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Arquivo : Osmar Loss

Técnico do Corinthians Sub-20 elogia nova postura com a base no clube
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Alexandre Praetzel

O Corinthians subiu quatro jogadores das categorias de base para o profissional, na última semana. O volante Ameixa, os meias Rodrigo e Matheus e o atacante Léo Jabá começaram a trabalhar com Fábio Carille. O blog entrevistou o técnico do Sub-20, Osmar Loss, sobre a filosofia do clube e o desafio de revelar e aproveitar futuros garotos. Leiam abaixo.

É importante revelar jogadores ou ganhar títulos

“Sem dúvida nenhuma, o mais importante é revelar jogador. Agora, o tem que ficar muito claro, que não, necessariamente, uma exclui a outra possibilidade, principalmente, se a gente botar como foco principal a revelação de talentos. Para a gente revelar, a gente terá que formar bons jogadores e formando bons jogadores, normalmente, se consegue chegar nas decisões, nas partes decisivas das competições. Em contraponto, se a gente começar a pensar em só chegar às decisões, a gente não formará jogadores com alta qualidade e também corre o risco de não chegarmos nos momentos decisivos das competições”.

Momento de subir um garoto para o profissional

“A questão de estar pronto ou não estar pronto, eu não vejo esta palavra como bem colocada para a base. Eu acho que um atleta, ele efetivamente, está constantemente em evolução. Alguns atingem a maioridade emocional e a qualificação técnica mais cedo do que outros, mas mesmo assim, continuam em evolução. Então, acho que esse é um chavão que a gente deveria começar a deixar de lado. O que se coloca, talvez, seja a necessidade pelo fato de com 20 anos o jogador não pode mais jogar na base. Tem um limite etário e não um limite técnico na maioria dos casos. Os principais quesitos que a gente observa para ver se um jogador está melhor preparado do que outro são o componente técnico, o entendimento do jogo e muito importante, se emocionalmente ele está bem equilibrado.

Poucos foram aproveitados no Corinthians, após muitos títulos

“Eu não vejo como tão poucos assim sendo aproveitados nestas três temporadas que eu estive no clube. Comparado com que o Corinthians aproveitava antes da minha chegada, acho que a gente até está superando bem as expectativas. Eu acho que nós estamos passando por um processo de reformulação, o Corinthians está fazendo um bom investimento na base, fruto disso é o CT , que está em fase final de construção e o espaço que a cada temporada a base vem ganhando no time profissional. É uma mudança bastante brusca, talvez, de filosofia, passar a usar a base com maior incidência. Acho que é um processo natural. Nada a gente consegue mudar de uma hora para a outra. Não podemos deixar o fato histórico de que o Corinthians é um time comprador. Jamais vai deixar de ser, até pelo potencial financeiro que tem, mas eu acho que o espaço que a gente vem tendo da base para o profissional, ele vem evoluindo de acordo com a mudança de filosofia que o Corinthians vem fazendo. Acho que nos próximos três, quatro anos, quem sabe a gente não vai estar tratando deste assunto como uma novidade. O Corinthians mantendo esta idéia e esta filosofia de formação de atletas e integração base/profissional, vai ser um processo muito natural estar dentro do profissional do Corinthians”.

Nomes que se tornarão realidades

“É muito difícil a gente poder apontar jogadores nesta fase de maturação. Até porque nos dois últimos anos a gente tem tentado trabalhar no Corinthians com jogadores jovens, tentando diminuir até um pouquinho a margem de 20 para 19 anos, deixando sempre pelo menos um ou dois anos de evolução. A gente teve os jogadores que foram promovidos agora recentemente. Certamente, há alguns jogadores ali que podem num futuro próximo se destacar, mas apontar nomes é até uma chance muito maior de errar do que acertar, até porquê o controle não está conosco”.

Técnico da base tem o objetivo de ir para o profissional

“Tem. Eu acredito que todo treinador de base tem o objetivo de ser treinador de equipe principal, profissional. Por mais que hoje as categorias de base venham tendo um investimento e uma conotação tão profissional quanto o futebol profissional, da equipe principal, ainda assim eu acredito que todos os treinadores têm este intuito de um dia se tornarem treinadores das equipes principais dos seus clubes. Para mim, não é diferente. Eu tenho sim e estou me preparando cada vez mais, me qualificando cada vez mais, buscando me aperfeiçoar, cada dia mais, conhecendo muitas filosofias de jogo e as estruturas de clubes do futebol brasileiro e mundial”.

Osmar Loss comandou o Bragantino, no início da Série B de 2015, na parceria do clube com o Corinthians. Ficou pouco tempo e retornou para a base. Na sua gestão, despontaram nomes como Léo Príncipe, Maycon, Matheus Pereira, Guilherme Arana, Marciel e Gabriel Vasconcellos. No entanto, apenas Arana teve aproveitamento maior no time principal.