Técnico do Mirassol vê time preparado contra o SP para manter boa campanha
Alexandre Praetzel
O Mirassol é o único com três vitórias em três jogos, no começo do Campeonato Paulista. A equipe treinada por Moisés Egert veio da Série A2 e surpreendeu os adversários com um futebol organizado e bons nomes, como o meia-atacante Zé Roberto. Em entrevista exclusiva ao blog, Moisés valoriza a pré-temporada e a montagem de um time experiente com jogadores de qualidade, acreditando numa campanha para garantir a permanência do Mirassol na Série A1. Leia abaixo.
Rendimento do Mirassol surpreende?
“Nós entramos no campeonato ou em qualquer competição onde exista a competitividade, a gente se prepara e almeja sempre o melhor, principalmente, sabendo do tamanho e força da Série A1 do Paulista. Desde que nós nos preparamos para o campeonato, sabíamos que teríamos que ser muito precisos em relação às contratações, pela formatação do campeonato, 12 jogos apenas e o objetivo de permanência na primeira divisão e caindo num grupo muito difícil. A equipe fez bons amistosos e conseguimos reforços com perfil, característica, dentro da realidade de um clube do interior, trazendo atletas de um nível bom, de qualidade, para aquilo que exige o Paulista. Começamos a treinar uma pequena parte do grupo, em dezembro, e a maioria do elenco, em janeiro. Como sempre digo, não faço milagre no futebol. Penso que futebol é repetição, a médio e longo prazo, para que as coisas fluam naturalmente. Precisa de tempo para que tenha encaixe, padrão, conjunto, entrosamento, para que eu possa ter um diagnóstico e extrair o melhor e consiga potencializar todas as virtudes e diminuir as deficiências. Na pré-temporada, a equipe deu uma resposta muito grande pelo desejo, vontade, ambição, a oportunidade de mostrar todo seu valor, trabalho. A equipe nos deixou numa expectativa boa, num campeonato que te dá oportunidade de mostrar o trabalho. Fizemos uma estréia interessante contra o Red Bull, com grande partida, aumentou nossas convicções e nos deu tranquilidade para as duas partidas seguintes diante de Ferroviária e Linense. É uma equipe em formação, em construção, a cada jogo se encontra num cenário diferente e tem dado a resposta. Temos conseguido colocar nosso ritmo e conceito e estamos muito felizes com esse início”.
Retomada do time, após acesso da A2
“Eu estive no processo, desde o início, em 2015, após o título da Copa Paulista pelo Linense e eu vim para o Mirassol, na Série A2. Foi um belo trabalho e conseguimos nosso acesso. Voltei para o Linense para a Série D e retornei ao Mirassol para este Paulista. O Mirassol é um clube muito organizado e sempre teve uma imagem de Série A1, mesmo estando na Série A2. Dá respaldo, tranquilidade e segurança para nós profissionais rendermos e tirarmos o melhor do elenco e atletas. Meu objetivo foi resgatar e reviver grandes histórias. momentos. Fazer o torcedor ver e se identificar com todos os atletas e foi feito isso. Agora, estamos de volta, numa expectativa muito grande. A cidade está muito feliz com nossa volta e estamos muito fortes para fazer um grande Paulista, na Série A1”.
Time tem suporte para aguentar boa sequência?
“As três vitórias e o percentual de permanência na Série A1, principalmente, nos dá uma tranquilidade de 35% e nos garante na primeira divisão, que é realmente o que almejamos. Temos dois jogos fora, difíceis, com São Paulo e São Bernardo, e depois temos Corinthians, em casa. É um teste e uma prova de fogo, mas os meninos têm dado resposta e nós temos total certeza e fé daquilo que planejamos, com uma equipe mesclada com nomes da casa, A2 e precisavam de uma nova oportunidade para estarem voltando a ter destaque nas suas carreiras, atletas que já estiveram em grandes clubes. Vágner, Edson Silva, Paulinho e Zé Roberto são exemplos disso e aquilo que eles têm mostrado, associado ao trabalho, qualidade e vontade de fazer um grande Paulista, acredito sim que possamos ter grandes resultados e manter essa fase boa”.
Jogo contra o São Paulo
“Este jogo é o grande teste para nós. Vamos enfrentar um time comandado pelo Rogério Ceni, um grande ídolo, com muita inteligência, pela sua história, por aquilo que ele fez, tem uma tolerância, paciência, para que ele possa colocar em prática aquilo que ele pensa como futebol, muito bem assessorado. Estamos vendo que ele tem tentado colocar aquilo que é o futebol de hoje, transição, velocidade no passe, variações de esquemas. Acredito que ele está no caminho certo, será um grande adversário. Um grande teste para nós. Sabemos que somos os líderes do grupo com nove pontos, uma oportunidade única de mostramos nosso trabalho. Acredito que as coisas dando certo, mesmo com o Morumbi cheio e a estréia de grandes jogadores, acredito que possamos nos fortalecer de uma maneira grande na competição e alcançarmos até a classificação, quem sabe”.
Modelo de jogo
“Sempre pergunto aos jogadores qual o sistema ideal, numa pré-temporada. É bem simples. Sistema ideal é aquele que vence, mas óbvio que para vencer, existem convicções. É ocupação de espaços, mas eles precisam ser direcionados e norteados. Para isso, temos o trabalho didático, de campo, tecnologia e o melhor de tudo, a repetição, algo que não abro mão. Precisamos atacar e defender com a máxima eficiência e esse equilíbrio, eu tenho procurado. Não abro mão também da estética do jogo. O jogar bem e os resultados andam juntos. Isso faz que com que possamos correr mais que os adversários, estar num nível de concentração maior, ter a coragem de fazer as jogadas, ter a posse de bola, ousadia, criatividade e isso eles têm dado a resposta, como nos últimos três jogos. Como participei da montagem do elenco, desde o início, ficou mais fácil para mim, trazendo jogadores com esse perfil. Hoje, futebol não tem como fugir disso. Eles entendem que todos marcam e todos jogam. Tenho muita certeza que a equipe ainda tem muito a evoluir”.
O Mirassol está no grupo D com nove pontos. Santos e Ponte Preta têm seis pontos e o Audax é o quarto colocado com quatro pontos. Os dois primeiros passam às quartas-de-final.