogos mais dramáticos da história dos Mundiais. Sua equipe tinha Chilavert, Arce e Gamarra.

Em 1999, assumiu o São Paulo. Mudou jogadores de posições e tentou variações táticas diferentes. Foi rotulado de “Professor Pardal”, o personagem de invenções mirabolantes da Disney. O grupo tricolor era muito bom. Foi eliminado pelo Corinthians, duas vezes, nas semifinais do Paulista e Brasileiro. O carimbo injusto pegou.

Carpegiani rodou por alguns clubes, mas não conseguiu mais grandes títulos, apesar de bons trabalhos. Treinou o Corinthians, em 2007, mas foi dispensado no meio do Brasileiro, depois de bom começo. Em 2010, voltou ao São Paulo, onde revelou Rodrigo Caio. Uma goleada para o Corinthians e a resistência em escalar Rivaldo, reduziram sua segunda passagem pelo Morumbi.

Agora, seis anos depois, ressurgiu no Bahia, contratado para tirar o tricolor da ameaça de rebaixamento. Em nove jogos, são cinco vitórias, três empates e uma derrota. Não só confirmou a permanência do Bahia, como colocou o elenco na briga por uma vaga à Libertadores da América, em 2018. O Bahia bateu Corinthians e Santos com autoridade, num esquema ofensivo e com velocidade.

Carpegiani parece que se renovou. Mostra alegria na área técnica, durante as partidas. Não fica esperando os adversários e joga um futebol para a frente, aproveitando as principais características do seu grupo. Seus detratores costumam dizer que Carpegiani é de “tiro curto” porque perde a paciência muito fácil com os jogadores mimados de hoje. Conheço Carpegiani há anos. Sempre foi um cidadão na sua postura e comportamento. Nunca o vi discutindo ou detonando algum atleta. Vejo isso como puro preconceito com um cara que ficou marcado por um trabalho sem resultados no São Paulo.

Alguns clubes estão buscando treinadores. Não entendo o porquê Carpegiani não é cotado. Acho que seria bom nome para Palmeiras ou Inter, por exemplo. Com 68 anos, tem experiência de vestiário e conhece futebol. E não é “Medalhão”, como muitos gostam de definir profissionais mais antigos. Aprendi a não ser definitivo com ninguém. E Carpegiani prova que ainda tem lenha para queimar. Parabéns pelo trabalho no Bahia.


Dracena elogia Valentim e pede paciência para resultados em 2018
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Alexandre Praetzel

O Palmeiras terminará 2017 sem títulos, após conquistar o Campeonato Brasileiro, em 2016. A pressão aumentou porque o clube gastou mais de R$ 100 milhões em contratações. O time caiu nas semifinais do Paulista, nas oitavas da Libertadores da América, quartas-de-final da Copa do Brasil e vai encerrar a Série A entre os quatro primeiros colocados, provavelmente. Os jogadores foram cobrados por uniformizados, antes da partida contra o Flamengo, pelos maus resultados diante de Corinthians e Vitória. A resposta veio dentro de campo com a vitória de 2 a 0. O blog conversou com Edu Dracena sobre esse momento do Verdão. Confira a seguir.

É justo cobrar o Palmeiras pelos investimentos feitos, sem títulos em campo?

É difícil você falar em números porque o futebol não é uma ciência exata que você tem quantos milhões e será campeão. É lógico que tem alguns times que investiram pouco e podem estar mais na nossa frente, mas eu acho que o planejamento não é para agora. Lógico que a gente queria resultado imediato, mas o resultado pode vir a longo prazo, ano que vem, a gente manter o mesmo time para brigar pela Libertadores, Paulista. Então, a gente tem que ter tranquilidade, principalmente, para a gente que está no futebol há muito tempo, saber assimilar da melhor forma possível. Graças a Deus, atingi um nível na minha vida que, nem quando estou bem, vou achar que eu sou o melhor do mundo e nem quando estou mal, sou o pior do mundo. Então, eu sei o quanto posso render, o quanto eu sou importante para a equipe e continuar trabalhando sempre como eu sempre fiz em todas as equipes onde eu passei e procurando jogar e ajudar da melhor maneira possível.

A entrevista coletiva com os líderes do grupo ao lado do Valentim foi um apoio público para a permanência dele como técnico ou não teve nada a ver?

Não, não teve nada a ver. Foi realmente uma coincidência. O Alberto teve a ideia e conversou com a gente na vinda de Salvador para São Paulo. A gente achou que era uma maneira interessante de estar ali, não para mostrar que a gente está junto, como fizemos em campo contra o Flamengo, cada um se doando pelo outro para que o Palmeiras possa vencer. É isso que a gente quis demonstrar porque o grupo do Palmeiras é muito bom. Não tem cara que é sacana, que está ali nos atrapalhando. Pelo contrário, a gente vê no dia a dia que cada um está procurando de uma forma ou outra, jogar e ajudar o Palmeiras nos jogos.

O técnico do Palmeiras precisa ter história e currículo para aguentar o cargo?

Eu acho que não. O cara quando é bom, é lógico que quando você está num clube grande, a paciência é bem menor que você tem num clube pequeno. Mas se você acredita no projeto, no seu treinador, eu acho que tem que ir até o final. Não sei se o Alberto vai ficar ou não. Eu acho que ele está mostrando que tem condições. Não cabe a mim analisar. A gente já viu vários treinadores renomados, que não deram certo em outras equipes e nem por isso eles são criticados. Haja visto, o Cuca retornou e aí? O que aconteceu? Acho que a gente tem que dar tempo ao tempo. Infelizmente, o imediatismo é muito grande, principalmente, quando você fala de Palmeiras. Tem que ter paciência, tranquilidade e no momento de dificuldade, parar, analisar e tomar a atitude correta, sem fazer tempestade em copo d’água para que não venha atrapalhar num futuro próximo.

Alberto Valentim está confirmado no cargo até o final do ano. É provável que o Palmeiras contrate um novo treinador. O Palmeiras é terceiro colocado no Brasileiro com 57 pontos, 11 atrás do Corinthians. O time pega o Sport, quinta-feira, no Allianz Parque.