Vinicius Jr. é a bola da vez. Será uma realidade? Só ele poderá responder
Alexandre Praetzel
Vinicius Jr. é a nova promessa do futebol brasileiro. Revelado pelo Flamengo, destaque da Seleção Brasileira Sub-17 e negociado com o Real Madrid por R$ 164 milhões. Uma fábula para um menino de 17 anos, que mostra muitas qualidades, mas que não é garantia de sucesso. Claro que será preparado e lapidado em times menores e terá tempo para se integrar ao grupo principal, quando estiver maduro. Agora, é preciso calma. Temos exemplos de grandes projetos de craques que não vingaram, ora pelos próprios jogadores ou pelo açodamento e pressa de clubes e empresários.
Gabriel Barbosa, o Gabigol, passa a ser o protagonista deste debate. Ganhou o apelido pela facilidade em marcar gols. Chegou à Inter de Milão com cartaz e bagagem, após mais de 100 jogos pelo Santos. Ontem, foi para o vestiário, antes do final da partida. Passou um ano inteiro com grandes expectativas, mas parece que está com o filme queimado na Itália, por tudo que se ouve e lê na mídia italiana. Está com 20 anos.
Gabriel Jesus foi um “foguete” e o inverso de Gabigol. Surgiu em 2015, virou titular do Palmeiras, ganhou a Copa do Brasil, a medalha de ouro na Olimpíada e o Brasileiro. Se tornou titular da Seleção Brasileira de Tite e acabou vendido para o Manchester City por mais de 20 milhões de euros, após conversa com Guardiola, em julho de 2016. É pura realidade. Tem 20 anos.
Abaixo, outros exemplos de meninos que apareceram muito bem e confirmaram ou não.
– David Neres. Saiu do São Paulo para o Ajax da Holanda por 12 milhões de euros, sem completar mais de dez jogos pelo tricolor. Chegou em janeiro, foi lançado, virou titular e ganha fartos elogios. O Ajax decide a Liga Europa contra o Manchester United. Tem 20 anos;
– Toró e Lenny. Revelações do Fluminense. Eram tidos como grandes promessas. Toró ainda foi Campeão Brasileiro pelo Flamengo, mas longe do brilhantismo. Lenny não vingou;
– Tiago Luís. Atacante do Santos. Ganhou capa do Jornal Marca da Espanha como “novo Messi”. Isso só o prejudicou. Não se firmou no Santos e rodou por vários times brasileiros. Está no Goiás;
– Fábio Pinto. Atacante que foi grande revelação do Inter em 1997. Melhor jogador do Mundial Sub-17, superando Ronaldinho Gaúcho. Me lembro que Fernando Carvalho, então diretor do Inter, recusou uma proposta de 18 milhões de dólares do Milan, na ocasião. Não vingou;
– Bruno. Meia revelação do Grêmio em 2002. O “novo Ronaldinho” pintou muito bem, mas caiu com o tricolor, no Brasileiro de 2004. Nunca mais foi o mesmo. Perambulou por equipes menores do Brasil.
Pequenos exemplos que vi e acompanhei. Portanto, peço calma com Vinicius Jr. É diferenciado e tem tudo para estourar a curto prazo. Sem conclusões precipitadas porque também vimos muito pouco do garoto. Que seja feliz e se torne protagonista na Europa e na Seleção. Vamos ver.